Palavra Chave
A-Z
Termo a ser pesquisado:      
Buscar apenas no título dos verbetes       Buscar em todo o dicionário
Letra inicial:
Mimo (Almir Oliveira da Cruz)
Retrato Mimo

(Cachoeira, Bahia, Brasil, 12 de janeiro de 1967) Mimo. Fotografia tirada na frente do ateliê do escultor  no Porto (Cachoeira) em 2013 (Foto: S. Pêpe) Formação:  Aprendeu a esculpir no ateliê de Dory. Período de atividade:  Cerca de 1983 – Atualmente. Principais especialidades:  Escultura de madeira Outras atividades: Pedreiro, pintor.   Dados biográficos Almir Oliveira da Cruz[...]

ALMIR OLIVEIRA DA CRUZ, MIMO - Máscara.
Datada: 2011. Escultura de madeira, h = 43 cm. Coleção particular (Salvador, BA)
ALMIR OLIVEIRA DA CRUZ, MIMO - Iemanjá (detalhe)
Escultura de madeira. h = 115 cm. Fotografia tirada no ateliê do escultor na Rua d"Ajuda esquina com a Rua 13 de Maio (Cachoeira, BA), em 2008. (Foto: S. Pêpe)
ALMIR OLIVEIRA DA CRUZ, MIMO - Xangô (detalhe)
Escultura de madeira, h = 70 cm. Exibida em 2012, na Exposição Coletiva Escultores de Cachoeira, no Espaço Cultural Fundação Hansen Bahia (Cachoeira, BA)
ALMIR OLIVEIRA DA CRUZ, MIMO - Oxum com escravo.
Escultura de madeira, h = 45 cm. Ateliê do escultor (Cachoeira, BA). (Foto: S. Pêpe, em 2008).
ALMIR OLIVEIRA DA CRUZ, MIMO - Casal africano.
Escultura de madeira, h = 80 cm, exibida em 2012, na Exposição Coletiva Escultores de Cachoeira, no Espaço Cultural Fundação Hansen Bahia (Cachoeira, BA)
ALMIR OLIVEIRA DA CRUZ, MIMO - Máscara.
Datada: 2011. Escultura de madeira, h = 43 cm. Coleção particular (Salvador, BA)
ALMIR OLIVEIRA DA CRUZ, MIMO - Iemanjá (detalhe)
Escultura de madeira. h = 115 cm. Fotografia tirada no ateliê do escultor na Rua d"Ajuda esquina com a Rua 13 de Maio (Cachoeira, BA), em 2008. (Foto: S. Pêpe)
ALMIR OLIVEIRA DA CRUZ, MIMO - Xangô (detalhe)
Escultura de madeira, h = 70 cm. Exibida em 2012, na Exposição Coletiva Escultores de Cachoeira, no Espaço Cultural Fundação Hansen Bahia (Cachoeira, BA)
ALMIR OLIVEIRA DA CRUZ, MIMO - Oxum com escravo.
Escultura de madeira, h = 45 cm. Ateliê do escultor (Cachoeira, BA). (Foto: S. Pêpe, em 2008).
ALMIR OLIVEIRA DA CRUZ, MIMO - Casal africano.
Escultura de madeira, h = 80 cm, exibida em 2012, na Exposição Coletiva Escultores de Cachoeira, no Espaço Cultural Fundação Hansen Bahia (Cachoeira, BA)
Referências
Bibliográficas:

HALLAWELL, Philip. À mão livre: a linguagem do desenho.  São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1994.

PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética. Tradução Maria Nery Garcy. 3. ed. São Paulo: Martins Fortes, 1997.

SALUM, Maria Helena Leuba. Cem anos de arte afro-brasileira. In: AGUILAR, Nelson (Org.). Mostra do redescobrimento: arte afro-brasileira. São Paulo: Associação Brasil 500 Anos de Artes Visuais, p. 113.

Arquivísticas:

Documentos pessoais do artista Mimo.                                                    

Depoimentos:

ARAÚJO, Lourival Cardoso (Dory). Depoimento a Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 13 de junho de 2008.

CRUZ, Almir Oliveira (Mimo). Depoimentos a Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 30 de abril de 2008, 8 de novembro de 2011 e 2 de outubro de 2012.

Eletrônicas seguidas dos links:

SANTANA, Leonir. Mãos que entalham arte: Os “artistas da madeira” de Cachoeira. Disponível em: http://www.ufrb.edu.br/janelasculturais/?p=107. Acesso em: 25 jul. 2013.

