Lenio Braga produziu obras artísticas bastante diversificadas na segunda metade dos anos 1950 e na década de 1960, como pintor, desenhista, artista gráfico, escultor, gravador e fotógrafo. É autor de murais em mosaico e em cerâmica para as Estações Rodoviárias de Jequié, Feira de Santana e Vitória da Conquista, na Bahia, um oratório em Irará, e peças artísticas e decorativas em pedra, metal e madeira para a Capela do Menino Jesus, em Itapetinga, também na Bahia. Nasceu no Paraná, porém, cresceu e iniciou seus estudos em São Paulo, tendo vivido na Bahia e no Rio de Janeiro. Produziu arte por apenas 17 anos (de 1956 a 1973), mas tempo suficiente para destacá-lo como um criador inquieto que celebrava a irreverência e a ironia em muitas de suas obras, mediante utilização de colagens de revistas, de elementos da Pop Art e do recurso da apropriação de imagens da história da arte. Estas estratégias criativas lhe valeram o Prêmio Nacional de Pintura da I Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia (Bienal da Bahia), em 1966.
BRAZIL, Daniel. Lênio Braga de volta. A Tarde, Salvador, 15 fev. 2003. A Tarde Cultural, p. 5
BRITO, Reynivaldo. Artes visuais: mural de Lênio Braga vai ser totalmente restaurado. A Tarde, Salvador, p. 2, 21 abr. 1992.
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Museu Virtual Lenio Braga (sítio oficial do artista): http://www.leniobraga.com.br
3 Bienal da Bahia: http://bienaldabahia2014.com.br/wp/blog/2014/06/10/pude-ver-meu-pai-ao-vivo-diz-filho-de-lenio-braga-sobre-mostra-a-reencenacao/
Lenio Braga Brasil (Ribeirão Claro, Paraná, 5 de junho de 1931 – Rio de Janeiro, 24 de março de 1973).
Fonte: Museu Virtual Lenio Braga
1950 – São Paulo, SP – estuda pintura e desenho, de forma autodidata.
1954 – São Paulo, SP – Aprende gravura com Lívio Abramo e Helen Kerr, na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo.
1955 – Fixa residência em Salvador, Bahia e dedica-se à publicidade e às artes gráficas.
1968 – Passa a residir no Rio de Janeiro.
1956 a 1973.
Pintor, desenhista, artista gráfico e escultor.
Gravador e fotógrafo.
Assinatura constante do convite da exposição individual na Galeria da Praça, Rio de Janeiro, em 1972
Lenio Braga nasceu em Ribeirão Claro, Paraná, em 5 de junho de 1931, segundo filho da professora Adelaide Braga Brazil e do juiz de Direito Hernande Brazil. Mudou-se, em 1940, para São Paulo, com 9 anos de idade, onde estudou até completar o científico (Museu Virtual Lenio Braga), mas foi em São Paulo que passou a primeira fase de sua vida e onde iniciou a pintar. “No Paraná só fiz mesmo nascer. De lá trago a infância, que é muito”, declarou o artista em uma entrevista para um jornal carioca (CHRISTINA, 1972).
Seu espírito inquieto e rebelde fez com que entrasse em conflito com o pai, saindo de casa antes de completar 19 anos. Fez o serviço militar obrigatório na Aeronáutica (Museu Virtual Lenio Braga). Passou 14 anos em São Paulo, período que o artista lembra como sendo: “[...] uns 10 anos de vazio enorme em São Paulo, onde fiz de tudo para sobreviver” (CHRISTINA, 1972). Inicia aprendizado de gravura com Lívio Abramo e Helen Kerr, na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo, ampliando as possibilidades técnicas para a expressão de seu temperamento criativo, tendo, todavia, sido autodidata em outras técnicas, auxiliado principalmente pelo estudo de história da arte, ao observar, em livros e reproduções, como os grandes mestres resolviam questões de composição e os recursos plásticos que utilizavam para obtenção de volume e efeitos de claro-escuro.
