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Jamison Pedra
Foto Jamison por Patricia Carmo-

PEDRA, Jamison (Jamison Pedra Prazeres, Valença, Bahia, 12 de dezembro de 1938).   Retrato:   Foto: Patricia Carmo   Formação e desempenho artístico e acadêmico: 1960 – Frequentou o curso livre da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e as classes de pintura e desenho do artista plástico Adam Firnekaes. 1960[...]

"Taurus", 1989. Acrílica sobre tela, 80 x 80 cm
"Velas", 2002. Acrílica sobre tela, 80 x 100 cm
"Céu e mar", 2004. Arte digital
"Passante", 1971. Fotografia. Prêmio Editora Abril
"Remador na Festa de Iemanjá", 1973. Fotografia
"Sem título", 1972. Nanquim
Escultura no Estádio de Pituaçu, Salvador
"Peixe", 2013. Acrílica sobre tela, 80 x 100 cm
"Rumo XI", 2013. Acrílica sobre tela, 80 x 80 cm
"Taurus", 1989. Acrílica sobre tela, 80 x 80 cm
"Velas", 2002. Acrílica sobre tela, 80 x 100 cm
"Céu e mar", 2004. Arte digital
"Passante", 1971. Fotografia. Prêmio Editora Abril
"Remador na Festa de Iemanjá", 1973. Fotografia
"Sem título", 1972. Nanquim
Escultura no Estádio de Pituaçu, Salvador
"Peixe", 2013. Acrílica sobre tela, 80 x 100 cm
"Rumo XI", 2013. Acrílica sobre tela, 80 x 80 cm
Referências

PEDRA, Jamison (Jamison Pedra Prazeres, Valença, Bahia, 12 de dezembro de 1938).

 

Retrato:

 Foto Jamison por Patricia Carmo-

Foto: Patricia Carmo

 

Formação e desempenho artístico e acadêmico:

1960 – Frequentou o curso livre da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e as classes de pintura e desenho do artista plástico Adam Firnekaes.

1960 – Beneficiou-se da criação do Museu de Arte Moderna, onde se desenvolveu a chamada Escola Baiana de Gravura e, concomitantemente, quando despontou a Galeria Bazarte − que dava diversos suportes ao trabalho dos artistas − e responsabilizou-se pela publicação de quatro álbuns de Gravadores Baianos, dos quais Jamison Pedra participou.

Em 1963 expôs pela primeira vez na Galeria Bazarte, em Salvador, com destacada participação no movimento cultural que envolveu vários artistas dessa época, em Salvador, nas áreas das artes plásticas, fotografia e cinema. Participa, desde então, de diversas exposições, individuais e coletivas.

1963 – Primeira mostra, de desenho, na Galeria Convivium.

1960-1965 – Graduou-se em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UFBA), destacando-se nas técnicas de representação gráfica, perspectiva e croquis.

1966 – Viajou para a Europa, em visita a museus e galerias. Reintegrando-se, na volta, ao movimento da Galeria Bazarte, conduzida por Castro, um paulistano entusiasta do Novo Expressionismo; Castro atuava como teórico e articulador das vanguardas artísticas da Bahia, na década.

1968 – Ingressou na docência superior. Movimentos como Cinema Novo e Tropicalismo foram absorvidos como parte intelectual de sua vivência universitária. Havia, contudo, como comprova a história cultural baiana da época, terreno fértil, na atmosfera daquele clima, para  atuações  culturais. Ministrou as disciplinas Técnicas de Representação Gráfica, Plástica e Desenho de Observação, na Faculdade de Arquitetura e na Escola de Belas Artes (UFBA). Professor Auxiliar de Ensino, depois Assistente (1972) junto ao Departamento de Desenho da EBA, com trabalho acadêmico intitulado, Formas Naturais, suas relações nas incidências geométricas da arte de povos ditos primitivos (Salvador, EBA: UFBA. 1972, Mimeo.

1966-1968 – Participou de Bienais (em Salvador e em São Paulo), integrou, com regularidade, as atividades culturais de mostras artísticas de desenho e pintura, individuais e coletivas. Concebeu e executou painéis e esculturas e participou de concursos e salões. Recebeu prêmios, como desenhista (Prêmio Albrecht Dürer); realizou exposições locais (Galeria Círculo) e nacionais (Galeria AMI, BH, MG).

