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ROMÃO, Francisco da Silva.

ROMÃO, Francisco da Silva. (c. 1827 – Salvador, BA 15/06/1856) Pintor e desenhista em Salvador, século XIX. Período de atividade: 1839 – 1856 Francisco da Silva Romão atuou como desenhista e pintor na cidade de Salvador, no século XIX. Era neto do escultor Manoel Ignácio da Costa, irmão do desenhista e pintor Ângelo da Silva[...]

Santa Cecília – Óleo sobre tela – 98 x 73,5 cm Francisco da Silva Romão
Coleção Jonathas Abbott – Museu de Arte da Bahia, Salvador.\nFonte: Catálogo do Museu de Arte da Bahia/ Banco Safra, 1997\n
Santa Cecília – Óleo sobre tela – 98 x 73,5 cm Francisco da Silva Romão
Coleção Jonathas Abbott – Museu de Arte da Bahia, Salvador.\nFonte: Catálogo do Museu de Arte da Bahia/ Banco Safra, 1997\n
Referências
Bibliográficas:

ALVES, Marieta. Dicionário de artistas e artífices na Bahia. Salvador: Ufba, 1976.

FRANÇA, Acácio. A pintura na Bahia. Salvador: Imprensa Oficial, 1944.

GALVÃO, Fernando A. O Diário de Jonathas Abbott. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora, 2007.

LEAL, Maria das Graças de Andrade. A arte de ter um ofício. Liceu de Artes e Ofícios da Bahia (1872-1972). Dissertação (Mestrado – História). Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 1995.

NEVES, Belinda Maria de Almeida. Cecília ao Senhor cantava: a pintura de Santa Cecília na Catedral Basílica de São Salvador. Salvador: Anais do 5o CBIM (2019, pp.369-376).

______. De templo jesuítico a Sé Catedral: transformações ornamentais e iconográficas da igreja do Colégio após a expulsão dos jesuítas. Tese (Doutorado – Artes Visuais) – Universidade Federal da Bahia, Escola de Belas Artes, 2020.

O MUSEU DE ARTE DA BAHIA. São Paulo: Banco Safra, 1997.

QUERINO, Manoel Raymundo. Artistas Bahianos (indicações biográficas). Bahia: Officinas da Empreza “A Bahia”, 1911. 257p. Il.

VALLADARES, José. A Galeria Abbott – Primeira Pinacoteca da Bahia. Salvador: Museu do Esatado; Secretaria de Educação da Bahia: 1951, 90p. Il.

ZWILLING, Carin. Santa Cecília: um percurso através da arte e da devoção. Revista Teoliterária v.5 – No.9 – 2015 – ISSN 2236-9937 – pp.147-183.

 
Arquivísticas:

Livro de Óbitos da Freguesia de Sant’Anna 1847-1864, fl.256. Acervo Permanente da Cúria Metropolitana de Salvador. LEV-UCSAL.

ROMÃO, Francisco da Silva. (c. 1827 – Salvador, BA 15/06/1856)

Pintor e desenhista em Salvador, século XIX.

Período de atividade: 1839 – 1856
Assentamento do óbito de Francisco da Silva Romão em 15/06/1856. Livro de Óbitos da Freguesia de Sant’Anna 1847-1864, fl.256. Acervo Permanente da Cúria Metropolitana de Salvador. LEV-UCSAL. Fotografia de Belinda Neves em 19/03/2016

Assentamento do óbito de Francisco da Silva Romão em 15/06/1856.
Livro de Óbitos da Freguesia de Sant’Anna 1847-1864, fl.256. Acervo Permanente da Cúria Metropolitana de Salvador. LEV-UCSAL.
Fotografia de Belinda Neves em 19/03/2016

Francisco da Silva Romão atuou como desenhista e pintor na cidade de Salvador, no século XIX. Era neto do escultor Manoel Ignácio da Costa, irmão do desenhista e pintor Ângelo da Silva Romão, pai de João da Silva Romão e discípulo do pintor Olympio da Matta.

Conforme Manoel Querino (1911) Francisco Romão completou o curso na aula pública de desenho em 1839 e, posteriormente, foi instruído no ofício da pintura por Olympio da Matta, do qual se tornou discípulo. Foi iniciado nas técnicas de escultura por seu avô o escultor Manoel Ignácio da Costa, embora tenha optado, por vocação, pelo ofício da pintura.

Francisco da Silva Romão teve uma breve, mas significativa carreira artística, embora haja conflitos quanto ao ano de seu falecimento na tradição literária (ALVES; FRANÇA; ZWILLING). Nosso acesso ao assentamento do óbito do pintor confirma o falecimento no ano de 1856, sem que sejam citados nomes de esposa e filhos:

“No dia quinze de junho de mil oitocentos e cincoenta e seis nesta / Freg. a de Sta. Anna do Sacram. to da Bahia falleceo de febre hepathi / ca tendo recebido os socorros espirituaes , Francisco da Silva Ro / mão, branco, com vinte e nove annos de idade, casado, retratista; / …o [ilegível] e amortalhado com encomendações simples foi / ..a… [ilegível] o Cemitério da Misericordia. E para constar mandei fa / zer este assento, em que me assino: Conego Joaquim Cajueiro de Campos Vigario Collado.”