Em setembro de 1955 casa-se com Muriel Alves e fixa residência em Salvador, Bahia (Museu Virtual Lenio Braga). Dedica-se à publicidade e às artes gráficas. Na capital baiana encontra um ambiente artístico que lhe favorece atuar em vários campos: “Fiz da Bahia a minha terra, e se não pinto seus verdes mares, meus quadros hoje são mais humanos, porque hoje eu sou mais gente. Esta é a lição da Bahia” (CHRISTINA, 1972). Ele não pintou os verdes mares do estado que adotou, mas ajudou a divulgar as obras dos colegas ao participar da organização da coletiva de artistas baianos, exibida em 1958 no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Lenio Braga caracterizou-se pela inventividade, ironia e versatilidade de técnicas em suas criações artísticas, conforme registra uma reportagem do jornal Tribuna da Bahia, de 25 de março de 1973:
Desde sua chegada a Salvador participou ativamente dos movimentos locais, fazendo-se presente em exposições coletivas e individuais. O seu talento, jamais condicionado a escolas e modismos do momento, encontrou aplicações em vários campos, do mural à gravura, do desenho à fotografia, à pintura e às artes gráficas (MAIS…, 1973).
A reportagem da Tribuna da Bahia continua, mencionando a atuação do artista com as artes gráficas:
Neste último campo [das artes gráficas] foi marcante sua situação na Bahia, começada na tipografia da Fundação Gonçalo Muniz e acentuada nos seus últimos anos em Salvador, quando a Universidade Federal da Bahia realizava o Festival do Barroco, para cujos espetáculos preparou memoráveis cartazes. Ao mesmo tempo era funcionário da Universidade lotado nos quadros do Centro de Estudos Afro-Orientais (MAIS…, 1973).
O vínculo dele como funcionário do Centro de Estudos Afro Orientais da Universidade Federal da Bahia – CEAO, localizado no Terreiro de Jesus, Centro Histórico, se dá 1961, e enquanto esteve naquela instituição, prestava serviços de fotografia e documentação não apenas para o CEAO, como também para o Museu de Arte Moderna da Bahia.
Em 1963 realiza sua segunda mostra individual, no mesmo local onde havia acontecido a primeira (em 1958), no Rio de Janeiro, que foi a Petit Galerie. Esta segunda individual de 1963 apresentou pinturas e desenhos (LENIO…, 1972), incluindo o famoso quadro Entrada de Cristo em Salvador. Naquele mesmo ano expõe, também individualmente, na Galeria Querino, em Salvador, Bahia.
Lenio Braga era comunista e essa preferência ideológica e política valeu-lhe sérios contratempos, dos quais um deles foi se ver forçado a se refugiar no interior da Bahia, para não ser preso, onde continuou a trabalhar. Foi durante o “exílio” no interior do Estado que, entre 1964 e 1967, concluiu para a Capela do Menino Jesus, em Itapetinga, Bahia, seu mais importante conjunto de esculturas em pedra, metal e madeira, enriquecendo a obra arquitetônica com peças artísticas e decorativas. Trata-se de: cruzeiro em pedra-sabão, com 2,80 m de altura; 41 baixos-relevos de pedra-sabão, representando cenas do Antigo Testamento; altar com base esculpida em rocha única, com o tema Última Ceia; pia batismal com anjos, pombas e incrustação de um peixe fossilizado encontrado nas imediações da Capela; e porta da sacristia em ferro batido. A imagem do Menino Jesus, em cedro, medindo 70 cm de altura, também é de sua autoria.
Erigida mediante um intricado e preciso aparelhamento de pedras, a Capela é conhecida na região como “Igrejinha de Pedra”, e é um dos principais pontos turísticos da cidade de Itapetinga. A ideia da construção foi de Juvino Oliveira e contou com o trabalho dos arquitetos Guarani Araripe, Alberto Hoisel e Yoshiakira Katsuki, assim como do engenheiro Fidelino Ribeiro e do mestre de obras Gilberto Assis (Museu Virtual Lenio Braga).