1970 – Na década de 1970, alcançou expressivo reconhecimento, como fotógrafo, 1º e 3º Prêmios Nacionais da Revista Realidade (categorias “Ação” e “Nossa gente”) SP, Editora Abril; e o 1º Prêmio no Salão de Fotografia da Bahia. Como cineasta, foi premiado com o curta-metragem “Vida: Carangejomen”, RJ, Jornal do Brasil.

1974 – O artista engajou-se num grupo de gravadores (serigrafia) do Instituto Cultural Brasil Alemanha, dirigido por  Rolland  Schaffner, sob orientação do gravador alemão Egon Eppich. Do trabalho coletivo, publicou-se um Álbum de Gravuras, do qual também participaram, Juarez Paraíso, Sônia Rangel, dentre tantos, da então geração da Escola de Belas Artes.

1976 – Realizou a mostra, Fotografia urbana, no Museu de Arte da Bahia, idealizou e contribuiu com fotos para capa de discos da gravadora Philips, Quinteto Violado; Bendengó  (Gereba) e Nas margens do Rio Gavião de Elomar, com Sílvio Robatto. Realizou o curta metragem O Forte, patrocinado pelo Departamento Estadual de Cultura (DESC), sobre poema de Myriam Fraga, no qual atuaram, então veteranos, como Harildo Deda, e emergentes, como Deolindo Checcucci.

1979 – Adotou o Construtivismo, expresso na pintura (Teresa Galeria de Arte e Galeria Panorama).  Projetou uma peça, Relógio de Sol, para integrar o conjunto arquitetônico–escultórico da entrada do Museu de Ciência e Tecnologia. Em estilo minimal art, concebeu peça escultórica, em aço, executada industrialmente, pela equipe da “Fluxo”, sob supervisão técnica do engenheiro  Hideo Hama.  A obra consiste de um móbile de grande proporção e encontra-se implantada à entrada do Estádio de Pituaçu, tendo sido recentemente restaurada.

1981 – Jamison Pedra interrompeu, temporariamente, a docência para cursar a pós-graduação. Viajou para os Estados Unidos da América, como Bolsista da Fulbright (Laspau). Permaneceu fora do país, por três anos, realizando o Curso de Mestrado em Fine Arts, sob orientação dos professores artistas Derick Woodham, escultura, e John Williams, gravura. Iniciou o Curso de Doutorado em Arte e Educação, orientado por Dr. Foster Wygant. Duas mostras do seu trabalho − pintura e gravura − ocorreram no Estado norte-americano; a primeira na Galeria do Continuing Education (Toledo, OH, julho de 1981) e a segunda na Tangeman Gallery  (Cincinnati, OH, junho de 1983), correspondendo, esta última, ao seu trabalho de tese, com o título Indian Song.

1984 – Retomou a docência na escola de Belas Artes e na Faculdade de Arquitetura (UFBA). Passou, então, a dedicar-se às atividades culturais, artísticas (exposição de pintura na Galeria ACBEU e de gravuras na Boulevard Galeria) e arquitetônicas, com exclusividade.

1985 – Como arquiteto, integrou a equipe do IRDEB (Instituto de Rádio Difusão do Estado da Bahia), tendo sido responsável pelo projeto arquitetônico para instalação dos transmissores e pela reforma estrutural do prédio da Rádio Educadora.

1985-1991 – Datam da transição, importantes mostras individuais do seu trabalho de pintura com o galerista Paulo Darzé  (Escritório de Arte da Bahia, quatro mostras de pintura  individuais, 1985, 1987, 1989 e 1991) e com Ana Maria Niemeyer, na Galeria Amniemeyer (Rio de Janeiro, 1988).

Dentre as atividades coletivas do período estão: Primeiro Salão Baiano de Artes Plásticas; Exposição de Pinturas “Homenagem a Brasília” (Brasília, DF.); publicação do livro Brasília, documentando a mostra (RJ: Spala); Mostra “A mão afro-brasileira”, Museu de Arte Moderna de São Paulo e do livro com o mesmo título, que registra a mostra (A mão afro-brasileira, SP: Tenenge) e, finalmente, mostra intitulada “Paz”, em Brasília, com livro respectivo (Paz, RJ: Spala, 1988).

