A Associação Cultural Brasil-Estados Unidos ‒ Acbeu, mantém, desde sua fundação em Salvador em 1º de agosto de 1941, um ativo e constante programa acadêmico e cultural que tem em sua galeria de arte ‒ Galeria Acbeu ‒, um espaço cuja programação denota a preocupação em mostrar qualidade na arte ‒ independente do nome ou da fama do expositor ‒, assim como de incentivar os novos talentos que surgem, favorecendo a diversidade e refletindo as várias tendências artísticas da arte contemporânea. A instituição é detentora de um acervo artístico de mais de 320 obras de arte, distribuídas nas quatro unidades em que funciona.
CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de; SOUZA, Guaraci Adeodato Alves de. A produção não-capitalista no desenvolvimento do capitalismo em Salvador. In: FARIA, Vilmar; SOUZA, Guaraci Adeodato Alves de. Bahia de todos os pobres. Petrópolis: Vozes; CEBRAP, 1980. p. 71-101.
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LUDWIG, Selma Costa. Mudanças na vida cultural de Salvador 1950-70. 1982. 159 fls. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais – História) – UFBA. Salvador.
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PARAISO, Juarez. O acervo de artes plásticas da Associação Cultural Brasil-Estados Unidos. In: MIDLEJ, Dilson (Org.). Acervo ACBEU de artes plásticas. Salvador: Associação Cultural Brasil-Estados Unidos, 2003. p. 28-40.
PEREIRA, Elmer. ACBEU – uma história de sucesso. In: MIDLEJ, Dilson (Org.). Acervo ACBEU de artes plásticas. Salvador: Associação Cultural Brasil-Estados Unidos, 2003. p. 9-10.
PORTUGAL, Claudius (Org.). Mario Cravo Júnior: Desenhos. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado: Copene, 1999. (Casa de Palavras, Desenhos; 3).
SENA, Consuelo Pondé de. A Bahia de Carlos Bastos. In: BASTOS, Carlos. Carlos Bastos. Rio de Janeiro: Carlos Bastos, 2000. p.178 - 205.
TEATRO ACBEU comemora 10 anos. Revista de arte dendê. Salvador, ano 1, n. 4, p. 32-33, direção Raimundo Mundim, mar. abr. 1998.
Internet:
http://www.acbeubahia.org.br/cultural/gal_info_gerais.asp?sub2=on
Fundada em Salvador em 1º de agosto de 1941, a Associação Cultural Brasil-Estados Unidos ‒ Acbeu foi criada por representantes de vários segmentos da comunidade baiana e, desde então, mantém um ativo programa acadêmico e cultural cujas ações proporcionaram-lhe o reconhecimento de Utilidade Pública pela municipalidade e como Centro de excelência pelo governo dos Estados Unidos da América1 (PEREIRA, 2003, p. 9). Há registro da época de sua fundação ‒ quando se instalou provisoriamente nas dependências do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia ‒ da realização de uma mostra de gravuras de artistas brasileiros e norte-americanos (PARAISO, 2003, p. 28),2 já ilustrando, na prática, seu interesse por intercâmbio cultural e pelas artes plásticas, o que também demonstrou em suas instalações na Rua São Raimundo, na região central da cidade conhecida por Mercês, ocasião na qual a crítica de arte Matilde Matos rememora:
Muito antes de ter uma galeria, a ACBEU já abria seu espaço para o artista que o solicitasse. Lembro de um longínquo fim de tarde incandescente, como elas costumam ser aqui no verão, a emoção diante do primeiro vislumbre que tive da arte de Mário Cravo [Júnior]. Na exuberante vitalidade das esculturas e numa série de desenhos que tinham capoeiristas como motivo, o artista revelava o modernismo do seu traço, ressaltando a força da temática baiana. Vivíamos o final dos anos 40; a sede da ACBEU ainda era na Rua São Raimundo, sala comum, iluminação precária, mas Mário estava presente, impondo a sua linha na arte com o talento e a fluência que Deus lhe deu. A ACBEU exibia, pela primeira vez, o trabalho de um artista que rompia com a suavidade da pintura de antes da guerra ‒ reflexo da vida mansa que se vivia em Salvador até então ‒ provocando o olhar dos soteropolitanos. Como Mário, Carlos Bastos e outros artistas mostraram suas obras na sede da São Raimundo (MATOS, 2003, p. 14).