No ano de 1966, o artista produziu um mural para a Rodoviária de Jequié e, no ano seguinte, dois outros grandes murais para as Rodoviárias de Feira Santana e de Itabuna. As três localidades são grandes cidades do interior da Bahia. O mural de Feira de Santana foi realizado com a colaboração do ceramista Udo Knoff; enfoca a literatura de cordel, apresenta rótulos de garrafas de cachaças existentes, ao lado de cenas de feira, de vaqueiros e de vendedores de pássaros, enquanto que os murais de Jequié e de Itabuna foram feitos em mosaico (com pastilhas de cerâmica) e têm como tema os meios de viagens terrestres (a pé, a cavalo, por carroça e por ônibus) e os destinos de viagens a outras cidades e estados, com placas de sinalização e nomes de cidades. Anos depois, a coluna de arte do jornalista Reynivaldo Brito anuncia os preparativos para a restauração do mural de Feira de Santana e menciona o curiosos fato de que: “Contam os antigos que muitos passageiros perdiam os ônibus porque ficavam encantados com a beleza e os detalhes existentes nos 120m2 do mural” (BRITO, 1992, p. 2). Um convite datado de 14 de dezembro de 2001 e expedido pela Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico, pela Secretaria de Infraestrutura do Estado da Bahia e pela Prefeitura Municipal de Feira de Santana, atesta a restauração do mural, nove anos depois (CONVITE, 2001).
O ano de 1966 também foi profícuo pela colaboração, como ilustrador, no livro Porque Oxalá usa okodidé, de Mestre Didi, um dos muitos exemplos de ilustrações de livros a que o artista se dedicava.
No ano de 1968 o artista conclui uma escultura nos jardins do Edifício Pedra do Sol, no Largo da Vitória, em Salvador, constituído por estrutura de módulos quadrangulares de tamanhos variados e contando com iluminação interna, o que possibilita visibilidade à noite por meio das partes feitas de vidros coloridos (Museu Virtual Lenio Braga). Naquele mesmo ano, passa a residir no Rio de Janeiro, casa-se com Maria Celeste e produz intensamente, o que resulta em exposições na Galeria Cosme Velho, em São Paulo, e na Galeria da Praça, no Rio de Janeiro, bem como na criação de peças em bronze fundido e pesquisa vitrais. Em 1969 expõe pinturas e esculturas, uma vez mais, na Petit Galerie, do Rio de Janeiro (Museu Virtual Lenio Braga).
Nos dois primeiros anos da década de 1970, Lenio Braga executou vários trabalhos em escultura, um dos quais para a Capela de Santa Rita de Cássia, em Recife, Pernambuco, um projeto do arquiteto J. Zanine (LENIO…, 1972).
Lenio Braga tomou parte das duas edições das chamadas Bienais da Bahia. Na I Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia, em 1966, participou com desenhos, colagens e objetos. O certame foi realizado no conjunto colonial do Convento do Carmo, no Centro Histórico de Salvador, ocasião em que o artista foi distinguido com o Prêmio Nacional de Pintura com a obra Monalisa & moneyleague.
Em Monalisa & moneyleague, Lenio Braga se vale de apropriações de imagens da história da arte, no caso a conhecidíssima Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, e Autorretrato com Saskia em seu joelho, de Rembrandt, uma pintura do século 17 em que Rembrandt se autorretrata com sua esposa sentada em seu colo. Com esses elementos, Lenio Braga constrói seu discurso plástico “atualizado” com gírias da época introduzidas na obra por meio de balões de diálogos de histórias em quadrinhos. A apropriação de imagens é um procedimento poético atemporal, ou seja, se deu em períodos longínquos na história da arte, naturalmente que com diferentes particularidades e significações, em função dos valores dos períodos históricos nos quais foi utilizada, e continua até o presente.
A apropriação de imagens é um recurso operacional praticado normalmente, acredita-se, com a intenção de deslocar valor às obras recentes, concedendo ao fazer artístico caracteres de intelectuação, erudição de conhecimento (pelas citações utilizadas dos pintores originais) e legitimação, uma vez que referencia ou questiona as formas, valores e sentidos de imagens preexistentes, recontextualizando-as e, por meio desse procedimento teórico operatório, lhes são dados novos sentidos. Assim, a legitimação artística por meio da ressignificação (a interpretação de obras anteriores pelo artista atual, no caso, Lenio Braga), seria autossuficiente em termos de geração de valor artístico e inerente ao próprio processo de apropriação e, ainda neste caso de Lenio Braga, a obra seria significativa da sensibilidade da época.