1988 – Por um mês, em abril de 1988, o artista foi recebido, a convite da Dickinson College, PA, EUA, na cidade de Carlisle, PA no programa Artista visitante. Permaneceu naquela Universidade, realizando mostras de seu trabalho, conferências e reuniões informais com professores e estudantes.

1985-2000 – Jamison Pedra retornou à vida acadêmica, como Professor de Plástica da Faculdade de Arquitetura da UFBA, onde permaneceu como Professor Adjunto, aposentando-se no início da década de 1990.

Nos anos 90, a convite da Galeria Performance (Brasília, DF) expôs pinturas, dividindo o espaço da mostra com a artista baiana Fátima Tosca. Essa década foi produtiva em relação a edições culturais, que registraram contribuições das artes plásticas baianas: Signos e códigos da Arte Baiana, Walmir Ayala (Revista Ventura. RJ: Spala); Ensaio Foto/poemas, com Heloísa Prazeres (Revista Exu. Salvador: FCJA); Reprodução de tela de sua autoria foi capa desta mesma coleção, com encarte dedicado ao seu trabalho (Revista Exu. Salvador: FCJA); integrou a publicação Outras cores: 27 artistas, reportagens plásticas (Claudius Portugal, Salvador: FCJA; Telebahia, 1994); participou de edição comemorativa sobre obra de Castro Alves (Maria da Graça Mascarenhas (Org.), Salvador: Odebrecht); e também da Edição 100 Artistas plásticos da Bahia (Salvador: Prova do Artista, 1999).

1994 – Ingressa como Coordenador do Curso de Arte e Educação, da Universidade Salvador (UNIFACS). Para essa instituição privada de ensino superior, além de responsabilizar-se pela condução do curso, exerceu a docência e participou de atividades acadêmicas, cujos conteúdos eram afins aos de sua formação. Mais tarde, na mesma instituição, atuou como consultor para a instalação do Curso de Arquitetura, onde trabalhou por algum tempo, simultaneamente, como coordenador e professor do curso.

Iniciou-se em arte computacional, tendo recebido destaque de premiação (Prêmio Copene de Arte e Cultura, “Arte em computador”, 1997), com exposição na Galeria Prova do Artista. Participou, no final do decênio, de coletivas culturais, no Museu de Arte Moderna, “Tropicália 30 anos”, “Projeto 500 anos do descobrimento” (Prefeitura Municipal de Salvador) e de exposições sobre o tema arte digital, no Instituto Cultural Brasil-Alemanha e na Associação Cultural Brasil-Estados Unidos.

Jamison Pedra realizou mostras individuais de pintura na Paulo Darzé Galeria de Arte, em novembro de 2000, e no Museu  de Arte Moderna da Bahia, em agosto e setembro de 2002, com exposição intitulada “Luz e sombra”, registrada em catálogo.

2004 – Projetos de exposições de pintura, gravura, azulejos artísticos e edições de publicações culturais, idealizados pela Galeria Prova do Artista, de Dênisson Oliveira, foram realizados com a obra de Jamison Pedra: Projeto arte/Bahia, Hotel Sofitel  Quatro Rodas; Hotel Transamérica, em Salvador, além de painéis, para ambientação de espaços públicos (Liceu de Artes e Ofícios e Prefeitura de Salvador).

2005 – Sua obra integrou a seleção do número 40 da Revista da Bahia, dedicada às artes plásticas. Revista da  Bahia, nº 40, Salvador: Funceb, Secult.

A fortuna crítica do artista ampliou-se. Às vozes críticas dos poetas Myriam Fraga e Florisvaldo Mattos, se juntaram as dos jornalistas Reynivaldo Brito, Chico Ribeiro, Herbert Magalhães e as dos pintores Justino Marinho e Cesar Romero. Artistas e ensaístas passaram, então, a integrar o universo crítico de sua obra como: Mario Cravo; Almandrade; Aldo Trípode; Claudius Portugal e Heloísa Prazeres.

2007 – Participou da mostra “Seleções da arte contemporânea brasileira”, no Centro Cultural Correios do Rio de Janeiro, RJ, em abril.