Em setembro de 1944 e aos dezoito anos de idade, Carlos Bastos aparecia em público pela primeira vez, expondo quatro pinturas na coletiva I Salão nacional de arte americana, na Acbeu (SENA, 2000, p. 187), da qual também participou Genaro de Carvalho.
A exposição a que Matilde Matos se referiu e cujo depoimento foi aqui transcrito ocorreu em 1947 e correspondeu à primeira individual de Mário Cravo Júnior de esculturas e desenhos que ocuparam dois espaços: a Acbeu, como mencionado, e o Edifício Oceania (PORTUGAL, 1999, p. 114),3 em frente ao Farol da Barra, no bairro Barra Avenida e, segundo a cronologia de exposições de Carlos Bastos, este também teria sido o ano em que os dois artistas expuseram juntos na Acbeu, antes de seguirem em viagem de estudos e pesquisas nos Estados Unidos da América. A busca de aprimoramento técnico e intelectual por artistas em geral foi corroborada por José Roberto Teixeira Leite, que escreveu sobre o cenário baiano nos anos 1940, e complementa a relevância dos espaços artísticos e sociais existentes e de novos, como o bistrô Anjo azul:
Na segunda metade da década de 40 produziu-se um arejamento generalizado: sucediam-se as exposições na Associação Cultural Brasil-Estados Unidos; diversos artistas viajaram ao exterior, em busca de aprimoramento técnico e intelectual. Em fins de 1948, foi inaugurado o cabaré Anjo Azul, com decorações de Carlos Bastos ‒ espécie de templo (ou de antro, segundo seus adversários) das novas tendências artísticas, poéticas ou literárias. Em 1949, realizou-se o primeiro Salão Baiano de Belas-Artes, no qual os [artistas] modernos expuseram lado a lado com os valores já consagrados (LEITE, 1979, p. 874).
Mário Cravo Júnior, Carlos Bastos e Genaro de Carvalho foram os três artistas baianos pioneiros que se tornaram referências da primeira geração modernista do Estado e, em parceria com outros artistas e intelectuais, enriqueciam o cenário cultural da cidade na década de 1940, ambiente cultural em que ao tempo em que se festejava o término da Segunda Guerra Mundial (1945), se experienciava os sinais da pré-metropolização de Salvador4 e ocorria a fundação da Universidade Federal da Bahia (1946).5 A despeito dessa efervescência, havia apenas um museu — o Museu do Estado da Bahia (LUDWIG, 1982, f. 33) ‒ que contava com a pinacoteca Jonathas Abbott, adquirida pelo Estado da Bahia e que se transformaria no principal núcleo de pintura do acervo do Museu, atualmente denominado Museu de Arte da Bahia.
Como em Salvador não tinha galerias de arte, as exposições ocorriam na Biblioteca Pública, nos halls do Palace Hotel (na Rua Chile) e do jornal A Tarde (na Praça Castro Alves), nas vitrines das lojas comerciais da Rua Chile, no Instituto Geográfico e Histórico e na Acbeu.6
Após a saída da Rua São Raimundo, a Acbeu ocupou um casarão no Largo da Vitória por um breve período até transferir-se para a nova sede localizada no trecho da Avenida Sete de Setembro, conhecido por Corredor da Vitória, n. 1883, em edifício projetado pelo arquiteto Gilberto Chaves, onde inaugura, em 1976, a Galeria Acbeu, também referida por Art Gallery. A Galeria Acbeu inicialmente funcionou por vários anos em um amplo espaço no fundo do prédio (onde atualmente existe a biblioteca, acima do Teatro Acbeu) e, posteriormente, passou a ocupar uma área na entrada do estabelecimento,7 chamando atenção não apenas de quem entra na instituição, mas também dos transeuntes na rua. A administração do espaço expositivo e sua programação ficavam a cargo do então diretor administrativo e cultural, Antonio Passos, responsável, ainda, pelas demais iniciativas culturais da instituição, incluindo o Teatro Acbeu.8 Em 1º de agosto de 1989 o artista plástico Dilson Midlej ingressa na instituição para trabalhar com programação visual e assessorar o diretor administrativo e cultural, ocasião em que passou a coordenar as atividades da Galeria Acbeu e criou seu regulamento, o qual perdura até a presente data sem ter sofrido alterações substanciais. Na administração de José Carlos Barreto de Araújo como diretor executivo criou-se o cargo de coordenação cultural da instituição, o qual passou a ser exercido por Dilson Midlej e abrangia as atividades culturais vinculadas à Galeria, ao Teatro, à programação visual e editoração de newsletters (boletins informativos) institucionais.9
