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Irmão Paulo Lachenmayer, OSB
Fotografia sem datação. Autoria não identifica. Fonte: Arquivo do Mosteiro de São Bento da Bahia.

LACHENMAYER, Ernst (Ernst Lachenmayer – nome civil – Langenargen, Alemanha, 02 de janeiro de 1903 – Salvador, Bahia, Brasil, 07 de abril de 1990).   Retrato:   Formação: 1910/1917 – Estudos primários em Ravensburgo, Alemanha. 1917/1921 – Formação artística no atelier do escultor alemão Theodor Schnell (1870-1938) em Ravensburgo. Nesse período foi submetido a cursos[...]

Brasão de Armas da Congregação Beneditina do Brasil.
Brasão de Armas de Dom Helder Câmara. Dimensão: 10 x 14cm. Técnica: Guache aquarelado e ouro em pó (ouro em conquilha).
Brasão de Armas Dom Álvaro da Silva. Dimensão: 10 x 14cm. Técnica: Guache aquarelado.
Brasão de Armas Família Góes
Brasão de Armas Mosteiro de São Bento da Bahia
Brasão Papa Alexander VI.
Brasão do Museu de Arte Sacra da Bahia. Dimensão: 12 x 15cm. Técnica: Óleo sobre canvas.
Brasão de Armas do Arciprestado de Nossa Senhora da Divina Providência/Rio de Janeiro. Dimensão: 19 x 25cm. Técnica: Guache aquarelado e ouro em pó (ouro em conquilha).
Brasão de Armas da Paróquia de Nossa Senhora das Graças e de Teresinha do Menino. Jesus/Natal. Dimensão: 16 x 22cm. Técnica: guache aquarelado, tinta acrílica e ouro em pó (ouro em conquilha).
Capa do livro Relíquias DA BAHIA de Edgar de Cerqueira Falcão. Dimensão: 17 x 24cm. Técnica: Nanquim sobre papel.
Capa Gramática Nova do Francês de Cláudio Veiga. Dimensão: 16 x 23cm. Técnica: Guache aquarelado.
Emblema Academia de Letras da Bahia.
Ex-libris Cláudio Veiga. Dimensão: 9 x 12cm. Técnica: Nanquim sobre papel.
Ex-libris. Dom Clemente da Silva Nigra. OSB.
Frontispício Livro Velho do Tombo do Mosteiro de São Bento da Bahia.
Brasão de Armas da Congregação Beneditina do Brasil.
Brasão de Armas de Dom Helder Câmara. Dimensão: 10 x 14cm. Técnica: Guache aquarelado e ouro em pó (ouro em conquilha).
Brasão de Armas Dom Álvaro da Silva. Dimensão: 10 x 14cm. Técnica: Guache aquarelado.
Brasão de Armas Família Góes
Brasão de Armas Mosteiro de São Bento da Bahia
Brasão Papa Alexander VI.
Brasão do Museu de Arte Sacra da Bahia. Dimensão: 12 x 15cm. Técnica: Óleo sobre canvas.
Brasão de Armas do Arciprestado de Nossa Senhora da Divina Providência/Rio de Janeiro. Dimensão: 19 x 25cm. Técnica: Guache aquarelado e ouro em pó (ouro em conquilha).
Brasão de Armas da Paróquia de Nossa Senhora das Graças e de Teresinha do Menino. Jesus/Natal. Dimensão: 16 x 22cm. Técnica: guache aquarelado, tinta acrílica e ouro em pó (ouro em conquilha).
Capa do livro Relíquias DA BAHIA de Edgar de Cerqueira Falcão. Dimensão: 17 x 24cm. Técnica: Nanquim sobre papel.
Capa Gramática Nova do Francês de Cláudio Veiga. Dimensão: 16 x 23cm. Técnica: Guache aquarelado.
Emblema Academia de Letras da Bahia.
Ex-libris Cláudio Veiga. Dimensão: 9 x 12cm. Técnica: Nanquim sobre papel.
Ex-libris. Dom Clemente da Silva Nigra. OSB.
Frontispício Livro Velho do Tombo do Mosteiro de São Bento da Bahia.
Referências
Bibliográficas:

DUPEUX, Louis. História Cultural da Alemanha. Rio de Janeiro. Editora Civilização Brasileira, 1992.

GARDEL, Luiz D. Les Armoiries Ecclésiastiques au Brésil (1551-1962). Rio de Janeiro: Companhia Gráfica Luz, 1962.