2007 – Ainda no Museu de Arte Moderna da Bahia, em setembro de 2007, o artista participou de mostra coletiva, intitulada BA&BA (Buenos Aires-Bahia).

2010 – Jamison Pedra teve obra de fotografia publicada em livro “Tributo ao cotidiano”, selecionado pelo Edital “Fotografia baiana: apoio a publicações de ensaios fotográficos no estado da Bahia”, Salvador: Kalango, 2010.

2011 – Participou do Concurso Fotográfico do Centro Europeu sobre o tema “Ditos populares”, Euroclick 2011. Selecionado e premiado em 1º lugar com a foto “Eleição”.

 

Período de atividade:

A partir de 1963.

 

Principais especialidades:

Pintura, Escultura, Fotografia, Desenho e Arquitetura.

 

Outras atividades:

Professor de disciplinas de Representação Gráfica, Desenho de Observação e Plástica.

 

Assinatura:

 Assinatura Jamison

 

 

Dados biográficos:

Costumava acompanhar, quando criança, o trabalho de artesãos, no Tento, na cidade de Valença, Bahia, onde nasceu. Ali se construíam barcos pesqueiros e para transporte pelo rio Una. Aqueles mestres do ofício da madeira foram as suas primeiras referências estruturais e estéticas. Mais tarde, voltaria a esses meios, trabalhando no desenho, na criação plástica e na escultura. Fazia frequentes viagens à capital e aproximava-se também do mar. Naqueles anos quarenta, as travessias cotidianas eram feitas em condições de desafio e aventura, quando, à fragilidade dos saveiros de alto mar não correspondiam as distâncias do percurso, entre a cidade costeira e o porto de Salvador. Em depoimentos, Jamison ainda assinala o efeito que lhe provocavam tais experiências. Após mudança definitiva da família para Salvador, Jamison Pedra recebeu educação formal, convencional, enquanto, paralelamente, interessava-se pelo aeromodelismo, tornando-se construtor de pequenos aviões, em madeira, e bonecos articulados.

Depois dos estudos preparatórios, habilitou-se aos níveis médio e avançado − cursados nas principais escolas públicas da cidade de Salvador (Colégio Estadual Severino Viera e Colégio Central da Bahia). Conviveu com os que fizeram a história de sua geração: os da Revista Mapa e os do Movimento de Cinema Novo na Bahia. Companheiro do gravador, Mestre Calasans Neto, do poeta e amigo Georgeocohama Archanjo e dos mentores intelectuais, Pedro Castro e Ubiratan Rebouças.

Frequentou o curso livre da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia e  as classes de pintura e desenho do artista plástico alemão Adam Firnekaes. Cursou a Faculdade de Arquitetura, destacando-se nas técnicas de representação gráfica, perspectiva e croquis, que viria a ensinar, mais tarde, na mesma instituição. Como desenhista, deu a público  a sua primeira mostra  (Galeria Convivium, 1963), quando  já finalizava o curso de Arquitetura.

Viajou em seguida à Europa (Praga, Alemanha, Holanda, Paris, Itália e Espanha), onde permaneceu algum tempo, visitando museus, fotografando, desenhando, suplementando a sua formação. De volta, reintegrou-se ao movimento da Galeria Bazarte, conduzido pelo galerista Castro. Amigo dos artistas, Castro acolhia-os inclusive sob o teto da sua Galeria Bazarte − conforme documenta o curta-metragem de Carlos Alberto Gaudenzi, (Kabá), parceiro, entre tantos − hoje  artistas consolidados, daquela geração, Ekenberger, Edsoleda, Edson da Luz, Sônia Castro e Emanoel Araújo. Castro foi referência definitiva para todos os que respiravam as vocações das artes plásticas da década baiana de sessenta, em Salvador.

O universo de criação da pintura de Jamison Pedra dirige-nos à uma antiquíssima tradição que combinou arte e ciência: o trompe-l’oeil, a ilusão de ótica. Nesse seu mundo, reside uma herança que explorou efeitos ilusórios, de recursos de percepção visual, e criou um imaginário caracterizado pelo uso especializado da perspectiva, conforme se expressa o artista, quando fala da obra: ”no lugar de usar a linha para criar a perspectiva, utilizo a perspectiva,para criar a ilusão de volume, justamente apoiado no trompe-l’oeil” (PRAZERES, 2002).