Lenio Braga vai se valer, em várias ocasiões, desse recurso operacional de apropriações de imagens de quadros famosos, como comprova A curra, em que se baseia em O rapto das sabinas, de Rubens, imprimindo, contudo, caracteres satíricos e políticos inexistentes ao conteúdo daquela obra-prima barroca.
Aquela ocasião única da participação do artista na I Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia e reconhecimento destacado por premiação atraiu o interesse de jovens artistas baianos, conforme situa a reportagem no jornal Tribuna da Bahia, de 25 de março de 1973: “Nessa ocasião [da I Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia], seu atelier no Rio Vermelho, na famosa Casa de Pedra, transformou-se em centro de interesse para os artistas jovens baianos e de outras partes do país” (MAIS…, 1973).
De igual maneira participou da II Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia, em 1968, no Convento da Lapa, em Salvador, onde teve várias de suas obras apreendidas, dentre as quais Improviso I, Improviso III e Improviso V, as quais, posteriormente, passaram a integrar o acervo do Museu da Cidade, adquiridas pela municipalidade em leilão, no dia 12 de julho de 1999 (MUSEU…, s.d.).
Sobre sua pintura, assim declarou o artista em uma reportagem de um jornal carioca, em 26 de novembro de 1972, véspera da inauguração de sua exposição de pinturas na Galeria da Praça, no Rio de Janeiro:
A coisa mais séria que ouvi ultimamente sobre arte foi dita por Caetano Veloso no Municipal: “eu não vim aqui fazer uma coisa importante, eu vim para fazer uma coisa bela.” Eu gostaria sempre de me sentar diante do cavalete com esta atitude. Gosto que meus quadros sejam pendurados nas casas e que as pessoas tenham diante de si uma janela aberta para coisas diferentes das que habitualmente as cercam: Gosto que meus quadros sejam uma abertura para o sonho, para a recordação, para a fantasia. Ninguém deve perguntar se um pintor é melhor que outro, se ambos se desempenham de sua tarefa dando o máximo de sua possibilidade e de seu amor (CHRISTINA, 1972).
Sobre alguns dos temas de suas pinturas, assim comentou: “Pinto figuras de circo porque amo o circo e a gente que o faz. Não conheço hoje, dentro da nossa pseudocivilização cada vez mais materialista e mais mecanizada, nada tão mágico como o circo” (CHRISTINA, 1972). E acrescenta:
Gosto de ter um instrumental muito simples, meia dúzia de pincéis os mais comuns, um pouco de tinta, um pedaço de tela e poder fazer a minha mágica. Com o acrobata do circo, com a bailarina, com o palhaço do circo isto também acontece: eles têm como material apenas o corpo e a habilidade (CHRISTINA, 1972).
Lenio Braga é um representante da segunda geração modernista baiana e possui três peças na coleção do Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM-BA, sendo Entrada de Cristo em Salvador a mais portentosa, um óleo de grandes dimensões (149 x 249 cm) de 1962, e que já havia sido exposto no Museu de Arte Moderna de São Paulo e, como já mencionado, em 1963, na Petit Galerie, no Rio de Janeiro. Em 1993 a obra sofreu uma intervenção de restauro no MAM-BA, ao tempo em que o jornal A Tarde veiculava a possibilidade de aquisição da tela pelo Museu (OBRA… 1993, p. 3). Seis dias após, a Tribuna da Bahia noticiava a chegada em Salvador do “[...] cineasta Raul Soares, proprietário do quadro ‘Entrada de Cristo em São Salvador’ [...]. Raul Soares veio com o o[b]jetivo de tratar da integração do quadro do [sic] acervo do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM)”, conforme noticiou Sylvia Maria (1993, p. 5), bem como Nilda Spencer, que destaca ter Raul Soares co-dirigido o
belo trabalho em vídeo do poema “Alvorada Segundo Krysto”, de Glauber Rocha, de quem foi amigo particular e companheiro de trabalho, encontrasse [sic] em Salvador para tratar da aquisição por parte do Museu de Arte Moderna da Bahia, do famoso quadro “A Entrada de Cristo em Salvador”, do saudoso pintor Lênio Braga (SPENCER, 1993).