Bibliografia sobre Almir Oliveira Cruz (Mimo):

Livros e catálogos:

CON/VIDA. Mimo. Popular’s  Arts of the Americans (Detroit – USA). Disponível em: http://www.convida.org/mimo.html Acesso em: 15 ago. 2013.

LIMA, Beth; LIMA, Valfrido. Em nome do autor: artistas, artesãos do Brasil. In name on the author: craft artists from Brazil. São Paulo: Proposta Editorial, 2008.

Periódicos:

ARAGÃO, Daniel. A arte de Cachoeira. A Tarde. Salvador, 29 abr. 1993. Caderno 2. Interior, p.5.

ARTISTAS de Cachoeira expõem hoje na Galeria do Ferrão. Correio da Bahia, Salvador, 3 abr. 1986, p. 5.COSTA, Alzira. Cachoeira revê o fim da escravidão. A Tarde, Salvador, 13 mai. 1987. Caderno 2, p.1.

CID Teixeira fala na Câmara de Cachoeira. A Tarde, Salvador, 16 ago 2002. Municípios, Caderno 4, p. 4.

EXPOSIÇÃO começa hoje no Solar do Ferrão. Correio da Bahia, Salvador, 3 abr. 1986. Interior, 2o Caderno, p. 5.

EXPOSIÇÕES. Correio da Bahia, Salvador, 15 mai. 1987. 2o Caderno, p. 2.

PÊPE, Suzane Pinho. Escultura e religiosidade afro-brasileira em Cachoeira. Revista Ohun, Salvador, n. 4. p. 33-59, 2008. Disponível em: http://www.revistaohun.ufba.br/pdf/Suzane_Pinho.pdf  Acesso em: 15 mar. 2011.

 

 

(Cachoeira, Bahia, Brasil, 12 de janeiro de 1967)

Mimo trabalhando na porta de seu ateliê (Cachoeira - BA) em 2013. (Foto: S. Pêpe)

Mimo trabalhando na porta de seu ateliê (Cachoeira – BA) em 2013. (Foto: S. Pêpe)

Mimo. Fotografia tirada na frente do ateliê do escultor  no Porto (Cachoeira) em 2013 (Foto: S. Pêpe)

Formação: 

Aprendeu a esculpir no ateliê de Dory.

Período de atividade: 

Cerca de 1983 – Atualmente.

Principais especialidades: 

Escultura de madeira

Outras atividades:

Pedreiro, pintor.

Assinatura de Almir Oliveira da Cruz, Mimo. Verso de Máscara de madeira. Coleção particular.Foto: S. Pêpe

Assinatura de Almir Oliveira da Cruz, Mimo. Verso de Máscara de madeira. Coleção particular.Foto: S. Pêpe

 

Dados biográficos

Almir Oliveira da Cruz nasceu em 12 de janeiro de 1967 em Cachoeira (BA), onde vive até hoje, conhecido por Mimo. É um dos escultores representativos da cultura do Recôncavo e da afirmação das matrizes africanas nas artes plásticas. Seu pai era pedreiro e com ele aprendeu esse ofício que requer: “desenho, faixa, olhar se está certinho, no nível” (CRUZ, 2008) e uma percepção aguçada de espaço.

A sua trajetória como escultor está associada à da família dos escultores Louco (Boaventura da Silva Filho) e Maluco (Clóvis Cardoso da Silva). Ainda garoto, quando morava na Pitanga, passava por perto da casa e do ateliê de Louco, que costumava receber colecionadores, estudiosos e jornalistas. Aquele ambiente chamava a atenção de Almir.

Sobre a sua aprendizagem: “Aprendi olhando, depois, lixando. Frequentei o ateliê de Dory, vi Doidão, Louco Velho e Roque trabalhar [...]” (CRUZ, 2008). Foi no ateliê de Dory (Lourival Cardoso de Araújo), sobrinho de Louco e Maluco, que teve a oportunidade de praticar a arte do entalhe até se tornar independente em 1998, quando conseguiu um novo espaço para trabalhar (CON/VIDA).

No início assinava Almir, mas adotou o nome artístico “Mimo Escultor” ou simplesmente “Mimo” a fim de não ser confundido com Almir Ferreira Neto (A.F.N.), mais conhecido como Maluco Filho, da família do Louco, autor do entalhe da fachada do Bar Cabana do Pai Thomaz (Cachoeira).

Mimo usa jaqueira, cedro, sucupira, maçaranduba, jacarandá para fazer as suas esculturas, preferindo os relevos em formatos grandes e médios, que são finalizados com a aplicação de seladores e cera, para obter tonalidades variadas (CRUZ, 2008).