Realidade pictórica que vem sendo construída há quase cinquenta anos − e que vem sendo proposta a público, em cada uma de suas mostras. Falando à mídia, o artista, sempre, mais ou menos, assim se pronuncia: “uso a ciência para criar arte. Tem que haver uma parte científica na arte, do contrário não existe avanço. Foi assim com os impressionistas, assim com a descoberta da perspectiva no Renascimento, e com a psicologia, no Surrealismo.” (PRAZERES, 2002).

Discretamente, o artista Jamison Pedra, rejeitou domiciliar-se no efeito, quase unânime, da opinião crítica, sobre a excelência do seu caminho como desenhista, sobre o qual se manifestou, o então vizinho, Jorge Amado: “Jamison experimenta e trabalha meterias diversos, e o faz sempre com resultados dignos de interesse, se bem eu ame acima de tudo seu desenho” (AMADO, 1996, p. 236).

Assim, mais analogicamente, do que de forma discursiva, a cidade de Salvador entra no seu mundo e o marca fundamente, através das marcas de hibridismo temático, fartura de movimentos e ritmo, largueza de campos, e cor, muita cor. São baianos, e são tomados do cotidiano da cidade, os elementos vivos, e os signos que, repentinamente, podem colher gestos de religiosidade; por isso, talvez, na recepção de sua obra, experimentemos uma espécie de sensação ritualística, como resultado da apreciação, da fruição, de suas composições de pintura. Seu ritmo particular, de quem sabe sobre tudo o que maneja, permite-lhe um grau de concentração, que é provocativo, e que, no espaço de criação, tudo faz com linha, cor, luz e sombra, na sintaxe de um trabalho, que em sua totalidade dialoga com quatro temas humanos: tempo, espaço, solidão e comunhão; mesmo que se experimente, como a poeta Myriam Fraga refere, o temor da voragem: “uma prática difícil,angustiada, tão detalhista na perfeição, ansiosamente buscada, que muitas vezes sentimos um certo susto, de vê-lo desistir pela impossibilidade de suportar tamanha tensão, tanto sofrimento.(FRAGA,1984).

A nobreza dos temas que toma a si contém-se nos elementos ordinários do cotidiano da cidade em que habita. Duas fotos suas, oriundas de um período de trabalhos experimentais em fotografia, foram premiadas nacionalmente; uma delas traz, em primeiro plano, um remo, como se fora uma lança, de um anônimo pescador (Remador na Festa de Iemanjá, a outra imagem, apresenta recortes fragmentários de cartazes afixados, num muro urbano, de onde sobressai um passante, um idoso, solitário, pedestre. Passante. Esse aspecto de apropriação daquilo que o rodeia, essa ausência de hierarquia de materiais, que democratiza sua arte, foi anotada pelo crítico Reynivaldo Brito: “Nós jornalistas reportamos o que acontece, ou vai acontecer, dando pinceladas do nosso testemunho… Jamison se utiliza da notícia pronta como matéria prima para a sua própria arte.(BRITO, 1983).

Ao revelar o que o rodeia, nada desprezando na composição de seu universo de inventor, a obra de Jamison Pedra está de acordo com a natureza e a função da arte. Propõe-nos o desafio de que vivamos em conexão com espaços de liberdade, e criemos um mundo dê passagem a uma distinta humanidade.

 

Mostras individuais:

1963 – Galeria Bazarte. Salvador, Bahia. Desenhos.

1963 – Galeria Convivium. Salvador, Bahia. Pinturas.

1964 – Galeria USIS. Salvador, Bahia. Pinturas.

1965 – Museu de Arte Moderna da Bahia. Salvador, Bahia. Desenhos

1966 – Galeria Le Dome. Salvador, Bahia. Pinturas.

1970 – “Poesia-Desenho”. Desenhos sobre poesias de Miryam Fraga. Foyer do Teatro Castro Alves, Salvador, Bahia.

1972 – Galeria Círculo. Salvador, Bahia. Desenhos.

1972 – Galeria AMI. Belo Horizonte, Minas Gerais. Desenhos.

1972 – Galeria de Arte da Bahia. Salvador, Bahia. Pintura.

1973 – Galeria Círculo. Salvador, Bahia. Desenhos.