Com a criação da nova função de coordenação cultural, a vaga da coordenação da Galeria foi preenchida pela artista plástica Stella Carrozzo entre 1993 e 2002. Dilson Midlej volta a cuidar das atividades da Galeria ‒ período coincidente com o lançamento do livro Acervo Acbeu de artes plásticas10 ‒ e, a partir de 2005, a coordenação do espaço expositivo é feita por Eneida Sanchez, depois por Isabel Lemos, seguida de Ana Beatriz Ferreira e, a partir de março de 2017, pela produtora cultural Nara Pino. A escolha de capacitados artistas plásticos para administrar a Galeria, assim como competentes produtores culturais atuantes na área para administrar o Teatro, bem como o Coral Acbeu ‒ contando com um maestro de ampla experiência na sua direção ‒, e o Grupo de Teatro da Acbeu ‒ dirigido por um renomado diretor teatral e tendo colaborações de vários profissionais da área de espetáculos ‒, deixam entrever o compromisso e a seriedade do projeto institucional da Acbeu para as artes, ao assegurar trabalhar com profissionais com comprovados conhecimentos técnicos para desdobrar as ações necessárias para a dinamização cultural.
A quantidade de exibições variou entre os anos, mas se manteve sempre uma programação intensa. Entre 1997 e 2003 foram realizadas 115 exposições (66 individuais e 49 coletivas) e, dos anos subsequentes até 2015, foram 130 mostras (56 individuais e 74 coletivas) (MUÑOZ, 2016, não paginado). Atualmente, são realizadas cerca de nove exposições por ano (FERREIRA, 2016, não paginado).
Sobre a atuação da Acbeu com sua galeria de arte, assim expressou-se Matilde Matos:
A galeria da ACBEU vem, desde o início, na linha correta de mostrar a qualidade na arte, independente do nome ou da fama do expositor, e de incentivar os novos talentos que surgem, único modo de se garantir a continuidade e a evolução na arte, dando crédito ao potencial dos jovens em começo de carreira, que buscam com tenacidade uma oportunidade de mostrar o que fazem (MATOS, 2003, p. 14).
Já levando em consideração o contexto sociocultural baiano nos anos 2000, o crítico de arte Eduardo Evangelista assim manifestou-se em texto no qual comentava o acervo de arte da Acbeu:
O sistema da arte é um universo complexo, sendo a galeria apenas uma das suas estruturas. A quase exclusividade que as galerias de arte tiveram no passado, como espaço para a exibição de obras de arte, está hoje dividida com as bienais, as feiras de arte, as exposições abertas em shoppings e praças e, sobretudo, nas mídias especializadas. Nesse contexto, a continuidade do trabalho da Galeria ACBEU reafirma o propósito da Instituição em manter-se presente no sistema da arte como meio facilitador, principalmente para os mais novos (EVANGELISTA, 2003, p. 20. Grifos do autor).
Efetivamente, as observações dos críticos Matilde Matos e Eduardo Evangelista condizem com a dura realidade que os artistas enfrentavam de inexistência ou precariedade de locais e condições adequadas para apresentação de suas propostas artísticas e pelo fato de que muitas das galerias comerciais existentes preferiam trabalhar com nomes já consolidados, sendo muito raras apresentações de artistas jovens, com exceções da Galeria O Cavalete (dirigida pela marchand Jacy Brito, a qual conciliava artistas emergentes com consolidados), o Espaço Calasans Neto11 (a partir de 1997, que também abriu espaço para artistas emergentes), e a partir de 2003, a Ebec Galeria de Arte.12
Os museus existentes em geral não franqueavam suas instalações a artistas emergentes, seja pela falta de garantia em termos de visibilidade nos veículos de comunicação de massa, seja por atrair pouco público ou, ainda, porque os museus criavam suas próprias programações de mostras e, nestas, privilegiavam artistas consolidados. As exceções dentre os espaços institucionais encontravam-se na Galeria Cañizares, da Escola de Belas Artes da Ufba e, por poucos anos, na Galeria da Aliança Francesa da Bahia. Outros espaços privilegiados, tal qual o Goethe Institut (na época mais conhecido por Icba, acrônimo de Associação Cultural Brasil-Alemanha), tem rica programação cultural, incluindo artes plásticas, porém, semelhantemente aos museus, possui sua própria política de programação, sem dispor de um chamamento público direcionado aos artistas para inscrição e seleção de propostas, política de programação essa que a Acbeu praticava desde os anos 1990 e na qual conciliava a seleção de proposições externas com seus próprios projetos com artistas convidados, o que terminou por estimular iniciativas semelhantes, a exemplo dos mencionados Espaço Calasans Neto e Ebec Galeria de Arte. Pode-se então afirmar, sem exageros, ter sido o período inicial da Acbeu nas suas instalações na Rua São Raimundo e, em especial, nos anos 1990, o período em que a Galeria Acbeu foi a única instituição a promover os jovens artistas, revelando talentos que emergiam em um cenário muito empobrecido.
