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Bolão (Valdemir Cardoso do Nascimento)

(Cachoeira, Bahia, Brasil, 1954 – Cachoeira, Bahia, Brasil, 28 de setembro de 1978) Formação: Artista autodidata. Período de atividade: 1970 – 1978. Principal especialidade:  Escultura de madeira Outras atividades: Fabrico de gaiolas e marcenaria Dados biográficos: Valdemir Cardoso do Nascimento nasceu em Cachoeira (BA) em 1954. Sobrinho pela linha materna dos escultores Boaventura da Silva[...]

Referências
Bibliográficas:

COIMBRA, Sílvia Rodrigues et al. O reinado da lua: escultores populares do Nordeste. Recife: Caleidoscópio,  2010.

I FESTIVAL de Inverno de Cachoeira. Programa de Julho de 1976. A Cachoeira, Cachoeira (BA), 4 abr. 1976, p.1.

FESTIVAL de Cachoeira. A Cachoeira. Cachoeira (BA), 8 mai 1977, p.1.

FALECIMENTOS. Sr. Valdemir C. Nascimento (Bolão). A Cachoeira. Cachoeira, 1º out. 1978, p.2.

Depoimentos:

ARAÚJO, José Cardoso de Araújo (Doidão). Depoimentos concedidos a Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 8 jul. 2008, 13 ago. 2011 e 10 mai. 2013.

ARAÚJO, Luiz Costa. Depoimento a Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 4 de julho de 2012.

CERQUEIRA, Raimundo Alberto Ferreira de. Depoimentos concedidos a Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 10 de abril de 2012.

NASCIMENTO, Carlos Alberto Dias (Fory). Depoimentos concedidos a Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 8 de novembro de 2011.

PEREIRA, Manoel Passos Rocha. Depoimento concedido a Suzane Pinho Pêpe. Salvador, 25 de janeiro de 2012.

REIS, Naysson Queiroz dos. Depoimento concedido a Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 26 de fevereiro de 2013.

Eletrônicas seguidas dos links:

BAHIA! Exposição homenageia cultura e artistas do Recôncavo. Disponível em: http://bahia.com.br/noticias/exposicao-homenageia-cultura-e-artistas-do-reconcavo/ Acesso em 16 ago 2013

UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. CAHL – Centro de Artes, Humanidades e Letras. Exposição Escultores de Cachoeira: Arte em madeira. Postado em 23 mai. 2012. Disponível em: http://www.ufrb.edu.br/cahl/eventos/623-exposicao-escultores-de-cachoeira-arte-em-madeira Acesso em 16 ago. 2013.

Bibliografia sobre Valdemir Cardoso do Nascimento (Bolão):

Livros e catálogos:

COIMBRA, Sílvia Rodrigues et al. O reinado da lua: escultores populares do Nordeste. Rio de Janeiro: Salamandra, 1980.

COIMBRA, Sílvia Rodrigues et al. O reinado da lua: escultores populares do Nordeste. Recife: Caleidoscópio,  2010.

Periódicos:

COSTA, Alzira. Cachoeira revê o fim da escravidão. A Tarde. Salvador, 13 mai. 1987. Caderno 2, p.1.

EXPOSIÇÕES. Correio da Bahia. Salvador, 15 mai. 1987. 2º Caderno, p.2.

FALECIMENTOS. Sr. Valdemir C. Nascimento (Bolão). A Cachoeira. Cachoeira (BA), 1º out. 1978, p. 2.

FESTIVAL de Cachoeira. A Cachoeira. Cachoeira (BA), 8 mai. 1977, p.1.

PÊPE, Suzane Pinho. Escultura e religiosidade afro-brasileira em Cachoeira. Revista Ohun, Salvador, n. 4. p. 33-59, 2008. Disponível em: http://www.revistaohun.ufba.br/pdf/Suzane_Pinho.pdf Acesso em: 15 mar. 2011.

I FESTIVAL de Inverno de Cachoeira. Programa de Julho de 1976. A Cachoeira. Cachoeira (BA),, 4 abr. 1976, p.1.

(Cachoeira, Bahia, Brasil, 1954 – Cachoeira, Bahia, Brasil, 28 de setembro de 1978)

Formação:

Artista autodidata.

Período de atividade:

1970 – 1978.

Principal especialidade: 

Escultura de madeira

Outras atividades:

Fabrico de gaiolas e marcenaria

Dados biográficos:

Valdemir Cardoso do Nascimento nasceu em Cachoeira (BA) em 1954. Sobrinho pela linha materna dos escultores Boaventura da Silva Filho (Louco) e Clóvis Cardoso da Silva, (Maluco) (ARAÚJO, José, 2011).  Aos 16 anos, Valdemir fez a sua primeira escultura em madeira na casa de seu tio Clóvis. (COIMBRA et al., p.138). Já tinha familiaridade com esta matéria-prima, porque seu pai era marceneiro da Leste Brasileira e começou a lhe ensinar o seu ofício (CERQUEIRA, 2012).