O Jornal do Brasil de 25 de março de 1993 anuncia a concretização da compra no valor de US$ 7 mil (Cr$ 238 milhões na moeda brasileira, na ocasião) e especifica ter sido aquela obra pintada em 1962, a pedido da Petrobras, e adquirida no ano seguinte pela família de Raul Soares, permanecendo 31 anos no Rio de Janeiro (REGISTRO, 1993).
Entrada de Cristo em Salvador figura à página 85 do Dicionário de Artes Plásticas do Brasil (OBRA…, 1993, p. 3) e é uma espécie de crônica visual das personalidades artísticas, políticas e intelectuais baianas, pois retrata Jorge Amado, Glauber Rocha, Clarival do Prado Valladares, José do Prado Valladares, Mario Cravo Junior, Carybé, Odorico Tavares, Genaro de Carvalho e Jenner Augusto, dentre outros, os quais circundam a figura central de Cristo montado em um jumento.
O tema é da tradição iconográfica cristã e é clara a referência por citação do pintor brasileiro à pintura do belga James Ensor, A entrada de Cristo em Bruxelas em 1889, datada de 1888. As diferenças entre as duas peças, todavia, não deixam dúvidas quanto a intenção de Lenio Braga. Enquanto na tela de Ensor se evidencia a crítica à artificialidade, à falsidade e à corrupção – como demonstram os rostos mascarados da turba indiferente ao Messias -, a pintura de Lenio Braga apresenta-se como uma espécie de crônica visual das personalidades artísticas, políticas e intelectuais baianas mencionadas.
A crueza visual e o afastamento do refinamento da arte acadêmica, todavia, é comum a ambos os estilos, ainda que o artista belga se valha de cores na sua pintura, enquanto que Lenio Braga trabalha com monocromia, além de evidenciar a figura de Cristo, trazendo-o mais para a frente e destacando-o ao centro das celebridades artísticas e também escurecendo as imagens do primeiro plano, ou seja, mais da metade da tela é de predomínio de tonalidades escuras. A vinculação de Lenio Braga à obra de Ensor ocorre, inicialmente, pelo título e também podemos observar que a condição de identificação de referencialidade se dá apenas no momento que tenhamos consciência prévia da pintura do artista belga, pois, mesmo que já tenhamos visto representada essa passagem bíblica, isso por si só não caracterizaria uma vinculação mais efetiva apenas pelo tema. O tom de ironia (comum à produção de Lenio Braga) à cena “bíblica” recontextualizada para a Bahia da época do artista se percebe pela presença de uma mulher nua, na lateral esquerda, e por um detalhe de um instrumento musical de uma banda, dando a entender o tom de festividade da cena.
Uma outra peça de Lenio Braga, O colecionador de primitivos, integrou o conjunto de pinturas que destacou o artista com o Prêmio Nacional de Pintura da I Bienal Nacional de Artes Plásticas, de 1966. Obra provocadora e de linguagem pop, ironizava a arte primitiva e descartava a pintura dos mestres da arte Picasso, Renoir e Munch, em reproduções coladas à obra e riscadas por um “x”. O “colecionador de primitivos” era Brucutu, personagem de quadrinhos e cuja principal característica era a truculência pela sua condição de homem das cavernas. Ele personificava, ironicamente, o gosto do consumidor brasileiro pela pintura primitiva de cunho comercial, seriada e ilustrava o distanciamento, daquele consumidor, do gosto de criações de real valor artístico.
Sobre a pintura ingênua, assim externalizou sua opinião em uma reportagem de jornal, em 26 de novembro de 1972: “[...] pintura primitiva – na verdade, uma mentira. A pintura ingênua é real quando feita por pessoas ingênuas; o difícil é que as pessoas ingênuas são cada vez mais raras” (CHRISTINA, 1972).