1973 – Galeria O Cavalete. Salvador, Bahia. Pinturas.

1976 – Galeria da Associação Cultural Brasil Estadas Unidos. Salvador, Bahia, Pinturas.

1979 – Galeria Teresa. Salvador, Bahia. Pinturas.

1981 – Galeria do Continuing Education. Toledo, OH, USA. Pinturas

1983  – Tangeman Gallery. University of Cincinnati, OH, USA. Pinturas.

1984 – Art Boulevard Galeria. Salvador, Bahia. Gravuras.

1985 – Escritório de Arte da Bahia. Salvador, Bahia. Pinturas.

1987- Escritório de Arte da Bahia. Salvador, Bahia. Pinturas.

1989 – Escritório de Arte da Bahia. Salvador, Bahia. Pinturas.

1991- Escritório de Arte da Bahia. Salvador, Bahia. Pinturas.

2000 – Escritório de Arte da Bahia. Salvador, Bahia. Pinturas.

1986 – Galeria Geraldo Rocha. Vitória da Conquista, Bahia. Pinturas.

1988 – Galeria Amniemeyer. Rio de Janeiro. Pinturas.

1993 – Galeria Prova do Artista. Projeto Arte Bahia. Salvador, Bahia. Pinturas.

1997 – “Arte e computador”. Galeria Prova do Artista. Salvador, Bahia. Gravuras.

2000 – Paulo Darzé Galeria de Arte. Salvador, Bahia. Pinturas.

2002 – Museu de Arte Moderna, ago. set. 2002, com exposição intitulada “Luz e sombra”.

 

Murais:

1963 – Mural para a Fórum de Feira de Santana, 35 x 3 m, executado em concreto, moldado no local. Feira de Santana, Bahia.

1967 – Mural para o Banco do Estado da Bahia, agência de São Pedro. Salvador, Bahia. 8 x 3 m. Executado em cimento e ferro.

 

Esculturas:

1978 – Relógio do Sol, com 2 m de diâmetro, em concreto, para a Praça do Sol, Periperi, Bahia.

1979 – Relógio de Sol, com 1.45 m de diâmetro, em aço, para a Museu de Ciência e Tecnologia, Bahia. Concorrência Pública.

1979 – Escultura móvel, com 3 metros de altura por 5 de largura, em aço, para o Estádio de Pituaçu, Bahia. Concorrência Pública.

 

Fotografia:

1968 – 1° Salão Baiano de Fotografia.

1969 – 2° Salão Baiano de Fotografia.

1969 a 1973 – Trabalhos Fotográficos para a revista Veja. Editora Abril Cultural.

1970 – Instituto de Arquitetos da Bahia. “Fotografia Urbana”.

1973 – Participação, como convidado e membro da comissão julgadora, do I Salão de Fotografia da Faculdade de Arquitetura da UFBA.

1973 – X Bienal de São Paulo.

1973 – Galeria Cañizares. EBA UFBA.

1974 – Feira de Arte da Bahia. São Paulo.

1974 – Capas para os discos, da gravadora “Philips”: Quinteto Violado (Berra Boi), Bendegó (Bendegó) e Elomar (Nas Margens do Rio Gavião).

1974 – Cartaz Fotográfico para a II Mostra da Filme Etnográfico – UFBA.

1976 – Museu de Arte Moderna da Bahia. Tema Fotografia urbana.

1978 – 1979 – “Foto Bahia”. Salvador, Bahia.

1988 – “Fotos”. Exposição no Dickinson College. Carlysle, Pennsylvania, USA.

1991 – Exposição Fotográfica “Nossa Gente”. Galeria ACBEU. Salvador, Bahia.

1989 – Ensaio Fotográfico para a Revista Exu, com texto de Heloisa Prazeres. Fundação Casa de Jorge Amado.

2011 – Exposição Fotografia Euroclick – Curitiba, PR.

 

Cinema:

1969 – Participação no  Festival Nacional de Cinema, em curta metragem, do Jornal da Brasil, tema “Vida”, com o filme “Carangejhomem”. Duração: 1 minuto. Filmado em 16 mm e apresentado no Rio de Janeiro. Premiado em 5º lugar.

