Foto: Humberto Rocha.

(Foto cedida pela artista)

Anos 1960 – Aluna do Curso de Pintura e de Licenciatura em Desenho e Plástica – UFBA

Meados dos 1960 – Atualmente 

Desenho e pintura. 

Professora de História da Arte, Desenho e Percepção Visual. 

Assinatura obre desenho, datado na técnica de nanquim sobre papel.

Marlene Cardoso é natural da cidade de Triunfo na Bahia. Mudou-se para Salvador para estudar. Ainda no Ensino Médio, ingressou na Escola de Belas Artes como aluna de Pintura e depois como graduanda de Artes Plásticas, mas optou por migrar para o Curso de Licenciatura em Desenho e Plástica, o que lhe permitiu lecionar Percepção Artística e Desenho em escolas ao longo de dez anos (1964 e 1974).

Como estudante da EBA nos anos 1960, viveu o movimento de renovação do ensino, do qual tem lembranças. Segundo ela própria, recebeu muita influência de Juarez Paraíso. Na época estava em evidência um movimento de arte em contraponto ao tradicional. Ela menciona que “Juarez, Jacira Oswald, Henrique Oswald, Riolan Coutinho estavam assim no caminho de uma arte que rompia com o academismo” e que foram seus  professores.

Terminado o Curso de Licenciatura em 1968, foi monitora do Prof. Carlos Eduardo da Rocha. Nessa época, seu contato com a História da Arte foi se tornando mais intenso, ajudando a ampliar o seu olhar em relação ao universo formal. Entre 1968 a 1995, exerceu a função de professora de História da Arte na Escola de Belas Artes – UFBA, quando orientou diversos monitores, que mais tarde se tornaram professores de História da Arte.

Na 2ª Bienal em 1968, apresentou trabalhos de nanquim sobre acetato em que muitas figuras humanas apareciam em tramas. Em outros trabalhos dessa época, uma única figura passava a ocupar todo o suporte, tornando-se “personagem”, segundo a própria artista. Esses trabalhos demonstram certo despojamento no uso do espaço, que caracteriza a sua obra em seu conjunto.

Na percepção de Justino Marinho sobre os trabalhos de Marlene dos anos 1970, “Quase sempre construídos em preto e branco, apenas com algumas interferências do vermelho, os desenhos despertavam grande atenção e influenciaram inúmeros artistas da época. Eram os anos 70, estávamos em plena ditadura militar e as imagens criadas por Marlene Cardoso deixavam clara a sua indignação com aqueles tempos.” (MARINHO, 2003.)

Outras obras trazem a imagem figurativa deixando um grande espaço que envolve uma imagem focada. A artista desafia o espaço bidimensional, com linhas, caligrafias e cores, usando lápis-aquarela e lápis de cera.

Apesar de tender à figuração, não o faz de forma compromissada com o realismo; a sua arte é impregnado de espontaneidade, sem ser ingênua. Neste sentido, Luiz Freire apontou a intencionalidade de seu traço. Esse autor também estabeleceu uma relação entre os personagens inscritos em sua obra e “auto-retratos psicológicos”, de caráter, sutil, discreto e elegante. (FREIRE)

Ao longo da sua trajetória, o tema mais recorrente é a figura humana, o que está explícito em sua fala: “A figura humana sempre me encantou muito. [...] Quando eu pego uma caneta, um material para trabalhar, a figura humana me interessa. Claro que não comprometida com o realismo. É mais comprometida com o traço, com a espontaneidade da forma.” (CARDOSO, 2014.) No entanto, animais e naturezas-mortas, menos numerosos, saltam aos olhos, pelo colorido.

Participou de dois painéis coletivos na Universidade Federal da Bahia, na da Biblioteca Central (1984) e na Escola de Belas Artes, intitulado “Esperando a Primavera” (1991).

Entre as suas atividades relacionadas a eventos de arte, participou de algumas bancas de salões, de seleção de projetos; foi membro da comissão organizadora do 1º Leilão da Escola de Belas Artes – UFBA e do evento “O Artista em Destaque” (1993), na mesma unidade de ensino.