O colecionador de primitivos figurava ao lado de Monalisa & moneyleague e Pede-se tocar, todas do artista. Ivo Vellame, na biografia de Lenio Braga que consta do dossiê do artista no Arquivo do MAM-BA, cita “A obra exposta ‘O Colecionador de Primitivos’ foi premiada na I Bienal Nacional de Artes Plásticas, na Bahia, em 1966”. De igual maneira o faz Juarez Paraiso (2005, p. 121). Ambos, todavia, parecem se referir ao conjunto de obras, já que a peça principal e efetivamente destacada pela premiação foi Monalisa & moneyleague.
Em termos do ambiente artístico nacional, os anos 1960 presenciaram o enriquecimento pelas pesquisas neoconcretas e a assimilação da influência da Pop Art norte-americana e seu consequente reflexo, de maneira criativa, no movimento brasileiro conhecido como Nova Figuração[1]. A Nova Figuração retomava a figura e a iconografia urbana adaptadas “[...] às novas ordens da sociedade industrial e aos meios de comunicação, além de ter alargado os procedimentos artísticos para renovados suportes e atitudes”, fatores que se destacavam em oposição às obras construtivas que vigoravam na arte brasileira até aquele momento (CANONGIA, 2005, p. 50-51) e, com isso, promoviam um rompimento formal com a estética modernista que perdurava nas práticas construtivas.
Os artistas da Nova Figuração, na contramão da Pop Art inglesa e norte-americana, criaram obras politicamente engajadas, violentas e explosivas, na qual figuravam ícones urbanos e da propaganda, em peças que recriavam a escala e a exuberância cromática dos outdoors e demais veículos de comunicação de massa. Parte dessas pesquisas integraram a programação das duas Bienais da Bahia e, adicional a isso, os trabalhos dos artistas da Nova Figuração puderam ser vistos na capital baiana em 1966, em uma mostra na Galeria Convívio, intitulada Tempo brasileiro em arte, da qual também participou o artista baiano Chico Liberato (Francisco Liberato de Mattos, 1936), um dos responsáveis pela vinda da exposição à Bahia.
Naquele mesmo ano o público baiano pode constatar, ainda que estupefato, a ironia e o espírito crítico agudo e galhofeiro que permeava tanto as obras de Lenio Braga, quanto as de Reinaldo Eckenberger (1938-2017), argentino recém-estabelecido na cidade, pois chegara à Bahia em 1965. Os dois foram premiados na primeira edição da Bienal da Bahia e abriram o campo das artes visuais para as experiências da contracultura (ou arte marginal) que caracterizariam os anos 1970.
Em 1970 Lenio Braga inicia a série de pinturas a óleo sobre madeira, Cântico dos cânticos, cada uma medindo 91 x 65 cm, e “[...] com volu[p]tuosas formas de mulher em interiores caracterizados por opulenta cor”, nas palavras do crítico de arte José Roberto Teixeira Leite e série que o artista exporá cinco obras em 1972, na individual da Galeria da Praça, no Rio de Janeiro (LEITE, 1972).
Em 1971, monta ateliê de esculturas em vidro e metal, na Barra da Tijuca e tem como assistente o jovem artista Rubem Grillo (Museu Virtual Lenio Braga).
Dois anos depois, Lênio Braga foi hospitalizado por dez dias no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, acometido de peritonite aguda (apêndice supurado). Depois de submeter-se a uma operação cirúrgica, falece na madrugada de 24 de março de 1973, sendo enterrado no Cemitério São João Batista (MAIS…, 1973). Na ocasião, a viúva Maria Celeste informa aos jornalistas que compareceram à capela número sete, onde o corpo era velado, que seu marido “[...] estava empenhado em fundar uma editora para divulgar os melhores valores das artes plásticas no Brasil, trabalho que ultimamente absorvia seus esforços” (MAIS…, 1973).
