Mario da Silva Cravo Júnior (13 de abril de 1923, em Salvador, BA).

1936 a 1940 – Primeiro e segundo ciclo, no Colégio Antônio Vieira, em Salvador, Bahia.

1945 a 1946 – Estuda as técnicas tradicionais da escultura em madeira no ateliê do santeiro popular Pedro Ferreira, em Salvador, Bahia.

ca. 1946 – Estuda no ateliê de Humberto Cozzo, no Rio de Janeiro.

1947 - Estuda como aluno especial com o escultor iugoslavo Ivan Mestrovic, na Escola de Belas Artes da Syracuse University, em Nova York, Estados Unidos da América, durante seis meses.

[1950?] a 1954 – Graduação em Belas Artes, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia – Ufba, Salvador, Bahia.

1954 – Presta concurso para a docência livre da cadeira de Gravura de Talho-doce, Água-forte e Xilografia, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia – Ufba, Salvador, Bahia.

1964/1965 – Como artista convidado, participa do programa Artists in Residence e realiza várias exposições em Berlim, Alemanha. A esta experiência seguiu-se a ida aos Estados Unidos da América, por seis meses, a convite do Departamento de Estado Norte-Americano.

1965 – A partir de maio, ministra a disciplina Escultura em Madeira, Pedras e Metais, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia – Ufba, Salvador, Bahia.

1966 – Recebe o título de Doutor em Belas Artes pela Universidade Federal da Bahia – Ufba, Salvador, Bahia.

1945 à atualidade.

Escultor, muralista, gravador e desenhista.

Pintor, professor.

Assinatura constante da folha de rosto do livro Mario Cravo Júnior: desenhos, organizado por Claudius Portugal, 1999

Mario Cravo Júnior nasceu em 13 de abril de 1923, na Ribeira, bairro da Península de Itapagipe, em Salvador, Bahia, na rua do Porto dos Tainheiros, às 13 horas, uma sexta-feira (CRAVO JÚNIOR, 27 abr. 2014, não paginado) filho de Mario da Silva Cravo e Marina Jorge Cravo. Antes de se descobrir escultor, cultivou interesse na astronomia, conforme indica José Valladares (1951, p. 162):

De início, aliás, nosso jovem artista não pensava em ser escultor: pensou em ser astronômo. As harmonias e mistérios cósmicos exerciam fascinação na alma do adolescente. Chegou a frequentar o Observatório Nacional. Além do que aprendeu e sentiu, restariam os troféus: ainda hoje, na sala de visita de sua casa ao Rio Vermelho, o móvel de mais vulto é um possante telescópio.

“É de uma curiosidade insaciável, interessado nos assuntos mais variados, desde a ciência do cosmo até as do comportamento”, escreve Jacob Klintowitz (1999, p. 100) anos depois. Em biografia escrita por Carybé (PORTUGAL, 1999, p. 46) nos é informado que o jovem Mario Cravo Júnior morou com a família em Alagoinhas, quando seu pai foi eleito prefeito daquela cidade e, na idade escolar, veio a Salvador ‒ ou “à Bahia”, como se dizia na época ‒ para estudar no internato do Colégio Antonio Vieira. As primeiras modelagens em argila brotam nas férias escolares, passadas na estação balneária Caldas de Cipó, na Fazenda Conceição, em Catu, e na Fazenda Palestina, em Santa Inês, no estado da Bahia (CRAVO JÚNIOR, 2003, não paginado).

Entre 1938 e 1943 viaja pelo interior da Bahia e Nordeste brasileiro, com interesses em pesquisas artísticas (CRAVO JÚNIOR, 30 abr. 2014), sendo que entre os anos de 1945 e 1946, tem seu primeiro professor, “um velho santeiro baiano, o último de sua estirpe, Pedro Ferreira”, segundo declara o artista em entrevista concedida a Clarice Lispector (21 jun. 1969 apud PORTUGAL, 1999, p. 86) e em cujo ateliê, em Salvador, aprende as técnicas tradicionais da escultura em madeira e, conforme Carybé, é lá que “[...] aprende regras gerais de anatomia e proporções, trava combate com o cedro e o jacarandá, aprende os segredos do ofício e a dificílima técnica de afiar goivas e guidavis” (PORTUGAL, 1999, p. 47).

Carybé comenta, ainda, que é nessa época que o jovem Mario se enamora de Lúcia e se casam em 1945 (CRAVO JÚNIOR, 1983, não paginado). “Casam e partem para o Rio [de Janeiro], onde Mário passou a trabalhar no atelier do escultor Humberto Cozzo. Lida já com outros materiais, familiariza-se com novas ferramentas e técnicas, discute, lê, assimila”, detalha o amigo Carybé (PORTUGAL, 1999, p. 47).

É da capital fluminense que Mario Cravo Júnior escreve para o escultor iugoslavo Ivan Mestrovic, pleiteando vaga na condição de aluno especial no curso da Escola de Belas Artes da Syracuse University, em Nova York, Estados Unidos da América. É aceito e, por seis meses, no ano de 1947, estuda com Ivan Mestrovic, com quem aprendeu o respeito pela natureza “dos materiais e seu comportamento plástico” (VALLADRES, 1951, p. 164). Nesse período tem contatos com o escultor Jacques Lipchitz, instala seu ateliê em Greenwich Village, nas proximidades da Washington Square e realiza sua quarta exposição individual (e primeira fora do Brasil), na Galeria Norlyst. “[...] passei um ano e meio lá”, declara em uma entrevista a Claudius Portugal (1999, p. 107). “Babilônia de modismos, foi a impressão que lhe deixou o meio artístico americano, como disse numa entrevista para o periódico Caderno da Bahia”, esclarece-nos José Valladares (1951, p. 163).