VEIGA, Paulo. C. Irmão Paulo Lachenmayer, OSB: Um artista alemão no Mosteiro de São Bento (1922/1990).  Dissertação de Mestrado em Artes Visuais, Programa de Pós-graduação da Escola de Belas Artes, Universidade Federal da Bahia 2012. 179 fl

________. Irmão Paulo Lachenmayer, OSB: A arte germânica na Bahia. In: Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. Salvador, jan./dez. 2013. v. 108.

 
Eletrônicas seguidas dos links:

BRITO, Reynivaldo. Monges beneditinos. O trabalho e as ideias. In: A Tarde. 03.02.1978. Disponível em: <http://reynivaldobrito.blogspot.com.br/2011/10/monges-beneditinos-o-trabalho-e-as.html>. Acesso em: 25 jul. 2013.

LACHENMAYER, Ernst (Ernst Lachenmayer – nome civil – Langenargen, Alemanha, 02 de janeiro de 1903 – Salvador, Bahia, Brasil, 07 de abril de 1990).

 

Retrato:
Fotografia sem datação. Autoria não identifica. Fonte: Arquivo do Mosteiro de São Bento da Bahia.

Fotografia sem datação. Autoria não identifica. Fonte: Arquivo do Mosteiro de São Bento da Bahia.

 

Formação:

1910/1917 – Estudos primários em Ravensburgo, Alemanha.

1917/1921 – Formação artística no atelier do escultor alemão Theodor Schnell (1870-1938) em Ravensburgo. Nesse período foi submetido a cursos complementares para formação e habilitação de aprendizes.

1931/1934 – Especialização na Abadia de Münsterschwarzach, Alemanha, tendo como mestre o artista Maurus Kraus (1873 -1941).

 

Período de atividade:

Na Alemanha: 1917 a 1922. No Brasil: 1922 a 1990.

 

Principais especialidades:

Arquiteto, heraldista, escultor, ilustrador, calígrafo, designer gráfico.

 

Assinatura:
Variações do monograma do Irmão Paulo Lachenmayer.

Variações do monograma do Irmão Paulo Lachenmayer.

 

Dados biográficos:

Irmão Paulo nasceu em 1903, sendo seu nome de batismo Ernst Lachenmayer.  Sua pequena cidade natal, Langenargen, está situada no sudoeste alemão, no Estado de Baden-Württemberg, às margens do Lago de Constança que faz fronteira também com a Suíça e a Áustria.

Naquela passagem de século, os alemães viveram, nas palavras do germanista francês Louis Dupeux, “a mais rica e certamente a mais complexa história cultural do continente europeu” (DUPEUX, 1992, p.13). Inserido naquela realidade, Irmão Paulo testemunhou, de perto, as consequências de três grandes momentos da história da Alemanha: A unificação alemã, a Revolução Industrial e a Primeira Guerra Mundial.

A unificação dos reinos germânicos aconteceu apenas trinta e dois anos antes do nascimento de Irmão Paulo. Isto é, em 1871. A afirmação do germanismo, o pensamento subjetivo do romantismo, a oposição ao racionalismo mediterrâneo, a busca de uma identidade nacional, faziam parte da mentalidade alemã onde o jovem Lachenmayer se formou.

A consolidação do capitalismo financeiro atingiu gravemente a maior fatia de trabalhadores alemães, composta em sua maioria de camponeses e artesãos, categorias que estavam incluídos, respectivamente, a mãe de Irmão Paulo, Mathilde Bachmor e o pai, Albert Lachenmayer. Os efeitos das mudanças acontecidas na sociedade alemã foram sentidos pela família Lachenmayer.

Irmão Paulo nasceu em família humilde e católica. Quando tinha apenas dois anos de idade, o pai se mudou com a família para Ravensburgo, cidade vizinha e mais promissora. Fugindo da crise, montou um pequeno comércio em novo endereço, mas não obteve êxito. Faleceu três anos depois e deixou a família em situação ainda mais difícil.

Quando a Primeira Guerra Mundial começou, o jovem Lachenmayer estava com onze anos de idade. Era o terceiro de quatro irmãos que perderiam a mãe no final do conflito, em 1918. Os quatro irmãos, adolescentes e sem autonomia, por questão de sobrevivência, enfrentaram a separação. As duas irmãs se recolheram em conventos beneditinos alemães, e seu irmão mais velho, Adolf, se mudou para Munique, onde criou raízes. Irmão Paulo foi adotado pelo seu mestre.

Neste episódio reside uma interessante peculiaridade da formação artística de Irmão Paulo. Quando tinha quatorze anos de idade, o jovem Lachenmayer decidiu ser escultor. A vocação artística, ancestral, levou aquele jovem para uma oficina de arte sacra. Na prática, Irmão Paulo estava ingressando em um dos últimos modelos de corporação de ofício – as velhas guildas medievais –, remanescentes na Alemanha e estruturadas nas figuras do aprendiz, do oficial e do mestre.