Mais recentemente, duas iniciativas voltadas à divulgação do trabalho do artista foram realizadas. A primeira foi a criação do Museu Virtual Lenio Braga, em 2003, pelo Projeto Lenio Braga, com página na Internet criada por Daniel Brazil, o filho mais velho do artista, e cujo objetivo é “[...] permitir um conhecimento mais aprofundado do artista” (BRAZIL, 2003, p. 5). A página atual do artista data de 2014, também por iniciativa da família. O Museu Virtual tem como principal fonte de dados a pesquisa de doutorado de Jurema Xavier, pela Universidade de São Paulo (BRAZIL, 2003, p. 5), sendo que imagens de obras e também uma biografia do artista encontram-se disponíveis para acesso público no endereço http://www.leniobraga.com.br
A segunda iniciativa foi o destaque dado ao artista durante a 3a Bienal da Bahia, em 2014, na exposição A reencenação, com curadoria de Fernando Oliva e ocorrida no Mosteiro de São Bento, em Salvador, onde puderam ser vistas as obras A curra e Entrada de Cristo em Salvador, objetos pessoais de Lenio Braga e alusões às pinturas dele confiscadas em 1968, durante a 2a Bienal da Bahia.
[1] Mais especificamente com Opinião 65 e Opinião 66, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e, em 1967, com Nova Objetividade. Essas mostras se constituíram nos primeiros eventos organizados de artes visuais que apresentavam ressonância da Pop Art. A Nova Objetividade reuniu artistas como Antonio Dias, Rubens Gerchman, Nelson Leirner, Carlos Vergara e Roberto Magalhães, dentre outros.
1958 – Rio de Janeiro, RJ – Individual na Petit Galerie.
1963 – Rio de Janeiro, RJ – Individual na Petit Galerie.
1963 – Salvador, BA – Individual na Galeria Querino.
1968 – Rio de Janeiro, RJ – Individual na Galeria da Praça.
1968 – São Paulo, SP – Individual na Galeria Cosme Velho.
1969 – Rio de Janeiro, RJ – Individual na Petit Galerie (pinturas e esculturas).
1970 – Individual na Galeria Tora.
1972 – Rio de Janeiro, RJ – “Lenio Braga: óleos”, na Galeria da Praça.
1972 – Rio de Janeiro, RJ – Individual na Petit Galerie (desenhos, pinturas e esculturas).
1956 – Salvador, BA – “Artistas modernos da Bahia”, Galeria Oxumarê.
1957 – São Paulo, SP – “Artistas da Bahia”, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
1958 – São Paulo, SP – “Mostra coletiva de artistas baianos”, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
1963 – Lagos, Nigéria – “Brazilian Contemporary Artists”.
1966 – Salvador, BA – I Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia (Bienal da Bahia), onde angariou o Prêmio Nacional de Pintura. Convento do Carmo, Centro Histórico.
1966 – Porto Alegre, RS – “Mostra de arte baiana”, na Associação Riograndense de Imprensa.
1967 – São Paulo, SP – 9a Bienal Internacional de São Paulo.
1968 – Rio de Janeiro, RJ – Individual na Galeria Cosme Velho.
1968 – Salvador, BA – II Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia (Bienal da Bahia). Convento da Lapa.
1969 – São Paulo, SP – Participa da 10ª Bienal de São Paulo.
1966 – Salvador, BA – Prêmio Nacional de Pintura da I Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia (Bienal da Bahia), com a obra Monalisa & moneyleague.
1968 – Prêmio pelo roteiro do filme A sereia e o duque, com Paulo Gil Soares, em Brasília.
1966 – Irará, BA – Oratório de Nossa Senhora da Purificação, com cerâmicas feitas por Udo Knoff e Lenio Braga.
1966 – Jequié, BA- Mural em mosaico (pastilhas de cerâmica) para a estação Rodoviária de Jequié.
1967 – Feira de Santana, BA- Mural de 120 m2 em cerâmica para a estação Rodoviária de Feira de Santana, realizado com a colaboração do ceramista Udo Knoff.
Mural em cerâmica para a estação Rodoviária de Itabuna, Bahia.
1968 – Salvador, BA – Escultura nos jardins do Edifício Pedra do Sol, no Largo da Vitória.
1958 – Ilustração de Bahia de Todos os Santos e todos os demônios, de Gemenez Caballeiro.
1966 – Ilustração de Porque Oxalá usa okodidé, de Mestre Didi (Deoscoredes M. dos Santos).
1967 – Ilustração de Riscadores de milagres, de Clarival do Prado Valladares.
1970 – Ilustração de Os sofrimentos de Cristo, de José Pacheco (12 xilogravuras). Edições Cavaleiro da Lua.
1970 – Ilustração de Cantador nordestino, de José Pacheco.