Em 1954 Mario Cravo Júnior presta concurso à docência livre da cadeira de Gravura de talho-doce, água-forte e xilografia, a qual teve o gravador Oswaldo Goeldi como membro externo da comissão examinadora. Um ofício da Escola de Belas Artes informava a Oswaldo Goeldi, então hospedado no Hotel da Bahia, que a comissão examinadora do concurso seria instalada às 10h de 8 de julho de 1954 (OFÍCIO 305, 1954). A partir de maio de 1965 exerce a função de professor da disciplina de Escultura em madeira, pedras e metais, naquele mesma Escola (CRAVO JÚNIOR, 2006, não paginado) (PORTUGAL, 1999, p. 112).

Em 1949, de retorno dos Estados Unidos da América, Mario Cravo Júnior fixa residência em Salvador e instala ateliê no Largo da Barra. Mario Cravo Júnior dispôs de uma prensa alemã para gravura em metal (prensa de água-forte), adquirida no Rio de Janeiro pelo crítico de arte e diretor do Museu do Estado, José do Prado Valladares, cedida por este e reformada pelo próprio Mario Cravo Júnior, e deu-se início à utilização da mesma para impressões de xilogravuras. Inicialmente a prensa foi instalada no ateliê do artista, um prédio inacabado e interditado (previsto para ser um cassino) no Largo da Barra, onde funciona atualmente o Grande Hotel da Barra (PORTUGAL, 1999, p. 108) e, posteriormente, segundo depoimento de Mario Cravo Júnior ao Jornal da Bahia em 27 e 28 de junho de 1965, a prensa foi levada para a Escola de Belas Artes. A prensa era específica para calcografia (gravura em metal) e não para madeira. Assim, ao exercer forte pressão sobre a matriz xilográfica (feita de madeira, e não de metal), chegava perto de se destroçar. Em termos plásticos, isso resultava em impressões que apresentavam a característica marcante de grandes zonas negras e forçava a uma simplificação ainda maior no entalhe da madeira, evitando traços finos e delicados e resultando em obras de maior densidade expressional. Essa produção, dado a essas características citadas, veio a ser denominada de Escola Baiana de Gravura.

Mario Cravo Júnior, juntamente com o carioca Henrique Oswald, filho do pintor e gravador Carlos Oswald, que passara a residir em Salvador em 1959 e a ensinar na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, bem como Hansen Bahia, que em 1963 também passa a ensinar gravura naquela mesma Escola, são considerados pelo crítico José Roberto Teixeira Leite (apud PONTUAL, 1969, p. 398) como os criadores da moderna gravura baiana.

O ateliê do artista naquele prédio inacabado e interditado no Largo da Barra funcionou também como um local atrativo a outros artistas. Sobre isso Mario Cravo Júnior declara

[...] comecei a trabalhar em gesso, chumbo batido. E chegando pessoas, Rubem Valentim, seu irmão Jorge, Jair Gramacho, [o crítico de arte] Wilson Rocha, aparece Lygia Sampaio, é a única mulher que trabalhou lá, enfim, Agnaldo [dos Santos], que não tinha onde ficar e passou a tomar conta, enfim, abriu-se um espaço onde meia dúzia, oito ou dez jovens trabalharam intensamente lá durante um ano, um ano e meio. Com isso, nos aproximamos da cidade. Vamos a uma puxada de xaréu, candomblé, e veio Verger para a Bahia… Então, veja bem, tudo isso é uma espécie de redescoberta, e tudo encontrou não só uma identidade, primeiros contatos com certos elementos de informações, uma aproximação de fontes até então inexploradas. Coisas que eram relegadas, como a capoeira. Capoeira era negócio de moleque, de baderneiro. Essa era a imagem que a classe média fazia. Nós então nos aproximamos e houve uma espécie de euforia, de descoberta da cidade, e conhecimento com linguagem e com técnicas, já que não éramos neófitos nem regionalistas no sentido restrito da palavra.

Quer dizer, realmente, talvez a minha responsabilidade, a minha ação maior, tenha sido de agente deflagrador desse mundo, pelo simples fato de ter tomado a casa e dizer: é esse o espaço, é aqui que tá fundado o negócio, eu trabalho e cada um de vocês faça o que quiser (CRAVO JÚNIOR apud PORTUGAL, 1999, p. 108).

Aquele mesmo atelier, sob a ótica de Carybé, vai se complementar assim:

Seu atelier era numa obra abandonada no Porto da Barra, itinerário de todos os artistas, o quartel-general da renovação das artes na Bahia. Ali havia sempre arquitetos, pintores, escultores, críticos, curiosos, gravadores, cineastas, grandes bate-papos e café. O mais importante era a generosidade de Mário quanto ao local, ferramentas, diálogo e materiais de que os artistas necessitassem. Se fossem principiantes, recebiam, também grátis, doses maciças de entusiasmo e orientação (PORTUGAL, 1999, p. 48).

Aos frequentadores do local Carybé acresce os nomes de Poty, Mary Vieira, Lenio Braga, Aldemir Martins e Marcelo Grassman (PORTUGAL, 1999, p. 48).

À pergunta que a escritora Clarice Lispector faz ao artista acerca de como se descobriu artista e, particularmente escultor, Mario Cravo Júnior responde: “Me senti escultor quando descobri um imenso amor pelos materiais e pelas formas. Tenho uma espécie de necessidade do contato com a matéria que será o instrumento de minha comunicação. Entre o escultor e a matéria, tem que haver um diálogo, antes que o resultante venha a se transformar em mensagem” (PORTUGAL, 1999, p. 87) e Napoleão Augustin Lopes escreve: a “matéria por si não tem existência própria, só tem realidade em união com a forma”, e transcreve declaração do artista acerca da talha direta: “Só assim se faz escultura plena. Cada matéria já trás insinuada nas suas entranhas a forma que o artista deve encontrar” (PORTUGAL, 1999, p. 8). Napoleão Augustin Lopes também informa que “Mário Cravo trabalha dez a doze horas por dia, pulsando sobre a matéria inerte [...]” (PORTUGAL, 1999, p. 8).