Apesar do convívio com seus tios e primos escultores, almejava trilhar seu próprio caminho. Segundo Coimbra et al. (2010, p.138): “Conhecido como Bolão, Valdemir Cardoso do Nascimento, natural de Cachoeira, aos 22 anos já se afirma como escultor. Seguro da qualidade de seu trabalho e compromissado com ele, é do jacarandá que tira o seu sustento e sua satisfação pessoal embora seja formado em Contabilidade”.

Estabeleceu relações de amizade com outros jovens que não eram da sua família, entre eles Raimundo Cerqueira (professor de Artes Industriais), Manoel Pereira Passos (estudante de História), Rosa Baraúna (restauradora) e Fory (que começava a esculpir).

Em espaço emprestado por Raimundo Cerqueira, na Rua 13 de Maio (Cachoeira), abriu seu ateliê, onde recebia visitantes interessados em ver o ambiente de produção escultórica, assim como amigos que ali se reuniam para conversar e ouvir música. Bolão tinha fitas de videocassete com músicas de Violeta Parra, Victor Jara, a Internacional Comunista, “coisas que eram proibidas” nessa época, trazidas de uma viagem a São Paulo. (PEREIRA, 2012) Criticava músicas, falava contra o racismo, tecia comentários sobre os penteados rastafári (ARAÚJO, 2012).

[...] Bolão era uma pessoa que estudava, que lia muito, que tava na onda das discussões, que eram aquelas coisas pelas lutas, pela democracia [...] também foi para os Estados Unidos naquele período. [...] começava também aquele processo de retomada da auto-estima do povo negro através do movimento dos negros, que tava surgindo e tal, e aquelas influências de universidade como um todo e de colegas nossos, de contemporâneos indo para Salvador e voltando [...]. Aí, desse processo a gente também começa a pensar de uma forma mais universal (NASCIMENTO, 2011).

Há duas linhas de trabalho na obra de Bolão: a primeira, composta de temas religiosos de matriz católica e africana, comuns na escultura da sua família; a segunda, são criações que retratam o homem e a mulher negros, cujas fisionomias refletem as preocupações ontológicas do artista: o ser, o ser negro e as relações amorosas. Em ambas as vertentes, as figuras têm lábios grossos, nariz chato e cabelos encaracolados. “Ele inventou um tipo de cabelo – caxixó – ele era voltado para a cultura afro. As suas esculturas eram de negros, cabelos encaracolado” (REIS, 2012).

Participou, em julho de 1976, da Exposição de Artes Plásticas do I Festival de Inverno, como artista convidado, ao lado de Louco, Mário Cravo Filho, Tati Moreno, Emanoel Araújo, Hansen Bahia, Carlos Bastos, João José Rescala, Guache, entre outros nomes (I FESTIVAL, 1976, p.1).

Ainda em 1976, teve a oportunidade de permanecer um mês nos EUA, a fim de participar de workshop no festival de arte promovido pela United States Information Service (USIS), que estabeleceu parceria com a Bahiatursa, para levar artistas baianos aos eventos. Essa experiência ampliou a sua visão de mundo, ainda que tenha tido de produzir temas representativos da Bahia, que não eram os de sua preferência. (PEREIRA, 2012) Aliás, o processo artístico de Bolão encaminhou-se para a busca de uma expressão mais intimista, distanciando-o da cultura religiosa do Recôncavo. (PEREIRA, 2012; CERQUEIRA, 2012).

Várias de suas composições descrevem linhas sinuosas, que chamam a atenção para as formas em positivo e negativo, sendo os espaços vazados e de entorno um dos elementos responsáveis por sua força plástica.  Outro, é a força expressiva das faces e corpos humanos.

O escultor Bolão viajava à Salvador com frequência, deixando peças em consignação em algumas galerias. Em uma matéria publicada pela Revista Viver Bahia, nos anos 1970, foi mencionado que Bolão resistia às pressões de compradores para diminuir preços. Viveu o conflito entre a sobrevivência através da arte e a qualidade da produção, que defendia. Tornou-se preocupado com a criação individual e o aperfeiçoamento da sua técnica.

Há uma peça de Bolão no Convento do Carmo (Cachoeira), outra exposta na Fundação Hansen Bahia (Casa Santa Bárbara – São Félix), e em coleções particulares. Fotografias de seus trabalhos em livros são exceções –  O reinado da lua: escultores populares do Nordeste.

Valdemir C. Nascimento faleceu tragicamente em 28 de setembro de 1978. (FALECIMENTOS, 1978, p.2), deixando amigos e uma lacuna imensa como jovem artista sensível às questões sociais e raciais na sua cidade.

Mostras individuais:

? – Salvador , BA – Exposição Individual. Local? Apoio Bahiatursa.