Guiada pelo intelecto, Marlene cultivou a História da Arte, tornando-se uma pessoa crítico-reflexiva com relação às incoerências do mercado de arte, o que não fez com que desacredite na essência da arte, o que demonstra quando mostra cada um de seus trabalhos e quando fala da produção humana nesse campo.

1973 – Salvador, BA. Exposição, na Galeria Cavalete.

2003 – Salvador, BA. Além dos tons, no Teatro Gamboa. 

1976 – Salvador, BA. Exposição Marlene Cardoso e Justino Marinho, na Galeria da ACBEU.

1966 – Salvador, BA. 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas.

1967 – Salvador, BA. Jovens Artistas da Bahia – ICBA.

1968 – Salvador, BA. 2ª Bienal Nacional de Artes Plásticas.

1968 – Salvador, BA. 1ª Feira de Arte da Bahia.

1969 – Salvador, BA. 1ª Exposição Feminina de Artes Plásticas, no Foyer do Teatro Castro Alves (TCA).

1971 – Salvador, BA. Artistas Plásticos da Bahia. 8º Congresso de Cirurgia Plástica.

1971 – Salvador, BA.  Exposição de Professores da UFBA.

1971 – Salvador, BA.  Exposição Comemorativa do 25º aniversário da UFBA.

1972 – Belo Horizonte, MG. Arte Bahia, no Palácio das Artes.

1972 – Salvador, BA.  Carifesta 72 Internacional Art Exibition.

1973 – Salvador, BA.  Coletiva de Artistas Baianos. Inauguração da Berlinda Galeria de Arte.

1974 – Aracaju – SE. Coletiva de Natal, na Galeria da Arte Horácio Hora.

1974 – Salvador, BA.  Mostra Coletiva de Arte, no Ministério da Fazenda.

1974 – Salvador, BA.  Artistas Plásticos da Bahia. Diário de Notícias.

1974 – Salvador, BA.  Exposição Coletiva de Pintura, no Teatro Gamboa.

1975 – Salvador, BA.  Jovens Artistas Baianos Exposição Itinerante, na EBA-UFBA.

1975 – Salvador, BA. Exposição dos Artistas Contemporâneos da Bahia, na Galeria Cañizares (EBA-UFBA).

1975 – Vitória da Conquista. BA. 16 Artistas no Atelier.

1978 – Rio de Janeiro, RJ. Exposição Coletiva, no Espaço Dança Galeria.

1978 – Salvador, BA. Coletiva. A mulher na arte da Bahia, no Foyer do TCA.

1978 – Salvador, BA. Exposição de artistas baianos, no Clube de Engenharia.

1978 – Salvador, BA. Exposição de Centenário de Fundação da EBAUFBA.

1978 – Salvador, BA. 1º Salão de Verão. Fundação Cultural do Estado da Bahia, no Museu de Arte da Bahia.

1979 – Salvador, BA. Exposição Cadastro, no MAM-BA.

1980 – Salvador, BA. Exposição Coletiva em beneficio do Instituto dos Cegos da Bahia.

1980 – Salvador, BA. Leilão de Arte, na Katya Galeria (Salvador Praia Hotel).

1981 – Salvador, BA. 1º Leilão de Obras de Arte da Galeria Cavalete, no Clube Baiano de Tênis.

1983 – Salvador, BA.  Exposição em prol das Obras Assistenciais de Irmã Dulce, no Museu de Arte da Bahia (MAB).

1984 – Salvador, BA.  Encontros com a Arte Brasileira, no MAB.

1984 – Salvador, BA. Mulher nas Artes Plásticas, no Shopping Center Iguatemi.

1984 – Salvador, BA. Leilão de Arte Beneficente, no Salvador Praia Hotel.

1986 / 1990 – International Exibit of Contemporary Artists from Bahia and Americas.

1986 – Salvador, BA. Mostra Baiana de Artes Plásticas, na Associação dos Artistas Plásticos da Bahia.