Sobre a concepção de escultura, a posição de Mario Cravo Júnior é assim explicitada por ocasião da realização da Primeira Bienal de São Paulo, certame ao qual ele próprio participa, angariando, também, o Terceiro Prêmio de Escultura:

Em 1951, o escultor suíço Max Bill foi premiado na I bienal Internacional de São Paulo e Mário Cravo estava lá, participando como jovem escultor. Admirou a peça de aço inoxidável de Max Bill, reconheceu o valor do artista e sua contribuição à linguagem da escultura contemporânea, mas ficou seguro de que aquele não era o caminho para o artista nacional:

“… Percebi então, que objetos com aquelas dimensões, matéria e forma, representam uma contribuição na área da escultura como linguagem, porém pobre como estímulo a ser seguido, pela total incapacidade de realizarmos algo similar no nosso país. [...]” (CRAVO JÚNIOR apud KLINTOWITZ, 1999, p. 102).

Segundo Jacob Klintowitz, Mario Cravo Júnior “Executava então esculturas de materiais disponíveis; madeira, pedra sabão, arenito e sucata de um modo geral” e destaca “A apropriação, o desmonte, a fragmentação, assim como a reorganização, a assemblagem, pintura ou pátina, fazem parte de um vocabulário universal que os escultores lançam mão ao seu bel-prazer” (KLINTOWITZ, 1999, p. 102), complementando que Mario Cravo Júnior

gosta de trabalhar com materiais não convencionais. Poucos escultores contemporâneos terão utilizado de maneira tão sábia o detrito, a sucata, o material desprezado. Ou o material com carga histórica, mas destruído. Como foi o caso das madeiras queimadas do mercado modelo que o artista utilizou para construir cinco Cristos dionisíacos, vitoriosos. [...] (KLINTOWITZ, 1999, p. 102).

Antes desta primeira participação na Bienal de São Paulo, Mario Cravo Júnior já desenvolvia uma série de experimentações artísticas desde 1943, exemplificada pela escultura em plastelina (tipo de massa de modelar) de título Construção espacial, datada de 1947, assim como Aquático, Oração e Composição em espiral, as três de 1949. De nítida concepção construtiva, Construção espacial não somente ilustra o desenvolvimento de obras abstratas por este artista, como também o situa cronologicamente à ambiência produtiva do final da década de 1940 a qual, no Rio de Janeiro, vai envolver os artistas Ivan Serpa, Almir Mavignier e Abraham Palatnik, representantes dos primeiros núcleos de produção de arte abstrata no Brasil, entre os anos de 1948 e 1949 (MIDLEJ, 2005, p. 154).

As primeiras coletivas das quais o escultor participa acontecem em 1944: o Salão ALA das Letras e das Artes, na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, certame organizado sempre na primavera por artistas e professores da Escola de Belas Artes, sob a liderança do crítico Carlos Chiacchio (SCALDAFERRI, 1997, p. 61) e o 1º Salão nacional de arte americana, na Associação Cultural Brasil-Estados Unidos – Acbeu, então localizada no bairro Mercês. Antes da viagem aos Estados Unidos, no ano de 1947, Mario Cravo Júnior promove sua primeira mostra individual, de título Esculturas e desenhos em dois espaços: na Acbeu, nas Mercês, e no Edifício Oceania[1] (PORTUGAL, 1999, p. 114), em frente ao Farol da Barra, na Barra Avenida.

Em 1950 participa de uma coletiva de pinturas e gravuras no Anjo azul, bar e restaurante inaugurado em julho de 1949, pelo antiquário José de Souza Pedreira e localizado à entrada do Largo 2 de Julho, à Rua do Cabeça, n. 34, “terceira porta. Por cima desta, tem um azulejo setecentista com bochechudo querubim – naturalmente azul. É difícil errar no endereço”, ensina-nos José Valladares (1951, p. 106), autor que ao descrever o Anjo azul menciona uma escultura em metal de Mario Cravo Júnior como parte integrante da decoração (VALLADARES, 1951, p. 106). O Anjo azul se constitui rapidamente em um destacado ponto de encontro da intelectualidade soteropolitana. Aquela coletiva mencionada reuniu obras de Portinari, Pancetti, Inimá de Paula, Líber Friedman e da tríade baiana modernista: Mario Cravo Júnior, Carlos Bastos e Genaro de Carvalho (COELHO, 1973, f. 24, nota 6).

O Instituto Geográfico e Histórico da Bahia acolhe, em 1950, a coletiva dos modernistas Mario Cravo Júnior, Jenner Augusto, Lygia Sampaio e Rubem Valentim. Dado à escassez de galerias de arte em Salvador nos anos 1940 e na primeira metade da década de cinquenta nas quais se pudessem expor, os artistas passaram a utilizar espaços públicos, a exemplo do saguão do Palácio Rio Branco e da Biblioteca Pública, ambos na Praça Municipal, e espaços em prédios da Rua Chile, tal qual a oitava mostra individual de Mario Cravo Júnior, intitulada Esculturas e desenhos. A despeito deste título, foram exibidos apenas oito desenhos dentre os 170 trabalhos, conforme noticia José Valladares (1957, p. 116):

Apresenta a exposição um total de 170 trabalhos. São 10 esculturas em madeira, 7 em pedra-sabão, 4 em cobre “repoussé”, 1 de ferro em fusão; 70 placas de esmalte, das quais 39 cinzeiros; 12 monotipias, 11 litografias, 4 xilografias, 9 aquatintas e águas-fortes, 2 gravuras a buril e 1 ponta-sêca; 15 estudos para esculturas e 8 desenhos. Representam estas obras o mundo mítico e sentimental do artista, os assuntos que o cercam na vida íntima e na vida exterior: os santos dos candomblés, a floresta tropical, a capoeira, animais, aves e peixes, tipos populares, lendas e concepções de um catolicismo muito peculiar.