Ainda que mantendo programação constante, o cenário de atuação da Galeria Acbeu hoje se apresenta mais retraído em comparação aos anos precedentes, menos ousado em relação aos desafios do contexto atual e considerável redução de projetos de autoria própria.13 Naturalmente que muitos fatores devem ter influenciado essa retração, inclusive orçamentário, mas há de se buscar soluções, alternativas e intercâmbios que possibilitem assegurar à instituição o lugar de destaque que sempre teve nas artes plásticas.
A importância do contato das pessoas com as obras do acervo de arte da Acbeu e de sua galeria é referendada pelo artista, crítico de arte e professor emérito da Ufba, Juarez Paraiso:
A Galeria ACBEU, criada em 1975, é uma das mais importantes de Salvador, não apenas pela dinâmica de sua atuação junto aos artistas emergentes, aos artistas do interior, pela qualidade de suas exposições com artistas regionais, nacionais e estrangeiros, mas também porque são amplas as suas instalações, pela natural continuidade que tem nas salas de aula, corredores, salões, espaços internos e externos, onde é permanentemente exposto o seu acervo de obras de artes plásticas oriundas das exposições da Galeria. Suas exposições são apreciadas por centenas de pessoas, principalmente pelos jovens estudantes, o que significa um extraordinário instrumento no desenvolvimento da sensibilidade e percepção artística dos mesmos. Também beneficiados são os funcionários e professores, pela exposição rotativa das obras e as novas aquisições (PARAISO, 2003, p. 28).
A possibilidade de contato dos jovens com a arte é também destacada pela então coordenadora da Galeria, Ana Beatriz Ferreira, que destaca:
Localizada num corredor cultural, que abriga espaços relevantes no campo das artes visuais, a Galeria ACBEU é também um exemplo bem sucedido do diálogo necessário entre arte e educação. Existir em uma instituição de ensino que atende prioritariamente a crianças e jovens torna este equipamento um lugar de formação e estímulo ao consumo da arte, tão valioso nessas etapas da vida. Quem circula nos diferentes espaços e sedes da ACBEU,14 aliás, está imerso em um ambiente rico em obras de arte, já que parte do nosso acervo está constantemente em exposição nas salas, pátios e corredores da instituição (FERREIRA, 2016, não paginado).
Na ocasião ocupando o cargo de diretor executivo, José Antonio Lago França explica que para
garantir a democratização deste espaço de exposições, as propostas inscritas são selecionadas por uma comissão formada por membros da ACBEU e convidados: artistas plásticos, críticos de arte, dirigentes de instituições culturais, professores de arte, jornalistas e apreciadores de arte (FRANÇA, 2003, p. 12).
E a superintendente da Acbeu, Athiná Arcadinos Leite, esclarece que por meio da galeria, a instituição busca “sempre favorecer a diversidade, promover artistas emergentes e refletir as várias tendências artísticas da arte contemporânea”, e informa o montante de um “acervo artístico de mais de 320 obras” (LEITE, 2016, não paginado) em que resplandecem trabalhos de artistas de várias gerações e tendências, dentre os quais estão Carlos Bastos, Calasans Neto, Emanoel Araújo, Juraci Dórea, Juarez Paraiso, Justino Marinho, César Romero, Bel Borba, Marepe, Márcia Magno, Márcia Abreu, Leonel Mattos, Sérgio Rabinovitz, Caetano Dias, Vauluizo Bezerra, Celeste Almeida, Viga Gordilho, Rener Rama, Almandrade, Paulo Pereira, Guache Marques, Josiltom Tonm, Almo, Maristela Ribeiro, Rogéria Maciel, Edgard Oliva, Eriel Araújo, Arthur Scovino, Zmário, Lia Cunha, Beth Sousa, Carmen Penido e Maria Luedy, dentre outros.