Com a morte da mãe de Irmão Paulo, o seu mestre, Theodor Schnell, influente escultor sacro no sul da Alemanha, adotou o seu pupilo e passou a dedicar-lhe atenção especial, ensinando-lhe os segredos das artes sacras. Após quatro anos, depois de receber as lições para a formação e habilitação de aprendiz, Irmão Paulo foi submetido a um exame, com uma banca proveniente da Câmara de Artes e Ofícios de Ulm. A avaliação valia a obtenção do grau de Oficial. [1]

Aprovado com notas máximas, Irmão Paulo teve em sua formação artística a convivência com fatos marcantes da Alemanha do começo do século XX, onde se destacaram o movimento litúrgico e o modernismo alemão. Esses dois movimentos vão ilustrar duas tendências na vida de Irmão Paulo: A fé cristã e a arte.

Fenômeno inicialmente europeu, o movimento litúrgico aconteceu mais intensamente no sudoeste da Alemanha, muito próximo a Irmão Paulo, sendo Beuron a principal cidade. Centenas de milhares de jovens alemães vão se dedicar, naquele período, à vida monástica. Esse movimento católico patrocinou uma renovação da arte e da arquitetura sacra com ênfase na liturgia.

A proximidade que existia entre a cidade de Ravensburgo e a capital da Bavária vai colocar Irmão Paulo muito próximo ao epicentro dos acontecimentos artísticos daquelas décadas. Munique foi, ao lado de Paris, a cidade protagonista nas artes de vanguarda no mundo. É em Munique onde acontecem importantes fatos artísticos como a Deutsche Werkbund (1907), influente associação de artistas e artesãos alemães e o Der Blauer Reiter (1911), movimento expressionista de grande repercussão na Europa. Ressalta-se também o estreito vínculo que o Professor Theodor Schnell possuía com os artistas de Munique, sendo também um difusor do Jugendstil, o Art Nouveau alemão.

Mais do que uma sólida formação profissional constituída em modelos medievais, Irmão Paulo consolidou sua personalidade artística através de debates e intercâmbios com as novas tendências modernas acontecidas em sua juventude.

Historicamente, é possível identificar episódios de cunho religioso, social e político, acontecidos no Brasil e na Alemanha, que colaboraram na decisão de Irmão Paulo de deixar para trás as suas raízes e viver em um país sul-americano na condição de monge.

Enquanto na Alemanha pós-guerra a comunidade católica se multiplicava em número crescente de mosteiros, no Brasil as ordens religiosas, por mais de cem anos, conviveram com um contínuo esvaziamento que quase aniquilava a vida monástica. Decretos régios proibiam novos noviços em mosteiros brasileiros. O sistema de Padroado submetia a Igreja ao Estado. Com a República, o Estado se tornou laico e as ordens religiosas puderam pedir ajuda para reerguer os convalescidos cenóbios.

Naquele contexto, a vinda de Irmão Paulo para a Bahia pode ser inserida em fenômeno migratório de monges alemães que vão se espalhar pelo Brasil com a missão de revitalizar os institutos religiosos.

Irmão Paulo Lachenmayer chegou à Bahia em 13 de agosto de 1922. Junto com ele chegaram mais três monges. Dom Clemente Maria da Silva Nigra, Dom José Lohr Endres e Dom Conrado Metzzer. Na época, o Abade do Mosteiro de São Bento era Dom Ruperto Rudolf que lhe deu o nome monástico Paulo.

Primeira turma de vocações depois da Primeira Guerra Mundial, três daqueles quatro noviços alemães iriam prestar serviços relevantes para a história e para as artes da Bahia. Dom Clemente e Dom José Endres na história, e Irmão Paulo no campo das artes.

Apesar de jovem, 19 anos, Irmão Paulo Lachenmayer chegou ao Brasil com uma formação já estruturada e com um repertório técnico e filosófico fortemente influenciado pelos costumes pictóricos do seu país.

Será possível perceber no trabalho de Irmão Paulo influências do movimento litúrgico, das ideias funcionalistas defendidas pela Bauhaus, da linguagem xilográfica dos expressionistas, da cultura germânica da ilustração, do livro e da caligrafia.

É possível afirmar, sem margens de erro, que Irmão Paulo foi um dos precursores da arte moderna na Bahia. Enquanto esse movimento de vanguarda só viria a acontecer em nosso estado na década de 40 do século passado, já em 1922 chegava da Alemanha, um artista moderno em seu mais puro significado.