Participações em Salões, Bienais e coletivas:

1975 – Salvador, BA – Exposição Coletiva, no Teatro Castro Alves.

1976 – Cachoeira, BA – Artista Convidado. Exposição de Artes Plásticas. I Festival de Inverno de Cachoeira. Galeria Amanda Costa Pinto.

Participações póstumas em Salões, Bienais e coletivas:

1987 – Cachoeira, BA – Exposição em Homenagem a Tamba e Bolão, no SPHAN.

2012 – Cachoeira, BA – Artista Homenageado. Exposição Coletiva Escultores de Cachoeira, no Espaço Cultural Fundação Hansen Bahia.

Referências
Bibliográficas:

COIMBRA, Sílvia Rodrigues et al. O reinado da lua: escultores populares do Nordeste. Recife: Caleidoscópio,  2010.

I FESTIVAL de Inverno de Cachoeira. Programa de Julho de 1976. A Cachoeira, Cachoeira (BA), 4 abr. 1976, p.1.

FESTIVAL de Cachoeira. A Cachoeira. Cachoeira (BA), 8 mai 1977, p.1.

FALECIMENTOS. Sr. Valdemir C. Nascimento (Bolão). A Cachoeira. Cachoeira, 1º out. 1978, p.2.

Depoimentos:

ARAÚJO, José Cardoso de Araújo (Doidão). Depoimentos concedidos a Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 8 jul. 2008, 13 ago. 2011 e 10 mai. 2013.

ARAÚJO, Luiz Costa. Depoimento a Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 4 de julho de 2012.

CERQUEIRA, Raimundo Alberto Ferreira de. Depoimentos concedidos a Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 10 de abril de 2012.

NASCIMENTO, Carlos Alberto Dias (Fory). Depoimentos concedidos a Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 8 de novembro de 2011.

PEREIRA, Manoel Passos Rocha. Depoimento concedido a Suzane Pinho Pêpe. Salvador, 25 de janeiro de 2012.

REIS, Naysson Queiroz dos. Depoimento concedido a Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 26 de fevereiro de 2013.

Eletrônicas seguidas dos links:

BAHIA! Exposição homenageia cultura e artistas do Recôncavo. Disponível em: http://bahia.com.br/noticias/exposicao-homenageia-cultura-e-artistas-do-reconcavo/ Acesso em 16 ago 2013

UFRB – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. CAHL – Centro de Artes, Humanidades e Letras. Exposição Escultores de Cachoeira: Arte em madeira. Postado em 23 mai. 2012. Disponível em: http://www.ufrb.edu.br/cahl/eventos/623-exposicao-escultores-de-cachoeira-arte-em-madeira Acesso em 16 ago. 2013.

Bibliografia sobre Valdemir Cardoso do Nascimento (Bolão):

Livros e catálogos:

COIMBRA, Sílvia Rodrigues et al. O reinado da lua: escultores populares do Nordeste. Rio de Janeiro: Salamandra, 1980.

COIMBRA, Sílvia Rodrigues et al. O reinado da lua: escultores populares do Nordeste. Recife: Caleidoscópio,  2010.

Periódicos:

COSTA, Alzira. Cachoeira revê o fim da escravidão. A Tarde. Salvador, 13 mai. 1987. Caderno 2, p.1.

EXPOSIÇÕES. Correio da Bahia. Salvador, 15 mai. 1987. 2º Caderno, p.2.

FALECIMENTOS. Sr. Valdemir C. Nascimento (Bolão). A Cachoeira. Cachoeira (BA), 1º out. 1978, p. 2.

FESTIVAL de Cachoeira. A Cachoeira. Cachoeira (BA), 8 mai. 1977, p.1.

PÊPE, Suzane Pinho. Escultura e religiosidade afro-brasileira em Cachoeira. Revista Ohun, Salvador, n. 4. p. 33-59, 2008. Disponível em: http://www.revistaohun.ufba.br/pdf/Suzane_Pinho.pdf Acesso em: 15 mar. 2011.

I FESTIVAL de Inverno de Cachoeira. Programa de Julho de 1976. A Cachoeira. Cachoeira (BA),, 4 abr. 1976, p.1.
Autoria

Autores(as) do verbete:

Suzane Pinho Pêpe

Data de inclusão:

17/01/2014

D536

Dicionário Manuel Querino de arte na Bahia / Org. Luiz Alberto Ribeiro Freire, Maria Hermínia Oliveira Hernandez. – Salvador: EBA-UFBA, CAHL-UFRB, 2014.

Acesso através de http: www.dicionario.belasartes.ufba.br
ISBN 978-85-8292-018-3

1. Artes – dicionário. 2. Manuel Querino. I. Freire, Luiz Alberto Ribeiro. II. Hernandez, Maria Hermínia Olivera. III. Universidade Federal da Bahia. III. Título

CDU 7.046.3(038)

 

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