José Valladares (1957, p. 117) também aponta as placas em esmalte como novidade daquela exposição e menciona ser este “[...] um meio de expressão que se adapta a seu temperamento [...]”, característica marcante na trajetória do artista que faz amplo uso de diversos materiais.

A carência de espaços na década de 1950 altera-se com o surgimento da Galeria Oxumaré, a primeira iniciativa de comercialização profissional de artes plásticas na Bahia, a qual funcionou de 1951 a 1961, no Passeio Público, em dependências cedidas pelos Diários Associados (LUDWIG, 1982, f. 89) e expôs jovens artistas baianos, incluindo Mario Cravo Júnior e Genaro de Carvalho, assim como acolheu individuais dos mais importantes artistas do país[2], incluindo uma de Mario Cravo Júnior em 1951.

Aos espaços disponíveis para mostras artísticas encontrava-se também o Belvedere da Sé, na Praça da Sé, que abrigava o Salão da Diretoria de Turismo da Prefeitura, local cuja parte superior consistia de um pátio ao ar livre e que acolhe a mostra de esculturas de Mario Cravo Júnior em 1955. Sobre esta mostra (e outras envolvendo espaços públicos) o artista declara, anos depois:

A minha luta toda, minhas exposições, eu fui um indivíduo que, desde o começo, as coisas que eu fazia botava em praça pública. Eu sou, talvez, um dos poucos escultores do Brasil que tem uma experiência, um contato com o homem comum em cidades brasileiras. Em cinqüenta, fiz exposições na Praça da Sé. O que é isto? É uma devolução, um retorno à minha cidade, à minha coletividade, dos elementos de inquietação, de ansiedade e de permuta. [...] Eu acho que a minha cidade me compreende, porque as minhas mensagens, eu as coloco facilmente em contato de pele (CRAVO JÚNIOR apud PORTUGAL, 1999, p. 109).

A vitalização do meio artístico baiano foi também creditada à revista Caderno da Bahia, considerada por Jorge Amado (1921-2001) como “de fundamental importância na evolução literária e sobretudo na revolução das artes plásticas baianas” (AMADO, 1996, p. 55). Para Carlos Vasconcelos Maia, líder do grupo responsável pela revista, a publicação era porta-voz de um movimento de ampla envergadura e que na área das artes plásticas contava com a participação, desde o primeiro número, dos jovens artistas Mario Cravo Júnior, Carlos Bastos e Genaro de Carvalho. Somaram-se, posteriormente, as contribuições de Rubem Valentim, Mirabeau Sampaio e Jenner Augusto.

Mario Cravo Júnior é autor de Antonio Conselheiro, emblemática escultura adquirida por Pietro Bardi, doada ao Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM-BA, segundo Clarival do Prado Valladares (PORTUGAL, 1999, p. 66) e que se encontra atualmente em exibição no Parque de Esculturas. Conforme Jorge Amado “O Conselheiro de Mário Cravo completa Os Sertões e explica Canudos” (PORTUGAL, 1999, p. 75). De tratamento expressionista, Antonio Conselheiro integrou a Primeira exposição ao ar livre do artista, no Belvedere da Sé, em 1955, mesmo ano de realização da peça. Cinco anos depois foi exibida no MAM-BA, ocupando a entrada do Teatro Casto Alves, então sede provisória do Museu, disposta de frente para o Campo Grande. O escultor baiano já havia, então, participado das três primeiras Bienais de São Paulo e da 26^a Bienal de Veneza. O artista, dado ao seu temperamento arrebatador e seu poder dialético foi, segundo Antonio Celestino (1982, p. 3) “quem mais aglutinou à sua volta quem pela arte moderna se interessava”.

Juntamente com outros artistas, Mario Cravo Júnior compõe os murais do Centro Educacional Carneiro Ribeiro – Escola Parque, em Salvador, onde assina a pintura em têmpera sobre madeira A força do trabalho, concluída em 1955, medindo 8,2 metros de altura por 20 metros de largura, afixada em parede do Pavilhão de Artes Industriais do Núcleo de Artes Visuais Laborais.

O escritor Jorge Amado, com sua concepção da função da arte ideologicamente orientada a um sentido do social e do popular, ao descrever o ofício do amigo Mario Cravo Júnior destaca o indivíduo, e não a obra, e credita o talento do escultor à força da natureza e ao capricho dos deuses:

Ferreiro saído dos infernos, coberto de fogo e aço, comido de goiva e ácido, os bigodes arrogantes, devassos, quase agressivos, os olhos de insônia, a boca em gargalhada, eis o guerreiro Mário Cravo em luta com o ferro bruto, a madeira pesada e ilustre, a pedra morta, para sempre morta mas, de repente, viva em sua mão, em seu talho, em sua forja, em seu destino deslumbrado e louco, em seu criar sem descanso.

A madeira, a pedra, o ferro, na forja dos infernos, nas mãos do derradeiro Exu da Bahia são a flor, a água, a poesia, a vida mais vivida e mais profunda. Uma força da natureza por um capricho dos deuses desencadeou-se na Bahia: Mário Cravo, o escultor (AMADO, 1996, p. 263).