Lachenmayer possuía ascendência sobre os artistas modernos baianos que eram seus amigos. Entre eles, podemos destacar Mario Cravo Junior, Carlos Bastos e Alberto Valença.

Como ser um artista de vanguarda quando se é um religioso seguidor de normas monásticas? Algumas tentativas foram feitas por Irmão Paulo no intuito de implementar a nova filosofia. O desfecho é exemplificado pelo jornalista Reynivaldo Brito em seu blog. Ele escreveu:

 “Na qualidade de escultor, o Irmão Paulo fez um grande Cristo completamente diferente dos que estamos acostumados a ver. Conta ele que fez ainda uma Santa Teresinha, bem moderna, e o então cardeal D. Augusto Alvares da Silva mandou retirar as duas imagens porque não representavam o Cristo e a Santa.” (BRITO, 1978).

Prevaleceu a hierarquia, e Irmão Paulo se adaptou a rotina monástica, dedicando-se, com sucesso, à arquitetura sacra, à heráldica e às artes gráficas.

Na arquitetura religiosa, Irmão Paulo deixou exemplares de igrejas e altares, na capital e no interior baiano. Em estilo despojado, seus projetos eram comprometidos com novos ditames litúrgicos ratificados pelo Concílio Vaticano II. Destaca-se, entre outras a capela do Carmelo da Bahia, no bairro de Brotas, com méritos para tombamento. Observam-se também as consultorias prestadas para o agenciamento interno das grandes catedrais modernas do Brasil. Entre elas, a Catedral de Brasília, quando Irmão Paulo trabalhou com Oscar Niemeyer. São conhecidos também projetos de restauro em alguns monumentos históricos de Salvador, a exemplo da Igreja da Graça, da Igreja de Monserrat e da Igreja Abacial do Mosteiro de São Bento da Bahia. Ainda na área da arquitetura, é possível identificar no legado iconográfico de Lachenmayer, entre outras reconstituições, as do Mosteiro de São Bento da Bahia em distintos períodos.

No campo dos brasões, Irmão Paulo desempenhou papel de destaque na heráldica brasileira. Além de renovar o armorial eclesiástico brasileiro com mais de duas centenas de iluminuras heráldicas, o monge artista conseguiu abranger, na Bahia e no Brasil, as mais diversas áreas daquela ciência medieval, incluindo brasões para famílias, municípios e universidades. É de Lachenmayer a autoria do brasão de armas da UFBA que é, certamente, a nossa mais forte identidade visual legitimamente baiana.

Sobre a heráldica de Irmão Paulo, o especialista Luiz Gardel (1962) comentou:

Os anos mais nefastos para a arte heráldica são aqueles compreendidos entre 1900 e 1935 [...]. Esse período calamitoso termina aproximadamente no fim de 1940, graças aos esforços de um heraldista de gênio, o Irmão Paulo Lachenmayer OSB, conhecedor profundo de nossa ciência e artista de gosto irrepreensível, Irmão Paulo renovou e colocou em honra no Brasil a heráldica eclesiástica. Por seus conselhos a vários prelados vindos consultá-lo sobre os armoriais que desejavam tomar e compondo ele mesmo um grande número de brasões, Irmão Paulo criou verdadeiramente um estilo de armorial e despertou o interesse geral pelo brasão enquanto obra de arte. (GARDEL, 1962, p.13).

A história do design gráfico da Bahia tem em Irmão Paulo, um dos seus pioneiros. Ao lado de Manuel Querino, Arthur Arésio, Lênio Braga, Nelson Araújo, entre outros, o monge leigo de São Bento colaborou com grande frequência para a formatação das artes gráficas baianas. Autor de dezenas de capas de livros e diversas ilustrações, sacras e civis, Lachenmayer teve sua obra marcada pela representação dos símbolos da Bahia e da sua cultura.

Apesar de ter sido, o mestre de Irmão Paulo, um escultor sacro, a maioria dos seus trabalhos foram desenvolvidos na bi-dimensionalidade, sendo o papel o principal suporte. Sempre com um senso de equilíbrio, de simetria e de composição – comportamentos típicos das normas heráldicas –, as peças gráficas produzidas por Irmão Paulo vão receber diferentes tratamentos técnicos. Algumas particularidades vão predominar no trabalho do monge beneditino como o binômio ilustração/texto, o aspecto xilográfico dado às ilustrações, a assinatura com um monograma e a estilização elegante das formas e das letras.

