MENDES, Antônio Rodrigues

*Freguesia de S. Salvador, Termo dos Arcos de Val de Vez, Bispado de Braga, Portugal, séc. XVIII – †Salvador-BA 18/06/1792

Ofício: Entalhador.

Período de atividade documentada: 1774 – 1792.

Assinaturas:

Santa Casa da Misericórdia da Bahia – Pupileira – Centro de Memória. Livro 5 de Termo de Admissão de Irmãos. Fo. 51v.

Filho de Simão Rodrigues e Maria Mendes, o entalhador português se casou com a baiana Juliana Maria da Assunção filha de Manuel Alves e Ana Maria de Jesus, no dia 13 de junho de 1753, na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, Bahia. Com ela teve um filho chamado Ricardo que foi batizado no dia 3 de maio de 1772. Em 22 de junho do ano de 1774, Antônio Mendes firmou contrato com a Santa Casa para um trabalho da igreja sendo admitido como irmão no quadro social no ano de 1778 (Arquivo Público do Estado da Bahia – APEB. Arquivos Privados – Série Documentação Pessoal Marieta Alves. Fichas Manuscritas: Entalhadores. Pasta-33 D), (APEB. Setor de Arquivos Privados – Série Documentação Pessoal Marieta Alves. Cadernos Manuscritos. Pasta-16), (ALVES, Marieta. Folhas Mortas que Ressuscitam. Editora ABC Gráfica – Prefeitura de Salvador. 1975. Pág. 105, 106 e 107), (Biblioteca Central da Universidade da Bahia – BCUfba. Centro de Estudos Baianos – Carlos Ott: Gaveta 02- Obras de Talha Igrejas – Ficha de Entalhadores – letra M).

Produziu à Santa Casa da Misericórdia, que o considerava como melhor entalhador, (BCUfba. Centro de Estudos Baianos – Carlos Ott: Gaveta 05 – Dados Históricos da Santa Casa da Misericórdia) o altar-mor mais moderno possível, com duas tocheiras sendo apenas restauradas e douradas outras vezes sofrendo algumas alterações (Pequeno Guia de Igrejas da Bahia – A Santa Casa da Misericórdia e sua Igreja – XI. Publicações da Prefeitura de Salvador, 1952). Nesta talha são empregados motivos assimétricos do rococó, apesar de não aderir à elegância comum ao estilo. Essas considerações do autor Carlos Ott não se referem a apenas essa obras, mas a muitas outras produzidas na Bahia. O segundo trabalho realizado por Antônio Mendes foi melhor recepcionado por Carlos Ott como sendo uma obra mais elaborada por um entalhador e não um artífice que copia mais do cria. Para ele, não houve uma escola especializada em talha na Bahia, apenas oficinas que transmitiam a técnica, mas não estimulavam a criatividade dos entalhadores (OTT, Carlos. A Santa Casa da Misericórdia da Cidade do Salvador. Rio de Janeiro, Ministério da Educação e Cultura, 1960). Para a Igreja da Nossa Senhora da Saúde e Glória Antônio Rodrigues restaurou o retábulo transformando-o de setecentista para o neoclássico em 1769 (ALVES, Marieta. História, Arte e Tradição da Bahia. Prefeitura Municipal de Salvador – Departamento de Cultura. Museu da Cidade, 1974. Pág. 66).

Para a capela de S. S. Sacramento da Sé, no dia 20 de março de 1792 Rodrigues produziu o Retábulo que infelizmente se perdeu pela demolição da Sé Primacial do Brasil em 1933 (APEB. Arquivos Privados – Série Documentação Pessoal Marieta Alves. Fichas Manuscritas: Entalhadores. Pasta-33 D), (ALVES, Marieta. Folhas Mortas que Ressuscitam. Editora ABC Gráfica – Prefeitura de Salvador. 1975. Pág. 105, 106 e 107), (Biblioteca Central do Estado da Bahia. Centro de Estudos Baianos – Carlos Ott: Gaveta 02- Obras de Talha Igrejas – Ficha de Entalhadores – letra M).

Antonio Rodrigues Mendes faleceu no dia 18 de junho de 1792 sendo sepultado na Ordem Terceira de São Francisco, deixando concluídos seus trabalhos. Em 10 de Junho de 1793 a viúva Juliana Maria da Assunção recebeu o restante do pagamento no valor de 318$000 da Irmandade SS. Sacramento da Sé pela obra do retábulo das paredes laterais da capela. (APEB. Arquivos Privados – Série Documentação Pessoal Marieta Alves. Fichas Manuscritas: Entalhadores. Pasta-33 D), (APEB – Arquivos Privados – Série Documentação Pessoal Marieta Alves. Cadernos Manuscritos. Pasta-16).

Obras Documentadas:

1.      Igreja da Santa Casa da Misericórdia

1774: Retábulo novo para o altar-mor ornado com dois tocheiros. 709$100 (APEB. Arquivos Privados – Série Documentação Pessoal Marieta Alves. Fichas Manuscritas: Entalhadores. Pasta-33 D), (APEB – Arquivos Privados – Série Documentação Pessoal Marieta Alves. Cadernos Manuscritos. Pasta-16), (ALVES, Marieta. Folhas Mortas que Ressuscitam. Editora ABC Gráfica – Prefeitura de Salvador. 1975. Pág. 105, 106 e 107), (BCUfba. Centro de Estudos Baianos – Carlos Ott: Gaveta 02- Obras de Talha Igrejas – Ficha de Entalhadores – letra M/ Gaveta 05 – Dados Históricos da Santa Casa da Misericórdia, ficha 40 e 41), (OTT, Carlos. A Santa Casa da Misericórdia da Cidade do Salvador. Rio de Janeiro, Ministério da Educação e Cultura, 1960. Pág. 99 e 100), (Pequeno Guia de Igrejas da Bahia – A Santa Casa da Misericórdia e sua Igreja – XI. Publicações da Prefeitura de Salvador, 1952. Pág. 9, 18).

2.  Convento do Desterro

1785: 38 castiçais de uma face entalhada e oito castiçais de três faces. Rs. 79$200 (APEB. Arquivos Privados – Série Documentação Pessoal Marieta Alves. Fichas Manuscritas: Entalhadores. Pasta-33 D), (ALVES, Marieta. Folhas Mortas que Ressuscitam. Editora ABC Gráfica – Prefeitura de Salvador. 1975. Pág. 105, 106 e 107), (BCUfba. Centro de Estudos Baianos – Carlos Ott: Gaveta 02- Obras de Talha Igrejas – Ficha de Entalhadores – letra M).

3.      Capela do S. S. Sacramento da Sé

20/03/1792: Retábulo das paredes laterais e duas pilastras. Acordado em 550 mil reis em três pagamentos (BCUfba. Centro de Estudos Baianos – Carlos Ott: Gaveta 02- Obras de Talha Igrejas – Ficha de Entalhadores – letra M).

1. 4.      Igreja da Saúde e Gloria.

04/1769: Restauro do retábulo do altar-mor setecentista para um neoclássico. (ALVES, Marieta. História, Arte e Tradição da Bahia. Prefeitura Municipal de Salvador – Departamento de Cultura. Museu da Cidade, 1974. Pág. 65, 66 e 67).

Autores(as) do verbete:

Camila Paes Lopes

Datas de revisão / atualização:

28/01/2014;