Durante a década de 1960 desenvolve esculturas para edifícios no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Salvador, em projetos arquitetônicos assinados por Bina Fonyat, Paulo Antunes Ribeiro e Diógenes Rebouças (CRAVO JÚNIOR, 30 abr. 2014). Em 1964, o Senado de Berlim e a Ford Foundation o convidam como artista-residente; Mario Cravo Junior parte com a família e se instala em Spandau (PORTUGAL, 1999, p. 50). Foi um ano de exposições e viagens por vários países europeus. A esta experiência seguiu-se a ida com a família aos Estados Unidos da América, e estadia durante seis meses, a convite do Departamento de Estado Norte-Americano, ocasião em que realiza três exposições individuais em Washigton  e mais “[...] conferências e, no meio disso tudo, a pedido de amigos, aceita a direção dos Museus de Arte Moderna e de Arte Popular [...]” (PORTUGAL, 1999, p. 52) vago com a saída de Lina Bo Bardi (1914 -1992), em 1964, como consequência da ingerência provocada pela intervenção militar. O escultor atua como diretor entre 1966 e 1967[3] (CRAVO JR., 2003, não paginado).

Em fins de 1966, realiza três exposições quase simultâneas em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo e participa da Primeira Bienal Nacional de Artes Plásticas, a Bienal da Bahia[4], para a qual “aprontou sete esculturas, criadas em intenção às proporções do claustro do Convento do Carmo [...] com peças que vão dos três aos sete metros de altura”, informa-nos Carybé (PORTUGAL, 1999, p. 52).

Em 1970 é convidado pelo Município de Salvador para criar e executar a escultura-fonte denominada pelo artista como Fonte da rampa do mercado, uma escultura em fibra de vidro com 22 metros de altura, situada na Praça Visconde de Cairu (PORTUGAL, 1999, p. 112), próxima ao Mercado Modelo e cujas formas lembram tanto os arcos da Ladeira da Montanha, quanto velas estilizadas de saveiros, que eram embarcações que faziam a conexão entre as cidades do Recôncavo baiano e a capital. É deste mesmo ano em que concebe a Fonte da rampa do mercado que inicia trabalhos com os plásticos poliestireno e resina de poliéster (PORTUGAL, 1999, p. 113).

Entre 1960 e 1963 ensina escultura na Escola de Belas Artes da Ufba e em 1969 ilustra os livros Suor e O Compadre de Ogum, de Jorge Amado (CRAVO JÚNIOR, 30 abr. 2014). Em 1993 ocorre a inauguração do Espaço Cravo, no Parque Metropolitano de Pituaçu, em Salvador, com 50 esculturas permanentes de médio e grande dimensões ao ar livre, algumas estáticas e outras móveis e uma galeria que abriga outros trabalhos do artista, em várias técnicas e de vários períodos. O espaço desenvolve várias atividades educativas.

Em entrevista concedida a Carlos Soulié do Amaral, Mario Cravo Júnior (21 mar. 2012, não paginado), declara

 

Todo ser humano tem a chance de, no mínimo, nascer duas vezes [...] A primeira acontece quando surgimos. A segunda, quando podemos escolher onde viver e que linguagem, ofício ou missão eleger para nos manifestarmos e ganhar a vida. Eu escolhi ser artista e escolhi Salvador para exercer minha tarefa, assim como muitos escolhem a França e a Escola de Paris. Penso ter feito boa escolha. [...]

[1]   Marco da arquitetura baiana, o Edifício Oceania foi inaugurado em agosto de 1942 e é considerado o primeiro edifico de grande porte, com 48 apartamentos, cassino, lojas, dois cinemas, restaurante e garagem (SENA, 2000, p. 187).

[2]   Dentre os quais: Portinari, Di Cavalcanti, Goeldi, Samson Flexor, Pancetti, Poty, Djanira, Aldo Bonadei, Yolanda Mohaly, Inimá di Paula, Laszlo Meitner, Heitor dos Prazeres e outros modernistas, além de vários baianos. A Galeria Oxumaré foi criada pelo poeta Carlos Eduardo da Rocha (que atuou na direção), Zitelman de Oliva, José Martins Catarino e Manoel Cintra Monteiro.

[3] Maria Cecília França Lourenço (1999, p. 194, nota 38) situa de 1964 a 1966 o período ocupado pelo artista na direção do MAM-BA, baseada em informação da então museóloga daquela instituição, Luzia Ventura (MIDLEJ, 2008, f. 16, nota 21).

[4] À época da segunda edição da Bienal da Bahia, em 1968, Mario Cravo Júnior, na função de Conselheiro do Conselho Estadual de Cultura e contrário à organização do evento, endereça carta ao Governador Luis Viana Filho, publicada no jornal Diário de Notícias, de 6 e 7 de outubro de 1968, e pede exoneração da função (COELHO, 1973, f. 190-192).

1947 – Salvador, BA – Esculturas e Desenhos, na Associação Cultural Brasil – Estados Unidos – Acbeu, no bairro Mercês.

1947 – Salvador, BA – Individual, no Edifício Oceania, no bairro Barra Avenida.

1949 – Salvador, BA - Individual, no Edifício Sulacap, na Praça Castro Alves.

1949 – Nova York, Estados Unidos da América – Individual, na Norlist Gallery.

1950 – São Paulo, SP – Individual, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp.

1950 – Rio de Janeiro, RJ – Individual, no Ministério de Educação e Saúde.

1951 – Salvador, BA – Individual, na Galeria Oxumaré.

1954 – Salvador, BA – Esculturas e Desenhos, em prédio na Rua Chile.

1955 - Montevidéu, Uruguai – Amigos del Arte.

1955 – Porto Alegre, RS – Individual, na Associação Cultural Brasil-Estados Unidos.

1955 – Salvador, BA – Belvedere da Sé – ar livre.

1956 – Porto Alegre, RS – Individual, na Casa Dariano.

1958 – Salvador, BA – Individual, na área externa do Belvedere da Sé, na Praça da Sé.

1959 – Rio de Janeiro, RJ – Individual, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM-RJ.

1959 – Salvador, BA – Colóquio Luso-Brasileiro, na Escola de Teatro da Ufba.