Hoje é sabido que João da Silva Romão, seu filho, foi um grande incentivador do Liceu de Artes e Ofícios, participando, inclusive, da organização dos primeiros estatutos. Ocupou o cargo de vice-presidente e de presidente da primeira configuração da diretoria daquela instituição, até o seu falecimento a 31 de janeiro de 1873 (LEAL, 1995).

Apesar de ter falecido aos 29 anos, destacou-se na realização de trabalhos significativos na Bahia do século XIX. Conforme Manoel Querino (1911) são do pintor “[...] o retrato de D. Pedro II, pertencente à Assembleia do Estado; o do próprio artista tirado diante de um espelho, oferecido por seu irmão ao Lyceu de Artes; o atual retrato do conde dos Arcos, existente na Associação Comercial; Santa Cecília, composição, trabalho muito bom; Francesca di Remini, cópia”.

No contingente artístico produzido por Romão destaca-se, entre outras obras, a pintura de Santa Cecília que integrou a coleção do médico inglês Jonathas Abbott (1796-1868), radicado em Salvador. Conforme Fernando Galvão (2007), após o falecimento de Jonathas Abbott, a coleção ficou conhecida por Galeria Abbott, foi inventariada e adquirida pela Província.

Em 1918, foi criado o Museu do Estado e, em 1931, a Pinacoteca do Estado, até posterior criação do Museu de Arte da Bahia, cuja obra foi incorporada ao acervo e se encontra exposta para visitação (VALLADARES).

Estudos realizados por Carin Zwilling a respeito da iconografia de Santa Cecília (2015) indicam a pintura realizada por Francisco da Silva Romão ter sido inspirada ou reinterpretada a partir da obra do pintor italiano Francesco Trevisani, cujo título é “Personificação da música (uma jovem mulher toca alaúde)”.

Outro exemplar com a mesma configuração da pintura de Francisco da Silva Romão se encontra no altar de São Pedro, na Catedral Basílica de Salvador, sem que seja conhecido o autor daquela obra. Consta, na parte inferior da dita pintura a frase “Pela Meza de 1861”, um possível indicativo de resolução da Mesa da Irmandade de Santa Cecília naquela ocasião (NEVES, 2019; 2020).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referências
Bibliográficas:

ALVES, Marieta. Dicionário de artistas e artífices na Bahia. Salvador: Ufba, 1976.

FRANÇA, Acácio. A pintura na Bahia. Salvador: Imprensa Oficial, 1944.

GALVÃO, Fernando A. O Diário de Jonathas Abbott. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora, 2007.

LEAL, Maria das Graças de Andrade. A arte de ter um ofício. Liceu de Artes e Ofícios da Bahia (1872-1972). Dissertação (Mestrado – História). Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 1995.

NEVES, Belinda Maria de Almeida. Cecília ao Senhor cantava: a pintura de Santa Cecília na Catedral Basílica de São Salvador. Salvador: Anais do 5o CBIM (2019, pp.369-376).

______. De templo jesuítico a Sé Catedral: transformações ornamentais e iconográficas da igreja do Colégio após a expulsão dos jesuítas. Tese (Doutorado – Artes Visuais) – Universidade Federal da Bahia, Escola de Belas Artes, 2020.

O MUSEU DE ARTE DA BAHIA. São Paulo: Banco Safra, 1997.

QUERINO, Manoel Raymundo. Artistas Bahianos (indicações biográficas). Bahia: Officinas da Empreza “A Bahia”, 1911. 257p. Il.

VALLADARES, José. A Galeria Abbott – Primeira Pinacoteca da Bahia. Salvador: Museu do Esatado; Secretaria de Educação da Bahia: 1951, 90p. Il.

ZWILLING, Carin. Santa Cecília: um percurso através da arte e da devoção. Revista Teoliterária v.5 – No.9 – 2015 – ISSN 2236-9937 – pp.147-183.

 
Arquivísticas:

Livro de Óbitos da Freguesia de Sant’Anna 1847-1864, fl.256. Acervo Permanente da Cúria Metropolitana de Salvador. LEV-UCSAL.
Autoria

Autores(as) do verbete:

Belinda Maria de Almeida Neves

Data de inclusão:

13/08/2021

Datas de revisão / atualização:

13/08/2021;

D536

Dicionário Manuel Querino de arte na Bahia / Org. Luiz Alberto Ribeiro Freire, Maria Hermínia Oliveira Hernandez. – Salvador: EBA-UFBA, CAHL-UFRB, 2014.

Acesso através de http: www.dicionario.belasartes.ufba.br
ISBN 978-85-8292-018-3

1. Artes – dicionário. 2. Manuel Querino. I. Freire, Luiz Alberto Ribeiro. II. Hernandez, Maria Hermínia Olivera. III. Universidade Federal da Bahia. III. Título

CDU 7.046.3(038)

 

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