1 A Acbeu é uma instituição brasileira autossustentada por recursos próprios gerados principalmente pela atividade de ensino do idioma inglês; não pertence ao governo dos EUA e tampouco é mantida por este, ao contrário de outras instituições de cultura binacionais existentes em Salvador como o Goethe Institut e a Aliança Francesa da Bahia.
2 A fonte de informação é um pequeno folheto brochura impresso, contendo a memória da Acbeu relatada em texto por Thales de Azevedo.
3 Em algumas outras publicações sobre o artista é citado, apenas, o Edifício Oceania como local de realização da primeira individual. Já em relação ao Edifício Oceania, Consuelo Pondé de Sena (2000, p. 187) informa ter sido inaugurado em agosto de 1942, e como primeiro edifício de grande porte, com 48 apartamentos, cassino, lojas, dois cinemas, restaurante e garagem, tornou-se marco da arquitetura baiana.
4 Processo desenvolvimentista esse norteado por migrações e grande expansão da cidade, o que se tornou mais evidente em 1947, com a exploração de petróleo, em Lobato, determinante para a criação da Petrobras, fato que exerceu grande impacto sobre a economia regional e a expansão dos serviços (CARVALHO; SOUZA, 1980, p. 77).
5 Com Edgard Santos como Reitor, a recém-criada Universidade incorporou a antiga Escola de Belas Artes e criou, posteriormente, as Escolas de Teatro, Música e Dança. Estas três últimas instituições, por já nasceram “modernas”, congregavam um elenco considerável de artistas de vanguarda e suas atividades marcaram a vida cultural da capital baiana. De igual forma, a Escola de Belas Artes passou a integrar artistas modernos ao seu quadro de professores, iniciando um processo de modernização pedagógica no ensino que transcorreu lentamente, dado à sua sólida tradição academicista.
6 Na primeira metade da década de cinquenta outros espaços da cidade passaram a ser utilizados, a exemplo do saguão do Palácio Rio Branco (na Praça Municipal) e o Belvedere da Sé (Salão da Diretoria de Turismo da Prefeitura, na Praça da Sé).
7 Essa área na entrada do prédio era onde, por sua vez, funcionava a antiga biblioteca.
8 Inaugurado em 14 de abril de 1988 com uma apresentação da Orquestra Sinfônica da Bahia, com seus 80 componentes e sob a regência do maestro Ernst Widmer, contou com a participação da soprano norte-americana Martha Herr como solista (TEATRO…, mar. abr. 1998, p. 32). Adriano Passos foi seu primeiro administrador. Outras pessoas que ocuparam o cargo foram Maria Prado, Kátia Najara e Ticiana Guaranys.
9 Mais tarde, já na administração do diretor executivo José Antonio Lago França, a coordenação cultural abrangeu, ainda, a supervisão das atividades do Coral Acbeu (regido pelo maestro Cicero Alves Filho e que congregava alunos e funcionários) e do Grupo de Teatro da Acbeu (sob direção de Fernando Guerreiro, com a colaboração de outros profissionais de artes cênicas e, de igual maneira, integrado por alunos e funcionários da Acbeu).
10 Publicação com 174 páginas, apresenta 66 imagens coloridas e 29 em preto e branco de obras selecionadas entre as 233 que a Acbeu possuía na época. Foi viabilizada por intermédio do Programa Estadual de Incentivo à Cultura – Fazcultura e patrocínio da Braskem. O livro foi lançado em maio de 2003, com tiragem de 3 mil exemplares, contém apresentações institucionais assinadas pelo presidente do Conselho Deliberativo, Elmer Pereira, e pelo diretor executivo José Antonio Lago França, e textos críticos assinados por Matilde Matos, Eduardo Evangelista e Juarez Paraiso, além de biografias dos artistas e versões em inglês do conteúdo escrito, traduzido por Décio Torres Cruz e Carolyn Riportella Rabinovitz. ISBN: 85-89481-01-8.
11 Ainda operante, o Espaço Calasans Neto ocupa o foyer do Teatro Jorge Amado, na Pituba, que pertenceu à escola de inglês Universal English Course – UEC.