1976 – Jornada de Curta Metragem. Salvador. Participação com o filme “Vida Vídeo”, 8mm, com duração de 30 minutos.

2001 – Participação na Comissão Julgadora para Curta Metragem do Prêmio Carlos Vasconcelos. Secretaria da Cultura do Estado da Bahia.


Coletivas:

1965 – Artistas baianos em Los Angeles. Los Angeles, Califórnia, USA.

1965 – Coletiva de Artistas Baianos em Brasília. Brasília, D.F.

1965 – Coletiva de Artistas Baianos. Feira da Cultura. Salvador, Bahia. A convite da Secretaria da Educação e Cultura do Estado.

1966 – I Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia. Salvador, Bahia.

1967 – IX Bienal de São Paulo.

1968 – II Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia. Salvador, Bahia.

1971 – Artistas Baianos. Instituto Cultural Brasil-Alemanha. Salvador, Bahia.

1971 – Artistas Baianos. Galeria da Faculdade de Belas Artes. Belo Horizonte. Minas Gerais.

1972 – Galeria do ICBA. Exposição e concurso em homenagem ao Centenário Albrecht Durer. Salvador, Bahia. 5° Prêmio.

1972 – “Arte Baiana Hoje”. Museu de Arte Moderna da Bahia. Salvador, Bahia.

1972 – Salão de Arte. Escola de Belas Artes de Belo Horizonte. Belo Horizonte. Minas Gerais.

1973 – XII  Bienal de São Paulo.

1973 – 150 anos de Pintura na Bahia. Museu de Arte Moderna. Salvador, Bahia.

1974 – Instituto Cultural Brasil-Alemanha. Mostra de Serigrafias. Salvador, Bahia.

1974 – Galeria do Clube de Engenharia da Bahia. Salvador, Bahia.

1975 – Exposição com o tema “Poluição”. Instituto Cultural Brasil-Alemanha. Salvador, Bahia.

1975 – Feira da Arte Bahia. Bahiatursa. Rio de Janeiro.

1980 – Artistas Baianos no Senegal. Homenagem a Jorge Amado. Senegal, África.

1984 – Galeria Cavalete. Salvador, Bahia.

1985 – “Artistas Baianos”. Fundação Edson Queiroz/Desenbanco. Universidade Federal do Ceará. Fortaleza, Ceará.

1985 – “10 Artistas Plásticos”. Galeria da Secretaria da Fazenda do Governo do Estado. Salvador, Bahia.

1986 – “Artistas Baianos em Brasília”. Casa da Manchete. Patrocinado pela Construtora Norberto Odebrecht S.A. Brasília, DF.

1987 – “Artistas Baianos”. Instituto de Cacau da Bahia. Salvador. Bahia.

1988 – Primeiro Salão Baiano de Artes Plásticas. Pinturas. Salvador, Bahia.

1988 – “Homenagem à Brasília”. Exposição de pinturas e publicação no livro “BRASÍLIA”. Editora Spala, Rio de Janeiro.

1988 – “A Mão afro-brasileira”. Museu de Arte Moderna de São Paulo. Publicação no livro do mesmo nome. Tenense, São Paulo.

1988 – “Paz”. Exposição e publicação no livro do mesmo nome. Tenense, São Paulo.

1990 – “Arte Brasileira – Antiga e Moderna”. A Galeria, São Paulo.

1991 – Atrium Galeria de Arte. Salvador, Bahia.

1997 – “Castro Alves”. Exposição e publicação no livro do mesmo nome. Patrocínio da Construtora Norberto Odebrecht. Foyer do Teatro Castro Alves, Salvador, Bahia.

1998 – “Tropicália 30 Anos”. Museu de Arte Moderna da Bahia. Pintura. Salvador, Bahia.

1999 – “Digital Arte Bahia”. Instituto Cultural Brasil-Alemanha. Salvador, Bahia.

1999 – “Arte Digital”. Associação Cultural Brasil Estados Unidos. Salvador, Bahia.

2007 – Participou da mostra Seleções da Arte Contemporânea Brasileira, no Centro Cultural Correios do Rio de Janeiro, RJ. abr.

2011 – Galeria MCR. Coletiva “Coleção Marcos Moniz Barreto. Salvador, Bahia.

 

Premiações:

1968 – Salão Baiano de Fotografia. Salvador, BA. 1º Prêmio.