O artista beneditino esteve mais vinculado à classe erudita da Bahia. Os intelectuais e os religiosos católicos movimentaram, em maior medida, a arte de Irmão Paulo Lachenmayer. Entre os membros da Igreja Católica sobressaem Dom Augusto Alvares da Silva, Dom Avelar Brandão Vilela, Dom Eugênio Sales, Dom Clemente Maria da Silva Nigra, Dom Hélder Câmara e Dom Lucas Moreira Neves. No âmbito civil, destacam-se o ex-reitor da UFBA, Dr. Edgar Santos, os ex-governadores Luis Viana Filho, Roberto Santos e Antônio Carlos Magalhães, os professores Cláudio Veiga e Frederico Edelweiss, os médicos Edgar Cerqueira Falcão e José Silveira, o embaixador português Jorge Preto e os poetas Carlos Chiacchio e Clóvis Lima.

O monge alemão também prestou serviços para instituições públicas e particulares das quais se destacaram a Prefeitura da cidade do Salvador, o Governo do Estado da Bahia, a Universidade Federal da Bahia, a Ótica Ernesto, o Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia / DERBA, a Empresa de Correios e Telégrafos /ECT e o Instituto Brasileiro para Investigação de Tórax / IBIT.

As capas e frontispícios de livros, e as composições gráficas feitas para ilustrar diversas publicações na Bahia já podem ser consideradas referências no design gráfico do nosso estado. Uma espécie de marca registrada de Irmão Paulo que levam o traço específico do artista. Entre eles, Quatro séculos de história da Bahia, Relíquias da terra de ouro, Relíquias da Bahia, Livro do Velho do Tombo, Missal Quotidiano, 400 anos do Mosteiro de São Bento da Bahia, Gramática Nova do Francês, A grande Salvador – Posse e uso da terra e a coleção de capas para a Revista Fiscal da Bahia e para Revista do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Entre outros.

O espólio deixado por Irmão Paulo Lachenmayer no acervo das artes da Bahia representa um vasto e ainda inexplorado conjunto iconográfico com vertentes para as mais diversas áreas de estudos no campo das ciências visuais. A história da arte baiana se enriquece com a inclusão desse artista nos debates, nas publicações, nas exposições e nas pesquisas que se ocupam em conhecer e divulgar a nossa cultura.

 

Premiações:

1971 – Roma, Itália. Comenda Pro Ecclesia et Pontifice, maior condecoração concedida por Roma a um irmão leigo.

1986 – Salvador, BA. Medalha do Mérito Cultural Castro Alves.

 

Títulos:

28.09.1984 – Salvador, BA Título de Cidadão da Cidade do Salvador.



[1] O oficial, na hierarquia de uma guilda, dominava um ofício, era remunerado e já podia pleitear a condição de mestre e ter sua própria oficina.

 

 

 

 

 

 

Referências
Bibliográficas:

DUPEUX, Louis. História Cultural da Alemanha. Rio de Janeiro. Editora Civilização Brasileira, 1992.

GARDEL, Luiz D. Les Armoiries Ecclésiastiques au Brésil (1551-1962). Rio de Janeiro: Companhia Gráfica Luz, 1962.

VEIGA, Paulo. C. Irmão Paulo Lachenmayer, OSB: Um artista alemão no Mosteiro de São Bento (1922/1990).  Dissertação de Mestrado em Artes Visuais, Programa de Pós-graduação da Escola de Belas Artes, Universidade Federal da Bahia 2012. 179 fl

________. Irmão Paulo Lachenmayer, OSB: A arte germânica na Bahia. In: Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. Salvador, jan./dez. 2013. v. 108.

 
Eletrônicas seguidas dos links:

BRITO, Reynivaldo. Monges beneditinos. O trabalho e as ideias. In: A Tarde. 03.02.1978. Disponível em: <http://reynivaldobrito.blogspot.com.br/2011/10/monges-beneditinos-o-trabalho-e-as.html>. Acesso em: 25 jul. 2013.
Autoria

Autores(as) do verbete:

Paulo Veiga

Data de inclusão:

24/04/2014

D536

Dicionário Manuel Querino de arte na Bahia / Org. Luiz Alberto Ribeiro Freire, Maria Hermínia Oliveira Hernandez. – Salvador: EBA-UFBA, CAHL-UFRB, 2014.

Acesso através de http: www.dicionario.belasartes.ufba.br
ISBN 978-85-8292-018-3

1. Artes – dicionário. 2. Manuel Querino. I. Freire, Luiz Alberto Ribeiro. II. Hernandez, Maria Hermínia Olivera. III. Universidade Federal da Bahia. III. Título

CDU 7.046.3(038)

 

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