1959 – Belo Horizonte, MG – Individual, no Museu de Arte Moderna de Pampulha.

1959 – São Paulo, SP – Individual, na Praça da República.

1959 – São Paulo, SP – Individual, no Saguão do Edifício Guinle.

1960 – Salvador, BA – Individual, no Diretório Acadêmico da Escola de Belas Artes.

1960 – Salvador, BA – Individual, no Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM-BA.

1961 – Rio de Janeiro, RJ – Individual, na Petite Galerie.

1962 – São Paulo, SP – Individual, na Petite Galerie.

1963 – Berlim, Alemanha – Individual, na Rathus Spandau.

1964 – Washington, Estados Unidos da América – Individual, no Institute of Contemporary Arts.

1964 – Wasghington, Estados Unidos da América – Cravo.

1964 – Washington, Estados Unidos da América – Individual, no Brazilian American Cultural Institute.

1965 - Salvador, BA – Três Estados do Ferro, na Galeria Convivium.

1965 – Washington, Estados Unidos da América – Individual, no Jardim da Embaixada Brasileira.

1966 – Rio de Janeiro, RJ – Três Estados do Ferro, na Galeria Bonino.

1966 – São Paulo, SP – Individual, na Galeria Astréia.

1966 – Brasília, DF – Individual, no Hall do Hotel Nacional.

1968 – São Paulo, SP – Cravo, na A Galeria.

1971 – São Paulo, SP – Individual, no Paço das Artes.

1971 – Fortaleza, CE – Cravo, na Galeria Recanto de Ouro Preto.

1971 – Salvador, BA – Mario Cravo Junior, na Galeria Círculo.

1972 – Rio de Janeiro, RJ – Cravo, na Galeria Bonino.

1972 – São Paulo, SP – Cravo, na Galeria Documenta.

1972 – São Paulo, SP – Exposição, na A Galeria.

1976 – Belo Horizonte, MG - Mario Cravo, na Galeria Ami.

1977 - São Paulo, SP – Exposição, na Galeria Scultura.

1979 – São Paulo, SP – Individual, na Galeria Scultura.

1980 – Salvador, BA – Cravo 80, no Farol da Barra, na Barra Avenida.

1983 e 1984 – Salvador, BA - Exposição no lançamento do livro Cravo.

1983 e 1984 - Rio de Janeiro, RJ - Exposição no lançamento do livro Cravo.

1983 e 1984 - São Paulo, SP - Exposição no lançamento do livro Cravo.

1984 – Salvador, BA – Cravo, Linha, Forma e Volume, no Núcleo de Artes do Desenbanco.

1984 – São Paulo, SP – Individual, na Galeria Múltipla.

1986 - Zurique, Suíça – Esculturas e Desenhos, na Galeria Ammann & Misteli.

1987 - Salvador, BA – Escultura e Desenhos, na Galeria Época.

1987 – Rio de Janeiro, RJ – Esculturas e Desenhos, na Galeria Anna Maria Niemeyer.

1990 – Salvador, BA – Individual, na Ada Galeria.

1993 – Salvador, BA – Individual, na Fundação Casa de Jorge Amado.

1993 – Salvador, BA – Individual, no Sebrae.

1998 – Salvador, BA – Cravo Formas e Mitos, no Museu de Arte Moderna da Bahia.

2002 – Salvador, BA – Evocações, na Paulo Darzé Galeria de Arte.

1944 – Salvador, BA – Salão ALA das Letras e das Artes, na Biblioteca Pública do Estado da Bahia.

1944 – Salvador, BA – 1º Salão de Arte Americana, na Associação Cultural Brasil – Estados Unidos – Acbeu Mercês.

1946 – Salvador, BA – 10º Salão ALA das Letras e das Artes Decenário.

1947 – Salvador , BA – Mario Cravo Júnior e Carlos Bastos, na Associação Cultural Brasil-Estados Unidos – Acbeu Mercês.

1949 – Salvador, BA – 1º Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel da Bahia.

1949 – Salvador, BA – 8ª Exposição em Homenagem ao IV Centenário da Bahia.

1949 – Salvador, BA – Coletiva, na Associação Cultural Brasil-Estados Unidos – Acbeu.

1950 – Salvador, BA – 2º Salão Baiano de Belas Artes, na Galeria do Belvedere da Sé, na Praça da Sé.

1950 – Salvador, BA – Novos Artistas Baianos, no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia.

1950 – São Paulo, SP – Da Natureza à Arte, no Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM-SP.

1951 – Salvador, BA – 3º Salão Baiano de Belas Artes, na Galeria do Belvedere da Sé. 2º prêmio.

1951 – São Paulo, SP – 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon.

1952 – Paris, França – Salão de Maio.

1952 – Rio de Janeiro, RJ – 1º Salão de Arte Moderna.

1952 – Rio de Janeiro, RJ – Exposição de Artistas Brasileiros, no Museu de Arte Moderna – MAM-RJ.

1952 – Santiago, Chile – Artistas Brasileiros.

1952 – São Paulo, SP – 2º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia.

1952 – Veneza, Itália – 26ª Bienal de Veneza.

1953 – Recife, PE – Mario Cravo Júnior e Carybé, no Teatro de Santa Isabel.

1953 – São Paulo, SP – 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados.

1954 – Berna, Suíça – Gravadores Brasileiros, no Museu Rath Berna.

1955 – São Paulo, SP – 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações.

1955 – São Paulo, SP – 3º Salão Paulista de Arte Moderna. 1º prêmio.

1955 e 1956 – Neuchatel, Suíça – Artistas Primitivos e Modernos Brasileiros Neuchatel.

1956 – Rio de Janeiro, RJ – 1ª Exposição de Arte Sacra da Pontifícia Universidade Católica do Brasil. 2º prêmio.