Define o seu “estilo” como “afro-brasileiro” e se preocupa com a continuidade da arte vinculada às raízes da cultura local.

Hoje em dia se procura resgatar essa cultura que é uma cultura viva e se transmite para a madeira através da nossa perspectiva de trabalho. Transfere-se isso que é uma coisa do passado, não é uma coisa do presente. Mas a gente quer tornar vivo isso, para essa raiz, essa cultura nunca morrer, sempre viva na mente, no coração dagente e dos consumidores. (CRUZ, 2011).

Sob uma perspectiva analítica, a arte afro-brasileira foi compreendida como “qualquer manifestação plástica e visual que retome, de um lado, a estética e a religiosidade africanas tradicionais, e, de outro, os cenários socioculturais do negro no Brasil” (SALUM, 2000, p. 113).

Entre os temas que esculpe estão orixás, santos, escravos e máscaras. As suas esculturas têm como compradores os turistas nacionais e estrangeiros que visitam Cachoeira e adquirem seus trabalhos como objetos de fruição e decoração. Além desses, membros de terreiros encomendam amuletos de orixás, pilões, carrancas e alguns santos, como Santa Bárbara e Santo Antônio (CRUZ, 2008).

Orixá é o tema mais procurado pelos turistas, entretanto, as suas peças atuais mais expressivas são cabeças de escravos protegidas por cabeças de orixás ou caboclos. Na leitura de Mimo, essas entidades, antigamente, garantiam a proteção de negros escravos (CRUZ, Almir, 2012). Mimo não esconde a sua religiosidade: “A minha concepção é de que primeiro Deus, depois os Orixás. Sou espiritualista [...]” (CRUZ, 2008).

Nos últimos anos, as máscaras constituem seu tema predileto.

O tema principal meu é a máscara africana. Eu procuro sempre resgatar porque através da face, da máscara, a gente consegue resgatar. Eu procuro ver as pessoas, o que estão transmitindo. Se é alegria, se é tristeza, se é angústia, a gente consegue enxergar. A máscara transmite tudo. No tempo da escravidão era tudo sofrimento. Eram poucos os negros que tinham a oportunidade de estar alegres. Tudo era um constrangimento, era uma humilhação. Eles queriam uma coisa melhor e os patrões diziam que não. Eles viviam sempre refugiados sempre oprimidos. Então, acredito que seja por aí nosso sentimento. É por isso que faço essas máscaras (CRUZ, 2012).

As imagens de África – que circulam na mídia (televisão, jornais e revistas) –, também influem sobre a imaginação do artista. A sua intenção é tomar um ícone das culturas ditas tradicionais africanas para registrar um sentimento que está na memória coletiva: o sofrimento da escravidão.

A arte como expressão de sentimentos e visão de uma realidade (PAREYSON, 1997, p. 21) parecem ser preponderantes na feitura de suas máscaras e seus escravos esculpidos. O papel do artista plástico é estimular visualmente o observador a sentir e a pensar sobre o tema (HALLAWELL, 1994, v. 1, p. 51).

Mimo participou de diversas exposições coletivas e seu trabalho foi aceito nas quatro últimas bienais do Recôncavo, o que sinaliza o reconhecimento pela crítica do amadurecimento de sua linguagem plástica.

 

Participações em Salões, Bienais e coletivas

1984 – Cachoeira, BA – Exposição Coletiva, na Galeria do IPAC.

1986 – Salvador, BA – Cachoeira e seus Artistas, na Galeria Solar do Ferrão.

1990 – São Félix, BA – Exposição no Centenário de Emancipação Política da Cidade, na Casa de Cultura Américo Simas.

1991 – São Félix, BA – I Bienal do Recôncavo, na Fundação Dannemann.

1993 – Salvador, BA, Exposição In Memoriam do Escultor Boaventura da Silva Filho – o “Louco”, no Museu Afro-Brasileiro (Organização: CEAO-UFBA e AAACC).

1997 / 1998 – Salvador, BA, Brasil / Milwaukee, Winsconsin / Detroit, Michigan, USA – Exposição Coletiva Itinerante O Pelourinho! Popular Art from the historic heart of Brazil.

2000 – Salvador, BA – Exposição Coletiva de Artistas Regionais, na Galeria do SEBRAE.

2002 – Cachoeira, BA – Cachoeira na Ótica dos Artistas Plásticos Cachoeiranos, na Câmara Municipal.

2005 – Cachoeira, BA – Coletiva, na Galeria do IPAC.

