Gilberto Filho é um escultor baiano, cujo trabalho resulta da experimentação. Evoca a arquitetura moderna, destacando-se pela coerência temática,, harmonia das formas e cores de diferentes madeiras. A sua família mantém marcenaria de móveis rústicos na cidade de Cachoeira há muitas décadas, sendo o design dos móveis, realizado, geralmente, por ele. Participa de exposições desde os anos 1990.
Gilberto Filho, em 2022 (Foto: Zilma Pessoa).
Autodidata.
Desde os anos 1970.
Escultura.
Marcenaria.
Nascido na cidade de Cachoeira, no Recôncavo da Bahia, em 12 de novembro de 1953, Gilberto Dias Barbosa Filho é filho de Elza Oliveira Barbosa e Gilberto Dias Barbosa. A sua mãe trabalhava na fabricação de charutos, enquanto seu pai era marceneiro. Ele é casado com Zilma Nascimento Pessoa, professora; a filha do casal, Jamile Pessoa Barbosa, também é professora.
Nos anos 1960, Gilberto (pai) inaugurou uma marcenaria na cidade de São Félix, posteriormente, a transferiu para Cachoeira. Aí trabalham Gilberto Filho e seus irmãos. Além de carpintaria e marcenaria de esquadrias, a família se especializou em móveis rústicos. Gilberto Filho é quem, normalmente, faz o design dos móveis.
Gilberto Filho lembra que, aos 27 anos de idade, começou a fazer esculturas, usando madeira e prego, representando edifícios arquitetônicos, sobretudo, prédios religiosos. Nos anos 1990, Gilberto Filho foi experimentando composições com caixas de fósforo, cubos e paralelepípedos de madeira, o que resultou em formas da arquitetura moderna, que chamam a atenção pelo caráter experimental. Foi na mesma década que ele começou a mostrar as suas esculturas em exposições de arte locais.
As madeiras que Gilberto usa são compradas, exclusivamente, para esse fim e são diferentes das empregadas na marcenaria da família. Utiliza na escultura pau d’arco, sucupira, angelim e louro, que são cortadas, entalhadas e montadas, com o auxílio de formões, serrotes e martelos. Os blocos resultantes harmonizam formas, cores e tamanho que chega a 2,5 m de altura.
Para o escultor, “a madeira conduz o processo de criação, ela revela como a obra será realizada, é um gatilho para desenvolver a criatividade.” Ele faz questão de enfatizar o papel da imaginação na construção de sua arte: “Não faço cópias de prédios, mas utilizo a imaginação e a beleza da madeira para esculpir as minhas peças”. Diz também que seu processo é lento, dura meses até finalizar uma escultura. (Entrevista, 9 mar. 2022).
Gilberto Filho compreende que a marcenaria abriu espaço para a sua prática artística (Entrevista, 9 mar. 2022). Ele traz contribuição significativa às artes visuais, por seu processo de ideação das estruturas e volumes a partir de seu olhar sobre o imaginário das grandes cidades, o que resulta em arte construtivista de qualidade. Assim, procede à metalinguagem, ao empregar a linguagem escultórica para evocar a estética futurista na arquitetura.
O escultor participou de várias mostras locais, algumas bienais do Recôncavo na cidade de São Félix, assim como de coletivas, o que precisa ser mapeado através de pesquisas.
2010 – Cachoeira, BA – Esculturas de Madeira, no foyer do Centro de Artes, Humanidades e Letras – UFRB.
1991 – São Félix, BA – 1.ª Bienal do Recôncavo, na Fundação Dannemann
1993 - São Félix, BA – 2.ª Bienal do Recôncavo, na Fundação Dannemann
1995 - São Félix, BA – 3.ª Bienal do Recôncavo, na Fundação Dannemann
2012 – Cachoeira, BA – Escultores de Cachoeira: Arte em Madeira, no Espaço Cultural Hansen Bahia
Autores(as) do verbete:
Girlene Ferreira SantoseSuzane Pinho Pêpe
D536
Dicionário Manuel Querino de arte na Bahia / Org. Luiz Alberto Ribeiro Freire, Maria Hermínia Oliveira Hernandez. – Salvador: EBA-UFBA, CAHL-UFRB, 2014.
Acesso através de http: www.dicionario.belasartes.ufba.br
ISBN 978-85-8292-018-3
1. Artes – dicionário. 2. Manuel Querino. I. Freire, Luiz Alberto Ribeiro. II. Hernandez, Maria Hermínia Olivera. III. Universidade Federal da Bahia. III. Título
CDU 7.046.3(038)