1956 – Salvador, BA – 6º Salão Baiano de Belas Artes, na Galeria Oxumaré.

1956 – Salvador, BA – Artistas Modernos da Bahia, na Galeria Oxumaré.

1957 – Montevidéu, Uruguai – Grabados Brasileños.

1957 – Rio de Janeiro, RJ – Salão para Todos, no Ministério da Educação e Cultura.

1957 – Santos, SP – 1º Salão de Belas Artes de Santos.

1957 – São Paulo, SP – 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho.

1957 – São Paulo, SP – Artistas da Bahia, no Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM-SP.

1957 – Tóquio, Japão – 1ª Bienal Internacional de Gravura de Tóquio, no Museu Nacional de Arte Moderna.

1958 – Belo Horizonte, MG – A Gravura Brasileira, no Museu de Arte da Pampulha.

1958 – Cidade do México, México – 1ª Bienal Internacional y Grabados.

1958 – Salvador, BA – Exposição de Artes Plásticas, no Forte de Mont Serrat.

1958 – Santos, SP – 5º Salão de Belas Artes de Santos.

1959 – Leverkusen, Alemanha – Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa.

1959 – Munique, Alemanha – Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus.

1959 – Rio de Janeiro, RJ – 30 Anos de Arte Brasileira, na Galeria Macunaíma.

1959 – Rio de Janeiro, RJ – 30 Anos de Arte Brasileira, na Galeria Macunaíma.

1959 – Rio de Janeiro, RJ – 7º Salão de Belas Artes.

1959 – Salvador, BA – Artistas Modernos.

1959 – São Paulo, SP – 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho.

1959 – Viena, Áustria – Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa.

1960 – Hamburgo, Alemanha – Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa.

1960 – Lisboa, Portugal – Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa.

1960 – Madri, Espanha – Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa.

1960 – Paris, França – Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa.

1960 – Rio de Janeiro, RJ – Coletiva, na Galeria Macunaíma.

1960 – Utrecht, Holanda – Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa.

1960 – Veneza, Itália – O Brasil na 30ª Bienal de Veneza.

1961 – Rio de Janeiro, RJ – 8º Salão Nacional de Belas Artes.

1961 – Salvador, BA – Coletiva, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia – Ufba.

1961 – São Paulo, SP – 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho.

1962 – Colorado, Estados Unidos da América – New Art of Brazil, no Fine Art Center Colorado Springs.

1962 – Minneapolis, Estados Unidos da América – New Art of Brazil, no Walter Art Center.

1962 – São Francisco, Estados Unidos da América – New Art of Brazil, no San Francisco Museum of Art.

1962 – São Paulo, SP – Seleção de Obras de Arte Brasileira da Coleção Ernesto Wolf, no Museu de Arte Moderna.

1962 – St. Louis, Estados Unidos da América – New Art of Brazil, no City Art Museum of St. Louis.

1963 – São Paulo, SP – 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal.

1963 – Washington, Estados Unidos da América – Brazilian Sculpture at Dupont Square.

1963 – Washington, Estados Unidos da América – New Art of Brazil, no Pan American Union.

1964 – Berlim, Alemanha – 13ten Ausstellung des Deutshen Kunstlerbundes.

1964 – Berlim, Alemanha – Ausländische Gäste.

1964 – Berlim, Alemanha – Deutsche Oper Berlin.

1964 – Berlim, Alemanha – Mario Cravo Jr., Skulpture in den Vitrinen.

1964 – Berlim, Alemanha – Stadien un Impulse.

1964 – Washington , Estados Unidos da América – Cravo, Sculpture and Drawings, no Institute of Contemporary Arts e no Brazilian American Cultural Institute.

1965 – Belo Horizonte, MG – Desenhistas Brasileiros em Coleções Mineiras, na Reitoria da UMG.

1966 – Madri, Espanha – Artistas de Bahia, no Instituto de Cultura Hispânica.

1966 – Porto Alegre, RS – Mostra de Arte Baiana, na Assessoria Riograndense de Imprensa, Galeria Cândido Portinari.

1966 – Salvador, BA – 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas (Bienal da Bahia).

1967 – Bonn, Alemanha – Beethovenhalle Bonn.

1967 – Londres, Reino Unido – In Our View, na Graves Art Gallery College of Hans and Elsbeth Juda.

1967 – São Paulo, SP – Artistas da Bahia, na A Galeria.

1968 – Nova York, Estados Unidos da América – Art of Bahia.

1968 – Rio de Janeiro, RJ – A Gravura Brasileira, no Museu Histórico Nacional.

1968 – São Paulo, SP – 1ª Exposição Internacional de Gravura, na Fundação Armando Álvares Penteado.

1969 – São Paulo, SP – Carybé, Carlos Bastos e Mario Cravo Jr., na Galeria de Arte Portal.

1970 – Berlim, Alemanha – DAAD, no Goethe Institut.

1971 – Paris, França – 4ª Exposition Internationale de Sculpture Contemporaine, no Museu Rodin.

1972 – São Paulo, SP – Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio.

1973 – Belo Horizonte, MG – Exposição Ilustrada de Jorge Amado.

1975 – São Paulo, SP – 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal.

1975 – São Paulo, SP – 7º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM-SP.

1977 -  Rio de Janeiro, RJ – 1ª Exposição de Escultura ao Ar Livre, no Sesc.

1977 – Salvador, BA – Coletiva de Inauguração, na Galeria Grossman.

1978 –  Rio de Janeiro, RJ – Escultura Brasileira no Espaço Urbano: 50 anos, na Praça Nossa Senhora da Paz.

1979 – Rio de Janeiro, RJ – Coletiva, no Parque da Catacumba.

1979 – São Paulo, SP – 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal.

1979 – São Paulo, SP – Praça da Sé.