2005 – Cachoeira, BA – Coletiva, na Sede da Irmandade da Boa Morte.

2006-2007 – São Félix, BA – VIII Bienal do Recôncavo, na Fundação Dannemann.

2009 – Amargosa, BA – Exposição Arte em Transformação, no Centro de Treinamento de Professores – UFRB.

2009 – São Félix, BA – IX Bienal do Recôncavo, na Fundação Dannemann.

2010 – 2011 – São Félix, BA – X Bienal do Recôncavo, na Fundação Dannemann.

2012 – Cachoeira, BA – Exposição Coletiva Escultores de Cachoeira, no Espaço Cultural Fundação Hansen Bahia.

2012 – 2013 – São Félix, BA – XI Bienal do Recôncavo.

Referências
Bibliográficas:

HALLAWELL, Philip. À mão livre: a linguagem do desenho.  São Paulo: Companhia Melhoramentos, 1994.

PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética. Tradução Maria Nery Garcy. 3. ed. São Paulo: Martins Fortes, 1997.

SALUM, Maria Helena Leuba. Cem anos de arte afro-brasileira. In: AGUILAR, Nelson (Org.). Mostra do redescobrimento: arte afro-brasileira. São Paulo: Associação Brasil 500 Anos de Artes Visuais, p. 113.

Arquivísticas:

Documentos pessoais do artista Mimo.                                                    

Depoimentos:

ARAÚJO, Lourival Cardoso (Dory). Depoimento a Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 13 de junho de 2008.

CRUZ, Almir Oliveira (Mimo). Depoimentos a Suzane Pinho Pêpe. Cachoeira, 30 de abril de 2008, 8 de novembro de 2011 e 2 de outubro de 2012.

Eletrônicas seguidas dos links:

SANTANA, Leonir. Mãos que entalham arte: Os “artistas da madeira” de Cachoeira. Disponível em: http://www.ufrb.edu.br/janelasculturais/?p=107. Acesso em: 25 jul. 2013.

Bibliografia sobre Almir Oliveira Cruz (Mimo):

Livros e catálogos:

CON/VIDA. Mimo. Popular’s  Arts of the Americans (Detroit – USA). Disponível em: http://www.convida.org/mimo.html Acesso em: 15 ago. 2013.

LIMA, Beth; LIMA, Valfrido. Em nome do autor: artistas, artesãos do Brasil. In name on the author: craft artists from Brazil. São Paulo: Proposta Editorial, 2008.

Periódicos:

ARAGÃO, Daniel. A arte de Cachoeira. A Tarde. Salvador, 29 abr. 1993. Caderno 2. Interior, p.5.

ARTISTAS de Cachoeira expõem hoje na Galeria do Ferrão. Correio da Bahia, Salvador, 3 abr. 1986, p. 5.COSTA, Alzira. Cachoeira revê o fim da escravidão. A Tarde, Salvador, 13 mai. 1987. Caderno 2, p.1.

CID Teixeira fala na Câmara de Cachoeira. A Tarde, Salvador, 16 ago 2002. Municípios, Caderno 4, p. 4.

EXPOSIÇÃO começa hoje no Solar do Ferrão. Correio da Bahia, Salvador, 3 abr. 1986. Interior, 2o Caderno, p. 5.

EXPOSIÇÕES. Correio da Bahia, Salvador, 15 mai. 1987. 2o Caderno, p. 2.

PÊPE, Suzane Pinho. Escultura e religiosidade afro-brasileira em Cachoeira. Revista Ohun, Salvador, n. 4. p. 33-59, 2008. Disponível em: http://www.revistaohun.ufba.br/pdf/Suzane_Pinho.pdf  Acesso em: 15 mar. 2011.

 

 
Autoria

Autores(as) do verbete:

Suzane Pinho Pêpe

D536

Dicionário Manuel Querino de arte na Bahia / Org. Luiz Alberto Ribeiro Freire, Maria Hermínia Oliveira Hernandez. – Salvador: EBA-UFBA, CAHL-UFRB, 2014.

Acesso através de http: www.dicionario.belasartes.ufba.br
ISBN 978-85-8292-018-3

1. Artes – dicionário. 2. Manuel Querino. I. Freire, Luiz Alberto Ribeiro. II. Hernandez, Maria Hermínia Olivera. III. Universidade Federal da Bahia. III. Título

CDU 7.046.3(038)

 

Informar Erro

Seu nome (obrigatório)

Seu e-mail (obrigatório)

(não será publicado)

Informe o erro (obrigatório)

Deixe um comentário



(não será publicado)


Digite seu comentário aqui...