1969 – Festival Nacional de Cinema do Jornal do Brasil. Rio de Janeiro, RJ. 5º Prêmio.

1971 – 1º Concurso Nacional de Fotografia, promovido pela Editora Abril, Revista Realidade, categoria Gente. São Paulo, SP. 3º Prêmio.

1972 – Exposição em homenagem a Albrecht Dürer. Concurso patrocinado pelo Instituto Cultural Brasil-Alemanha. Salvador, BA. 5º Prêmio.

1973 – II concurso Nacional de Fotografia, editora Abril, Revista Realidade. Categoria Ação. São Paulo, SP. 1º Prêmio.

1979 – Escultura Ambiental do Governo do Estado da Bahia. Relógio de Sol. lº Prêmio. Concorrência Pública.

1979 – Escultura Móvel, com 3 metros de altura por 5 de largura, em aço, para o Estádio de Pituaçu, Bahia. Concorrência Pública.

1997 – Prêmio Copene de Arte e Cultura. Salvador, BA. São Paulo, SP.

2011 – Prêmio de Fotografia Euroclick. Curitiba, PR. 1º Prêmio.

 

Publicações:

PONTUAL, Roberto. Dicionário das artes plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969. p. 276.

 

Publicações de imagens e comentários do trabalho:

Livros

ALVES, Aristides (Org.). A fotografia na Bahia (1839-2006). Salvador: SECULT, FunCultura, Asa Foto, 2003. p. 84.

A mão afro-brasileira. Ed. Tenenge, 1988.

Brasília. Rio de Janeiro: Spala, 1989.

Castro Alves: Biografia. Ed. comemorativa dos 150 anos de nascimento de Antônio de Castro Alves. Rio de Janeiro: Odebrecht, 1997.

MATOS, Matilde. Cinquenta anos de arte na Bahia. Salvador: EPP Publicações e Publicidade, 2010.

______. Água: reflexos na arte da Bahia. Salvador: EPP Publicações e Publicidade, 2012.

MUSEU DE ARTE MODERNA DA BAHIA. Salvador: SECULT, 2002. p. 170.

OLIVEIRA, Dênisson (Org.). 100 Artistas plásticos da Bahia. Salvador: Prova do Artista, 1999.

Paz. Rio de Janeiro: Spala, 1989.

PORTUGAL, Claudius, (Org.). Outras cores: 27 artistas, reportagens plásticas. Salvador: FCJA: Telebahia, 1994.

 

Revistas

AYALA, Walmir. Signos e códigos da arte baiana. Revista Ventura, n. 12 jul. ago. Rio de Janeiro, 1990.

Ensaio foto / poemas, com Heloísa Prazeres. Revista Exu, Salvador, 1989.

Reprodução da pintura “Taurus”, 60 x 60 cm e capa da Revista Exu, com encarte dedicado ao seu trabalho. Revista Exu, Salvador, 1989.

Revista da Bahia, Artes plásticas, n. 40, Salvador: SECULT/FUNCEB, abr. 2005, p. 66-70.

 

Bibliografia sobre Jamison Pedra:

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AYALA, Walmir. Signos e códigos da arte baiana. Revista Ventura, n. 12, Rio de Janeiro, jun. ago. 1990.

BRITO, Reynivaldo. Quando a pedra e o jornal tomam o caráter atemporal. Jornal A Tarde, Salvador, 14 nov. 1983.

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Referências
Autoria

Autores(as) do verbete:

Heloísa PrazereseMaria Herminia Olivera Hernández

Data de inclusão:

10/12/2014

Datas de revisão / atualização:

10/12/2014;

D536

Dicionário Manuel Querino de arte na Bahia / Org. Luiz Alberto Ribeiro Freire, Maria Hermínia Oliveira Hernandez. – Salvador: EBA-UFBA, CAHL-UFRB, 2014.

Acesso através de http: www.dicionario.belasartes.ufba.br
ISBN 978-85-8292-018-3

1. Artes – dicionário. 2. Manuel Querino. I. Freire, Luiz Alberto Ribeiro. II. Hernandez, Maria Hermínia Olivera. III. Universidade Federal da Bahia. III. Título

CDU 7.046.3(038)

 

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