1980 – Lisboa, Portugal – Seis Artistas da Bahia.

1981 – Guarujá, SP – Escultura ao Ar Livre, no Hotel Jequitimar.

1981 – Recife, PE – Exposição Recife – Latino-Americana.

1981 – Recife, PE – Exposição, na Galeria Augusto Rodrigues.

1984 – Ribeirão Preto, SP – Gravadores Brasileiros Anos 50/60, na Galeria Campus.

1984 – São Paulo, SP – Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal.

1985 – Rio de Janeiro, RJ – Cinco Artistas Brasileiros, na Galeria Aktuel.

1985 – São Paulo, SP – 16º Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna.

1985 – São Paulo, SP – 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal.

1986 – Brasília, DF – Baianos em Brasília, na Casa da Manchete.

1987 – Salvador, BA – Doze Artistas Brasileiros, na Anarte Galeria.

1987 – São Paulo, SP – As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.

1988 – Nova York , Estados Unidos da América – The Latin American Spirit: Art and Artists in the United States, 1920-1970, no The Bronx Museum of the Arts.

1988 – Salvador, BA – Escritório de Arte da Bahia Pinturas e Esculturas, no Escritório de Arte da Bahia.

1988 – Salvador, BA – Os Ilustradores de Jorge Amado, na Fundação Casa de Jorge Amado.

1988 – São Paulo, SP – MAC 25 Anos: Destaques da Coleção Inicial, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.

1989 – El Paso, Estados Unidos da América – The Latin American Spirit: Art and Artists in the United States, 1920-1970, no El Paso Museum of Art.

1989 – San Diego, Estados Unidos da América – The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no San Diego Museum of Art.

1989 – San Juan, Puerto Rico – The Latin American Spirit: Art and Artists in the United States, 1920-1970, no Instituto de Cultura Puertorriqueña.

1990 – Miami, Estados Unidos da América – The Latin American Spirit: Art and Artists in the United States, 1920-1970, no Center for the Fine Arts Miami Art Museum of Date.

1991 – Curitiba, PR – Museu Municipal de Arte: acervo, no Museu Municipal de Arte.

1993 – Salvador, BA – Exposição Comemorativa dos 70 Anos de Mário Cravo, no Sebrae.

1995 – Fortaleza, CE – Escritório de Arte.

1996 – São Paulo, SP – Arte Brasileira: 50 Anos de História no Acervo MAC/USP: 1920-1970, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.

1996 – São Paulo, SP – Norfest´96: Artes Visuais, no D&D Shopping.

1997 – São Paulo, SP – 3º United Artists: Luz, na Casa das Rosas.

1998 – São Paulo, SP – 2º Eletromidia de Arte.

1998 – São Paulo, SP – Pau Para Toda Obra, no Sesc.

1999 – Curitiba, PR – Arte-Arte Salvador 450 Anos, na Fundação Cultural de Curitiba. Solar do Barão.

1999 – Rio de Janeiro, RJ – Arte-Arte Salvador 450 Anos, no Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro.

1999 – Salvador, BA – 100 Artistas Plásticos da Bahia, no Museu de Arte Sacra.

1999 – Salvador, BA – Arte-Arte Salvador 450 Anos, no Museu de Arte Moderna.

1999 – São Paulo, SP – A Ressacralização da Arte, no Sesc Pompéia.

2000 – Salvador, BA – Exposição Acbeu Magalhães Netto.

2002 – Salvador, BA – Arte Bahia 2002, no Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM-BA.

2003 – Rio de Janeiro, RJ – Tesouros da Caixa: Arte Moderna Brasileira no Acervo da Caixa, na Caixa Cultural.

2003 – São Paulo, SP – Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake.

2004 – Rio de Janeiro, RJ – Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Museu Nacional de Belas Artes.

2006 – São Paulo, SP – A Imagem do Som de Dorival Caymmi, no Museu Afro-Brasil.

2006 – São Paulo, SP – Brasiliana Masp: Moderna Contemporânea, no Museu de Arte de São Paulo – Masp.

2007 – São Paulo, SP – Arte-Antropologia, no MAC Cidade Universitária.

1951 – Segundo Prêmio no 3º Salão Baiano de Belas Artes, na Galeria do Belvedere da Sé, em Salvador, BA.

1951 – Terceiro Prêmio na 1ª Bienal de São Paulo, SP.

1955 – Primeiro Prêmio no 2º Salão Paulista de Arte Moderna, em São Paulo, SP.

1955 – Segundo Prêmio na 3ª Bienal de São Paulo, SP.

1956 – Segundo Prêmio na 1ª Exposição de Arte Sacra da Pontifícia Universidade Católica do Brasil, no Rio de Janeiro, RJ.

1968– Concurso para executar duas esculturas em cobre, latão e aço inoxidável para o novo prédio do Banco do Brasil, em Salvador, em projeto arquitetônico de autoria de Bina Fonyat.

Fundação Raimundo Castro Maia, Rio de Janeiro, Brasil.

Instituto de Belas Artes, Porto Alegre, RS.

Museu Carlos Costa Pinto, Salvador, BA.

Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, MG.

Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp, São Paulo, SP.

Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM-BA, Salvador, BA.

Museu de Arte Moderna de Berlim, Alemanha.

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM-RJ, Rio de Janeiro, RJ.

Museu de Arte Popular da Bahia.

Museu de Arte da Bahia (ex-Museu do Estado da Bahia).

Museu Hermitage, Leningrado, Rússia.

Museum of Modern Art, Jerusalém, Israel.

Museum of Modern Art – MoMA, Nova York, Estados Unidos da América.

Pinacoteca do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC-USP, São Paulo, SP.

Museu Regional de Feira de Santana, BA.

Walker Art Center, Minneapolis, Estados Unidos da América.

Autores(as) do verbete:

Dilson Midlej