Década de 1970 – letreiros de abertura de documentários dos cineastas Paulo Gil Soares e Geraldo Sarno.
Texto de apresentação do crítico de arte José Roberto Teixeira Leite para o convite da exposição “Lenio Braga: óleos”, na Galeria da Praça, localizada à Rua Professor Saldanha, 130, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, e cuja abertura se deu em 27 de novembro de 1972:
O pintor, escultor e fotógrafo Lenio Braga volta a expor no Rio de Janeiro, após ausência de dois anos, uma série de 32 pinturas, em que reafirma suas anteriores qualidades de desenhista e colorista. Pintor de figuras envoltas em denso ambiente lírico, soube como poucos captar a atmosfera circense e evocar, em quadros de bela composição, pintores e escultores em trabalho. Alguns de seus personagens de circo comovem-nos pelo que encerram de tragicômico, e pelo que evocam em nós, antigas crianças cansadas cujas retinas ainda buscam o reencontro com as paisagens da infância. Mas agora, às séries habituais, junta Lenio Braga novo motivo: ilustrações do Cântico dos Cânticos, com volutuosas formas de mulher em interiores caracterizados por opulenta cor.
Trabalhando com evidente sensibilidade a superfície de seus quadros, dá-lhes Lenio Braga efeitos soberbos de matéria, sobre os quais perpassa o olho como se fossem dedos, a recolher impressões táteis profundamente excitantes.
De resto, o artista estrutura suas pinturas com ajuda da linha – o que não quer dizer que faça desenho colorido -, e sua familiaridade com a escultura transpira no modo como joga com massas e volumes, ainda que no plano bidimensional.
Trata-se, evidentemente, de uma sensibilidade de pintor muito bem servida por imaginação e patentes recursos técnicos. José Roberto Teixeira Leite, 10 de novembro de 1972. Grifo do autor.
BRAZIL, Daniel. Lênio Braga de volta. A Tarde, Salvador, 15 fev. 2003. A Tarde Cultural, p. 5
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BRAGA, Lenio. Dossiê do artista. Setor de Museologia do Museu de Arte Moderna da Bahia.
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LENIO Braga: óleos. Rio de Janeiro: Galeria da Praça, 1972. Folder com uma dobra. Convite de exposição aberta em 27 nov. 1972. Dossiê do artista, do Setor de Museologia do Museu de Arte Moderna da Bahia.
MUSEU da Cidade: Lênio Braga. Salvador: Museu da Cidade, s.d. Folder com uma dobra. Contém biografia e reproduções de três obras. Dossiê do artista, do Setor de Museologia do Museu de Arte Moderna da Bahia.
LEITE, José Roberto Teixeira. In: LENIO Braga: óleos. Rio de Janeiro: Galeria da Praça, 1972. Folder com uma dobra. Convite de exposição aberta em 27 nov. 1972. Dossiê do artista, do Setor de Museologia do Museu de Arte Moderna da Bahia.
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Museu Virtual Lenio Braga (sítio oficial do artista): http://www.leniobraga.com.br
3 Bienal da Bahia: http://bienaldabahia2014.com.br/wp/blog/2014/06/10/pude-ver-meu-pai-ao-vivo-diz-filho-de-lenio-braga-sobre-mostra-a-reencenacao/
Autores(as) do verbete:
Data de inclusão:
22/12/2014
D536
Dicionário Manuel Querino de arte na Bahia / Org. Luiz Alberto Ribeiro Freire, Maria Hermínia Oliveira Hernandez. – Salvador: EBA-UFBA, CAHL-UFRB, 2014.
Acesso através de http: www.dicionario.belasartes.ufba.br
ISBN 978-85-8292-018-3
1. Artes – dicionário. 2. Manuel Querino. I. Freire, Luiz Alberto Ribeiro. II. Hernandez, Maria Hermínia Olivera. III. Universidade Federal da Bahia. III. Título
CDU 7.046.3(038)
POSSUO UM QUADRO DE LENIO DA BIENAL DE SALVADOR
POSSUO UMA QUADRO EM BASE DE MADEIRA DE LENIO ADQUIRIDO NA BIENAL DE SALVADOR