12 Dirigida por Matilde Matos e assessorada por sua filha, Claudine Toulier, a Ebec Galeria de Arte localizava-se à Rua Amazonas, 746, Pituba. Contou com intensa e diversificada programação, e funcionou entre 2003 e 2013. A Ebec como escola de idiomas, todavia, existia desde 1960.
13 Ainda que recentemente tenha promovida uma significativa mostra de obras de seu acervo (comemorativa aos 75 da instituição, com curadoria de Alejandra Muñoz, exibida de 22 de julho a 27 de agosto de 2016) e que anualmente participe do Circuito das artes (cuja semente, por sinal, se iniciou com as mostras Art for sale, em 2002 e 2003, da própria Galeria Acbeu).
14 A ex-coordenadora refere-se, além da Acbeu Vitória, às unidades da Pituba, da Magalhães Neto e de Vilas do Atlântico.
CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de; SOUZA, Guaraci Adeodato Alves de. A produção não-capitalista no desenvolvimento do capitalismo em Salvador. In: FARIA, Vilmar; SOUZA, Guaraci Adeodato Alves de. Bahia de todos os pobres. Petrópolis: Vozes; CEBRAP, 1980. p. 71-101.
EVANGELISTA, Eduardo. Um olhar crítico sobre o acervo de arte da ACBEU. In: MIDLEJ, Dilson (Org.). Acervo ACBEU de artes plásticas. Salvador: Associação Cultural Brasil-Estados Unidos, 2003. p. 18-27.
FERREIRA, Ana Beatriz. In: MUÑOZ, Alejandra. Acervo ACBEU: 75 anos: uma trajetória de inovação e incentivo à cultura. Salvador: ACBEU, 2016. Não paginado. Catálogo de exposição aberta em 22 jul. 2016.
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LEITE, Athiná Arcadinos. 75 anos: uma trajetória de inovação e incentivo à cultura. In: MUÑOZ, Alejandra. Acervo ACBEU: 75 anos: uma trajetória de inovação e incentivo à cultura. Salvador: ACBEU, 2016. Não paginado. Catálogo de exposição aberta em 22 jul. 2016.
LEITE, José Roberto Teixeira. A difusão do modernismo. In: CIVITA, Victor (Ed.). Arte no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979. v. 2. p. 860-885.
LUDWIG, Selma Costa. Mudanças na vida cultural de Salvador 1950-70. 1982. 159 fls. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais – História) – UFBA. Salvador.
MATOS, Matilde. Acervo ACBEU. In: MIDLEJ, Dilson (Org.). Acervo ACBEU de artes plásticas. Salvador: Associação Cultural Brasil-Estados Unidos, 2003. p. 14-17.
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PORTUGAL, Claudius (Org.). Mario Cravo Júnior: Desenhos. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado: Copene, 1999. (Casa de Palavras, Desenhos; 3).
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TEATRO ACBEU comemora 10 anos. Revista de arte dendê. Salvador, ano 1, n. 4, p. 32-33, direção Raimundo Mundim, mar. abr. 1998.
Internet:
http://www.acbeubahia.org.br/cultural/gal_info_gerais.asp?sub2=on
Autores(as) do verbete:
D536
Dicionário Manuel Querino de arte na Bahia / Org. Luiz Alberto Ribeiro Freire, Maria Hermínia Oliveira Hernandez. – Salvador: EBA-UFBA, CAHL-UFRB, 2014.
Acesso através de http: www.dicionario.belasartes.ufba.br
ISBN 978-85-8292-018-3
1. Artes – dicionário. 2. Manuel Querino. I. Freire, Luiz Alberto Ribeiro. II. Hernandez, Maria Hermínia Olivera. III. Universidade Federal da Bahia. III. Título
CDU 7.046.3(038)
Olá, uma informação por favor, sou assessora de imprensa e curadora de arte. Tenho um artista grego que vive a mais de 40 anos no Brasil e quer expor nos Estados Unidos.
Gostaria de saber se podem me indicar uma sala de exposições nos Estados Unidos para eu entrar em contato e perguntar se tem vaga e tambem gostaria de saber quais sao os melhores meses para ser expor em USA?
desde ja muito obrigada
Buana
Prezada Buana Lima,
Fornecer este tipo de informação não faz parte dos objetivos desta nossa publicação.
Atenciosamente,
Equipe do Dicionário Manoel Querino de Arte na Bahia