1986 – Salvador, BA.  Exposição da Mudança. Artistas Plásticos.

1987 – Mostra Itinerante de Docentes da EBA-UFBA, em galerias, museus e universidades dos USA –  Cepambra/Illinois State University.

1988 – Salvador, BA.  Exposição Projeto Verão, no MAM-BA.

1989 – Salvador, BA.  Exposição do Bicentenário da Revolução Francesa, na Galeria Cañizares.

1990 – Salvador, BA. Exposição Coletiva dos Artistas Plásticos da Bahia, no Hall da Biblioteca Central – UFBA.

1990 – Salvador, BA. Mostra Itinerante de Artistas Baianos Contemporâneos, na EBA- UFBA.

1991 –  Salvador, BA. LBArte, na LBA.

1993 – Salvador, BA. Um abraço ao Liceu, no Liceu de artes e Ofícios.

1994 – Salvador, BA. Artistas Plásticos da UFBA, no Hall da Reitoria.

1995 – Salvador, BA.  UFBA. Traduz Bahia, na EBA-UFBA.

1995 – Salvador, BA.  Coletiva. Arte no Barra. Promovida pelas Fundação Gregório de Matos, no Shopping Barra.

1995 –  Salvador, BA.  Leilão “Projeto um sopro em prol do hospital Martagão Gesteira”, no MAM-BA.

1997 – Salvador, BA. Um Brinde ao Café. Exposição de Xícaras, no Cafelier.

1997 –  Salvador, BA. Um Novo Olhar sobre a Cidade, no Shopping Barra.

1997 – Salvador, BA. A Arte e seus Mestres, em Comemoração aos 120 anos da EBA-UFBA.

1997 – Salvador, BA. Exposição. Trezena de Santo Antônio – EBA-UFBA.

1999 –Salvador, BA. 1^º Leilão de Arte. MAM-BA / GACC.

2001 – Salvador, BA.  Presente de Arte para o Natal – O Espaço Cultural da Federação.

2002 – Salvador, BA.  Art for Sale, na Galeria ACBEU.

2002 – Salvador, BA. Exposição comemorativa 125 anos da Escola de Belas Artes, no Centro de Memória e Cultura dos Correios da Bahia.

2003 – Salvador, BA. Exposição de Artes Visuais da Bahia, na Academia de Letras e Artes do Salvador.

2003 – Salvador, BA. 1° Salão Bahia Marinhas, no 2° Distrito Naval.

2004 – Salvador, BA. 2° Salão Bahia Marinhas, no 2° Distrito Naval.

2005 – Salvador, BA. Afetos Roubados no Tempo. Instalação Processual e Itinerante, no ICBA.

2007 – Salvador, BA. Mulheres em Movimento, na Galeria Cañizares.

2005 – Salvador, BA. Afetos Roubados no Tempo, na Caixa Cultural Salvador.

2008 – Salvador, BA.  68+40 – Resgate da 2ª Bienal de Artes Plásticas de 1968.

2008 – Salvador, BA. Solidariedade Chico Diabo, na Ebec.

2008 – Salvador, BA. Leilão das Voluntárias Sociais, no Museu Rodin – Palacete das Artes.

2008 – Salvador, BA. Projeto Praia 24 horas. Associação dos Artistas Plásticas Modernos da Bahia e Bahiatursa.

2010 – Salvador, BA. Exposição Jornada Ecológica Move Arte, na Galeria Cañizares.

1971 – Prêmio de Aquisição, no 28º Salão Paranaense de Artes Plásticas, em Curitiba, PR.

1972 – Menção Especial, na Exposição Bahia Década 70, no ICBA, em Salvador, BA.

1978 – Menção Honrosa, no 1º Encontro de Arte da Fundação da Cidade do Salvador (Funcisa), em Salvador, BA.

Autores(as) do verbete:

Suzane Pinho Pêpe

Data de inclusão:

15/04/2014

Datas de revisão / atualização:

02/04/2021;